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Jamais silenciar a não-violência

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Sempre ouvi dizer que os pilares do desenvolvimento de uma nação são: a saúde (física e mental), a educação (acadêmica e social) e o emprego.  Não basta ter apenas um ou até mesmo dois dos três aspectos. Sem os três um país não se sustenta ou cresce de forma desordenada, esquizofrênica.

O problema maior, contudo, é que, muitas vezes, os esforços para um crescimento “igual” e, até mesmo, os “poucos” sucessos, acabam suprimidos pela Grande Imprensa, na ânsia de denunciar o negativo que é mais presente na nossa sociedade.

Ontem, no Fantástico, a Globo demonstrou esse percalço crônico que se fundamenta no “informar” a sociedade de maneira parcial, no que diz respeito à triste realidade da violência nas escolas.

As imagens chocantes de brigas entre alunos e, destes, com os professores decretam o estado de calamidade moral em que vivemos. No Brasil atual, detentor de certa liberdade social, parece que ainda não conseguimos, como sociedade, educar as novas gerações ao respeito do “outro”. É difícil viver em um contexto em que a liberdade é nossa, sim, mas que envolve muitos “iguais”, com os mesmos direitos.

A reportagem do Fantástico é uma denúncia a essa falta de respeito verdadeiro para com o “outro”. Um comportamento destrutivo, violento, quando a própria individualidade não é respeitada integralmente. Contudo, existe também outro lado, em que se promove uma juventude forte, dona de si, mas sem ser violenta.

Desde o inicio do ano, um projeto importante tem sido realizado no Brasil. Promovido pela comunidade terapêutica Fazenda da Esperança, que realiza um trabalho sério de recuperação de drogados, o Forte sem violência é já uma tentativa, um começo de solução, para o grave problema que assola a juventude.

Em parceria com a empresa alemã Starkmacher e a banda internacional Genrosso, será feita uma série de espetáculos pelo Brasil, junto com alguns jovens “recuperandos”, visando promover uma cultura de paz.

Um aspecto interessante é que o projeto nasceu na Alemanha justamente para combater a violência dentro do contexto escolar. No Brasil o projeto foi construído como proposta de combate e prevenção às drogas, mas, pelo que se pôde ver ontem no Fantástico, essas realidades estão mais próximas do que se imaginava.

Os casos de violência nas escolas têm sim relação direta com as drogas, mesmo que não seja o único fator. Dessa forma, projetos como o “Forte sem violência” precisam ser apresentados à sociedade como possíveis alternativas, propostas concretas, de promoção de um projeto educativo que envolva a pessoa humana, na sua integridade.

Assim a juventude, talvez, possa descobrir que a consciência dos próprios limites é, sobretudo, uma grande oportunidade para descobrir o valor do “outro” e a possibilidade de um crescimento em conjunto.

Um ambiente de descoberta reciproca dos próprios talentos, da própria vida, na relação positiva com o “outro”, igual em direitos, mas profundamente diferente, impulsiona uma sociedade sem violência nas ruas, nas escolas, nas comunidades.

Mais informações sobre o Forte sem Violência:

Forte sem Violência

Telefones: (12) 3013-6441

Email: fortesemviolencia@fazenda.org.br

Silênciar

Silênciar

Acordo assustado depois de uma noite mal dormida.

O som do sinal da escola ao lado ressona nos meus ouvidos, preparando-me para mais um longo dia.

Levanto, me troco, preparo o café e o silêncio que se instaura perturba.

Ligo o rádio, a tv, para não ouvir eu mesmo.

Saio, vou trabalhar e o meu walkman me acompanha em cada minuto do dia. Nada de brechas, o silêncio me incomoda, me entristece.

O dia passa e procuro conversar com as pessoas, estar o menos possível sozinho, para não correr o risco de ouvir a minha voz.

Chego em casa, ligo a TV. Nem me sento para assistir, mas fujo do silêncio.

É o silêncio que me fala, grita para que eu seja ao menos modestamente consciente de que existem passos necessários, escolhas delimitadoras, caso almeje a Felicidade.

Encosto a cabeça no travesseiro e me rendo. Dou-me conta da vida mesquinha e alienada que tenho vivido. Faço muito e vivo pouco. Nem tudo tem sentido, nem sempre acredito que o que eu faço vale a pena. Quase nunca estou feliz.

Aquele diálogo momentâneo, de poucos minutos comigo, serviram para que eu aprendesse a silenciar.

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