Não se renda, para que eu não me renda.
Quando acordo com aquele sentimento de vazio,
Ou o desespero gotejante das tristezas
que parecem me consumir em doses homeopáticas,
Quando perco a fé ou, para os leigos,
a certeza de que as coisas não acontecem por acaso.
Ou mergulho introspectivamente em mim,
para achar respostas inexistentes.
Eu me rendo.
Não se renda, para que eu não me renda.
Diante dos males de hoje,
em que somos levados a perder as esperanças.
Ou quando o ódio se instala no meu coração,
como neblina a cegar-me os bons sentimentos,
que fazem com que as pessoas se aproximem de mim.
Quando não sou “homem novo”,
não me entrego completamente aos relacionamentos experiências,
por medo ou covardia.
Eu me rendo.
Viver a minha vida, ser feliz individualmente tem seu mérito,
mas é esse o ponto de chegada?
Ser uma pessoa considerada relativamente boa, honesta, morrer e fim?
Tenho me perguntado muito sobre esse fim,
se tenho vivido suficientemente bem, aproveitado cada momento,
para o caso de a vida chegar ao seu vértice.
Tenho vislumbrado a redenção em tantas coisas,
prazeres vãos, fraquezas, medos, angústias,
deixando de observar o desenho das nuvens, o brilho das estrelas,
a beleza dos sorrisos.
E é por isso lhe digo:
Não se renda, para que eu não me renda.
Estamos juntos!