Sabe quando a gente passa a se reconhecer dizendo as mesmas coisas,
Tendo os mesmos tiques nervosos, até gaguejando,
Que a gente entende que realmente chegou a hora de ceder
E aceitar que, enfim, crescemos?
Sabe quando a gente tem uma quantidade tão absurda de empenhos
Tendo que fazer escolhas decisivas ininterruptamente
Que a gente entende que não dá mais pra fugir e crer
Na possibilidade seguir adiante sem crescer?
É essa a sensação terrível que sinto.
Uma vontade enorme de conservar meu espírito Peter Pan
Me faz mergulhar numa realidade triste, quase inaceitável
De perceber que as alegrias da vida serão transformadas
E tudo aquilo que tinha, deverei perder o quanto antes.
Reconheço-me mais do que nunca em meus pais,
As vezes certo, seguro, outras indeciso, impuro.
Mas, também me reconheço na esperança do amor.
E me dou conta que tudo é mais um vão temor.