Cresci ouvindo que as coisas passam e quando crescemos os amigos vão embora. Diziam-me que os momentos gostosos se tornariam cada vez mais raros e a vida ficaria gradativamente mais chata.
Porém, o que tenho percebido e concluído com o passar dos anos, é que sim, as fases passam, acabam. Eu, por exemplo, não posso mais gozar do descompromisso e do baixo grau de responsabilidades de outrora, mas em relação às coisas mais prazerosas da minha vida: momentos de encontros e reencontros, conversas, café da manhã em família, futebol e a euforia ao conhecer alguém interessante, todas elas vão voltando em ciclos.
Dei alguns passeios pelo mundo, conheci pessoas, fiz experiências duras, fortes e profundas, mas ECCOMI (eis me aqui, em italiano) novamente, sentando escrevendo memórias, depois de um final de semana na casa do Bruno, de uma noite de conversas sobre o desenrolar irracional do meu relacionamento com ela, um café da manhã em família… Tudo como há nove anos atrás.
Os encontros com esses meus amigos de infância não têm sido raros este ano. Depois de um longo período onde ao menos um de nós estava em algum lugar distante, muitos foram os reencontros maravilhosos e que me deram a certeza de que as coisas construídas pelo amor, realmente não passam.
Engraçado é ver que também a felicidade é a mesma, que algumas dificuldades foram superadas, outras perduraram, mas o crescimento sempre veio acompanhado de novos desafios, obstáculos. E a vida, nunca deixou de ser esse grande e contínuo espiral.
Os anos passam (e talvez seja realmente o tempo a única coisa que concretamente passa e não volta), mudam-se as fases, perdem-se certezas, para construir outras, novas, mas fica sempre aquela incontrolável vontade de ser feliz e aproveitar cada segundo, dessa tão única oportunidade de dançar na festa que, infelizmente, tem hora indeterminada de acabar.