Acabei de falar com o meu pai, que semana passada festejou seus 73 anos de vida. Que privilégio eu sinto de ser filho dele!
Pensar no meu pai me faz sempre refletir sobre o impacto dele na minha vida enquanto pai, homem e, acima de tudo, ser humano. Apesar dos seus limites e vazios, ele sempre esteve presente, com um olhar sereno e um sorriso acolhedor que me fez sentir amado.
Hoje, mesmo com toda abertura da sociedade e o incentivo do Feminismo, o papel do homem continua problemático. Além do machismo estrutural, que muitas vezes custa a vida de mulheres em todo mundo, outro aspecto negativo de impacto avassalador é justamente a aceitação da ausência dos pais dentro de casa. Na partilha das tarefas domésticas, mas sobretudo na falta de participação na educação e no acompanhamento de filhos e filhas.
Infelizmente, existe também um certo conservadorismo imbecil que sustenta a manutenção de papéis ditos tradicionais com justificativas religiosas. Família é um espaço dinâmico, que encontra o próprio equilíbrio no esforço comum e cotidiano de pais e filhos para que todos encontrem a propria realização. TODOS. Nos mais variavelmente coloridos caminhos.
Rotular ou encaixotar os papéis de pais e mães é como cultivar um jardim monocromático.
Que hoje seja um dia para festejarmos pais presentes (valeu pai!), protagonistas, abertos e dinâmicos.
É esse pai que eu tento ser, esforçando-me e rezando todo dia para me aproximar mais dele.