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Mãe, incondicional

Dois meses já se passaram da fantástica experiência do nascimento da nossa pequena Tainá e só agora me sinto pronto para partilhar um pouco daquilo que temos vivido nessa nova etapa da nossa família.

Durante esse período, temos nos ajudado dia após dia a nos tornarmos pai, mãe e filha. Não vou esconder que alcançar o desejado equilíbrio tem exigido muita disposição física e psicológica pois são três novas realidades que nenhum de nós estava acostumado a viver.

Testemunhar o «nascimento» da Flavia como mãe tem sido uma das experiências mais lindas dessa fase. Como grande parte das mulheres, ela também teve de passar pelas dificuldades e inseguranças comuns nos primeiros dois meses de vida de um bebê. Algumas soluções deram muito certo, outras nem tanto, mas grande parte dos desafios iniciais passaram (e chegaram novos).

O mais interessante é notar que a Flavia não vive ansiosa para que as fases dessa nova vivência passem rápido. Desde que a Tainá chegou, todos os dias em que olho para minha esposa, mesmo cansada, sinto leveza e contemplo um semblante “novo” que para mim é Mistério. Essa experiência me fez entender que o “ser Mãe” não está na perfeição das tarefas cumpridas ou nas melhores soluções relativas aos cuidados, mas no sentimento que está por trás, que transcende e move tudo isso.

Não acredito que somos programados para algo. Muito menos para amar (ou para não amar). A vida é cheia de oportunidades para descobrirmos o Amor, que muitas vezes se traduz em empatia, paciência, perdão, mas a escolha de fazer por amor (ou não) é nossa.

Podemos reduzir a maternidade/paternidade aos seus automatismos. Lidar com as tarefas e cuidados por obrigação ou enxergá-las como expressão do melhor Amor que podemos gerar. E o Amor respeita tanto o sujeito que ama quanto o objeto desse Amor. Não pode ser nocivo para uma das partes. Assim, mesmo quando amar custa, esse amor-escolha se traduz em serenidade, leveza.

Fico emocionado pelo privilégio de respirar esse tal amor incondicional em casa. Hoje ele é bem mais concreto para mim e é fonte inesgotável de inspiração. Só de observar o comportamento da Flavia em relação à nossa filha sinto-me chamado a ser um pai melhor, que transcende o simples fazer, para aperfeiçoar-se no “como”. Mas vou explicar mais sobre minhas descobertas da paternidade no próximo texto.

O beijo de Deus na alma

beijo de Deus

 

Alguns minutos após publicar a mensagem acima, tive meu perfil do Facebook invadido com centenas de curtidas e dezenas de mensagens de amigos de todas as partes do planeta. Fiquei espantado com as palavras de carinho até mesmo de gente que não vejo há muito tempo.

Viver pelos outros tem sido o projeto de vida da família que eu e minha esposa Flavia estamos construindo juntos. Foi esse o grande fundamento das nossas escolhas até aqui. Foi também o motivo que nos levou a casar e começar nossa vida em família no Brasil. Dois anos depois, fez com que deixássemos tudo para uma missão de três meses na Costa do Marfim e em seguida voltar para Suíça para estarmos próximos da “outra” família e para que a Flavia fizesse o mestrado dela e assim poder servir melhor a sociedade.

Através dos nossos trabalhos e em família optamos pelas pessoas. Porém, vivenciar o desenvolvimento de uma “pessoinha”, fruto do nosso amor, no ventre da minha esposa tem sido algo tão incrivelmente maluco que eu só consigo pensar em uma palavra quando tento traduzir essa experiência para as pessoas próximas: milagre.

Estou procurando me preparar para viver bem esse período. Sou do tipo de pessoa que gosta de ler, ouvir o testemunho de outros casais, para que tudo transcorra da melhor maneira possível. Contudo, a falta de certezas e também o fato de ainda não poder sentir fisicamente a presença da minha esperada filha obriga-me a confiar Naquele que sempre conduziu os nossos passos.

Uma lembrança marcante não tem saído do meu coração ultimamente. Há quase um ano, tivemos o privilégio de estar próximos de um casal de amigos-irmãos brasileiros no momento em que eles se tornaram pais. No dia seguinte ao nascimento, ainda no hospital, nos encontramos com o novo pai que, com lágrimas nos olhos, traduziu aquela experiência com a seguinte expressão: “um beijo de Deus na alma”.

Olhando para os rostos daqueles amigos tão amados e sua filha senti uma onda de felicidade indescritível. No fundo eu sabia que só entenderia tudo aquilo quando fosse a minha vez. Falta pouco, mas não vejo a hora de eu também ser beijado na alma.

 

Mãe

História de um filho da mãe

Essa é uma história edificada por valores humanistas e princípios profundamente cristãos.

Era uma vez uma jovem, como eu, com sonhos e planos comuns à idade. A diferença é que os seus anseios não foram construídos em uma metrópole turbulenta como São Paulo.

A jovem saiu de casa cedo para traçar seu próprio caminho. Estudar, trabalhar e conhecer um mundo além do sítio.

Assim começava uma nova aventura que ainda não terminou e que agora inclui o marido e a mais impactante mudança de sua vida: a chegada dos filhos.

Aqui, maternidade, não significa somente ceder o próprio corpo para que uma vida se desenvolva. Não! Ser mãe é ceder muito de si mesma. De inúmeras horas de sono, dos sonhos para acompanhar o crescimento dos filhos.

Mãe talvez seja o melhor dos eufemismos para sacrifício, prontidão.

Como coadjuvante, o mais fantástico para mim não é ser fruto de uma semideusa, que não erra. Dessa forma o amor profundo pareceria utópico ou talvez difícil de ser espelhado. Não, a vida me fez perceber a beleza de uma mãe humana. Que se desespera diante dos obstáculos, que fala demais, que ri alto, que muitas vezes perde a noção do ridículo e que outras tantas acaba fazendo tudo aquilo que desaprovou um dia nos filhos.

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É aí que o verdadeiro amor se faz possível! Porque não é só ser amado, como filho, mas também poder amar quem me gerou, não só ser perdoado pelas nossas falhas, mas também perdoar. É ás vezes ser pai, outras amigo.

Sempre acreditei na importância de entender o pr da nossa própria história. Quase sempre, é o autor convida alguém especial para introduzir sua obra. Deus também se permite o mesmo, dando-nos uma mulher, uma mãe que nos conduz, desde o início, nessa aventura chamada VIDA.

Dia das mães me faz lembrar risadas escandalosas, provocações debochadas, mas principalmente o sacrifício de criar eu e minhas irmãs de maneira íntegra, de não poupar esforços para nossa realização nos estudos, na profissão e como seres humanos.

Em um mundo aonde a gratidão é tão banalizada, dizer obrigado é uma forma de reconhecer a graça de ser filho e poder celebrar cada dia nesse mundo. Hoje, de maneira particular, por ser um filho da mãe.

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