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Tainá

Tainá agora é Cinco

A Tainá é um ser humano incrivelmente especial (e olha que eu já encontrei muita gente na minha vida). Pela sua sensibilidade, inteligência, empatia, alegria, criatividade, sede de aprender, rebolado e a sua veia artística.

Tainá é uma menina agradável de se conviver. Uma menina simples, segura, inteira, por méritos dela e com a nossa pequena ajuda.

Tainá é destemida, persistente e companheira.

Hoje, 5 anos atrás, vivi o dia mais feliz da minha vida. Com poucas testemunhas, sem euforia, mas a mais plena e profunda paz.

O nascimento da nossa primogênita chacoalhou o meu mundo. Me fez descobrir um amor que transborda e assusta, como tudo o que é grande na vida.

Hoje festejo essa menina sapeca, certo de que ela cresce saudável, no corpo, na mente e na alma, para trilhar o próprio caminho. 

E que eu possa estar por aqui muitos anos, para vislumbrar cada fase que ela viver, do meu assento VIP de pai.

familia, nascimento

Yara: Um rio de felicidade – Primeiro ato

Eu tenho a ingênua impressão de que a bagagem adquirida ao lidar com desafios anteriores vai sempre tornar potenciais adversidades futuras mais fáceis de serem superadas. Porém, nesse momentos de segurança, quase prepotente, vem a vida e ensina que cada momento é único, mesmo que pareça pura e simples repetição.

Calma. Vou me explicar.

Dizem que é comum os filhos nascerem antes da data prevista na segunda gravidez. Mas lá estávamos nós, dois dias após a data estimada, esperando impacientes pela nossa Yara, que parecia não ter pressa para deixar o ventre materno.

Apesar da ansiedade crescente, eu e a minha esposa acordamos felizes naquele 11 de setembro de 2019, tentando viver a espera com uma tranquilidade realista.

Uma longa caminhada vespertina até que finalmente as contrações regulares começaram. “Será que tudo seria rápido e intenso como da outra vez?” nos perguntávamos, cientes de que aquela poderia ser uma longa noite.

Novamente tínhamos o privilégio de não estarmos sozinhos em um momento tão intenso para qualquer jovem casal. Minha mãe veio mais uma vez do Brasil para nos acompanhar nos dois primeiros meses de vida da Yara. Outro detalhe importante era que, desta vez, tínhamos a presença da nossa primogênita e muitas perguntas sobre como a Tainá iria lidar com a chegada da irmã.

Um turbilhão de pensamentos somados a alegria sem igual do tão esperado encontro com aquela vida que ajudamos a gerar. Acho que lá pelas 21h as contrações ficaram mais intensas. Um sinal claro de que abraçaríamos a Yara antes do próximo nascer do sol.

Porto Seguro

Porto Seguro

Hoje o dia amanheceu diferente.

Não que tenhamos nos surpreendido pelo mau tempo e a chuva se preparando para cair. Afinal de contas, isso aconteceu durante quase todo o “projeto de verão” que tivemos esse ano aqui na Suíça.

A grande novidade dessa Segunda-Feira estava na mais importante mudança na nossa família desde a chegada da Yara, há quase dois anos. Hoje, porém, os holofotes e a nossa alegria estavam particularmente na Tainá, nossa primogênita.

Há meses temos conversado sobre o seu ingresso no Jardim de Infância. Procurado explicar as novas dinâmicas e o fato de que agora ela começaria a trilhar seus caminhos sem a presença da sua irmãzinha e grande parceira de aventuras.

Pais e mães nunca estão preparados para esses momentos de desapego. Esse novo ciclo tira das nossas mãos o controle, o monopólio dos estímulos e de sermos figuras únicas na educação das nossas filhas. Agora a Tainá terá novos amigos, novos modelos que vão contribuir para quem ela será mais adiante.

Algumas lágrimas escorrem, de alegria e um pouco de apreensão. Mas a nossa passarinho foi voando, destemida, alegre, 100% Tainá.

Hoje, de certa forma, ressignificamos o nosso papel de pai e mãe, aceitando o convite da vida para sermos, sobretudo, grandes acompanhantes das nossas filhas. São elas as verdadeiras protagonistas das próprias histórias.

Um detalhe.

Ao sair de casa, a Tainá escolheu pegar na minha mão no caminho da escolinha. Dentro senti uma alegria incrível por me sentir “Porto Seguro”.

Muitos novos ciclos virão, mas é esse o meu maior desejo. Continuar sendo um “lugar” visível onde ela pode ancorar segura, sempre que precisar.

Amor

Três anos de um amor sublime

Erick Fromm, em seu fantástico livro A arte de amar, ressalta que, por seu caráter altruísta, o amor de mãe é considerado a forma mais alta de amor e o vínculo afetivo mais sagrado.

E quem sou eu para questionar o amor de mãe? Nem ouso me comparar! Porém, desde o dia 22 de maio de 2017 tenho me esforçado para elevar o meu amor paterno ao patamar de doação e empenho que vejo e admiro em tantas mães, sobretudo a que convivo diariamente.

A paternidade me fez deslumbrar um amor novo, avassalador. Daqueles que dói o coração com a distância e que aquece a alma na convivência. A vida tem sido esse festival de emoções desde a chegada da Tainá, nossa primogênita, que hoje completa seu terceiro ano de vida.

Tainá é um tsunami de energia, alegria e sapequice. Habilidosa bilíngue, exímia desenhista e sensível como só uma criança é capaz de ser. Tainá me faz experimentar um amor sublime. Que ama por eu estar aqui, ser seu pai. A única moeda de troca é o meu tempo, quantitativo e qualitativo.

Hoje a festejo com a gratidão de filho de Deus e o orgulho de ser seu pai. Faz três anos que a Tainá tem sido a estrela que ilumina nossas manhãs, nos ajudando a ser pessoas melhores, aceitando nossos inúmeros limites. É uma caminhada incrível que temos o privilégio de poder percorrer juntos.

5 anos unidos!

É tão fácil começar um projeto. O entusiasmo inicial, o turbilhão de sentimentos, as esperanças e a pouca vivência ajudam muito a romantizar tudo, até mesmo as incompreensões e os medos. Com o casamento não é diferente. A gente tem a fase da Lua de mel, onde tudo é redimensionado pelo otimismo, pela paixão. Só que depois os desafios ficam mais complexos e somos constantemente chamados a “renovar” o nosso primeiro “Sim”.

Alguns anos atrás escrevi: “ Os “votos” de uma união são fundamentais para traçar um objetivo a ser alcançado juntos. Mas o casamento não é um projeto futuro e sim uma realidade que se vive dia após dia. Não basta casar-se “só uma vez”! É fundamental “re-casar-se” todo dia. O ponto de chegada também não se estabelece unicamente por desejos humanos, mesmo os mais bonitos. Sem um “Algo” que transcenda, é difícil acreditar na possibilidade de superar todos os obstáculos, principalmente aqueles ligados aos nossos limites humanos. Quem tem a coragem de “abandonar-se” em uma Fé (que não necessariamente precisa ser uma religião), pode descobrir um grande aliado na aventura em família.”

Hoje completamos 5 anos de casados! 5 anos! Pouco? Muito? O suficiente para dizer que a nossa família e os desafios para nos mantermos sempre unidos mudaram bastante desde então. Agora somos pais! E como sempre dizemos, as mudanças que o casamento traz não são nada se comparadas as da maternidade/paternidade. Agora sim que a nossa união é realmente colocada à prova. Só que o tempo, nesse caso, tem sido um maravilhoso aliado pois as experiências vividas juntos antes, contribuíram para a sintonia que temos hoje, mesmo dentro da montanha-russas de emoções que é ter uma filha.

5 anos e uma gratidão imensa pela vida que Deus nos deu. Pela Flavia e quem ela é. A mulher mais fantástica que já conheci na minha vida, a melhor companheira que Deus poderia me dar, minha melhor amiga.

Gratidão também pela presença e suporte de familiares e amigos. Pessoas que tem estado sempre ao nosso lado. Nas alegria e tristezas. Sucessos e fracassos. Como dissemos no dia do nosso casamento: Não existe família sem comunidade.

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