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Obama e o caminho para uma unidade mais perfeita

Desde a primeira vez que assisti Barack Obama discursar fiquei apaixonado pela maneira como o ainda candidato a presidente dos Estados Unidos partilhava suas ideias com seus compatriotas.

Os discursos de Obama apresentados no livro “Nós somos a mudança que buscamos” revelam muito dos seus ideais, valores e a visão de um país a caminho de uma unidade mais perfeita.

O livro mudou a maneira como eu vejo esse que foi um dos mais brilhantes líderes do século XXI . Ele transformou a minha admiração ingênua por Obama em um profundo respeito por tudo aquilo que ele realizou, apesar das incoerências.

… para mudar é preciso mais que dizer o que se pensa – é preciso ouvir também. Em particular, é necessário ouvir aqueles de quem discordamos e estar dispostos a entrar em acordo.

Pronunciamento na CERIMÔNIA de formaTura da universidade de howard, 7 de maio de 2016

O paradoxo da ascensão de Donald Trump logo após um líder como Barack Obama é no mínimo intrigante, e mostra que a democracia é um longo, complexo e tortuoso caminho, cheio de imperfeições e frustrações, mas que, mesmo assim, como diz o próprio Obama, é a melhor alternativa que temos.

Chiara Lubich pelos olhos de Armando Toro para o mundo inteiro

“Uma mensagem escandalosamente interessante”. Foi assim definida a vida de Chiara Lubich pelo escritor da primeira biografia “post mortem” da fundadora do Movimento dos Focolares, Armando Toro, em uma visita ao centro do Movimento em Grottaferratta, na região dos Castelos Romanos.

Antes do Concilio Vaticano II, que transformou a Igreja Católica, (mesmo que ainda não completamente encarnado pela igreja institucional) Chiara Lubich apresentou às suas companheiras, sob os bombardeios da Segunda Guerra Mundial, um Deus que, apesar das fatalidades e da dor tantas vezes incompreensível, é AMOR.

Porém, nem ela e nem ninguém imaginava que essa descoberta levaria milhares de pessoas em praticamente todo o mundo a conhecer esse “novo conceito” de Deus, com as suas posteriores consequências.

As origens, compreensões pessoais gradativas de Chiara Lubich e o desenvolvimento rápido dos Focolares são apresentados em “PortarTi il mondo fra le braccia” (em português, “levar-se o mundo entre os braços”) por um jornalista, editor do “Corriere della Sera”, um dos principais jornais italiano. Armando Toro não conheceu pessoalmente Chiara e se ateve aos incontáveis documentos e as entrevistas para construir sua biografia.

Momentos de maravilha e dor acompanharam a fase carismático-fundadora dos Focolares, período que se concluiu no dia 14 de março de 2008, quando a sua “mae” morreu aos 88 anos.“Chiara Lubich abraçou mais do que muitos (misticos) o vazio (de Deus), essa não presença, esse Cristo sofredor no abandono e entendia aqueles que não acreditavam, aqueles que experimentavam esse vazio constantemente”, afirmou Toro na sua visita ao centro dos Focolares.

Um livro importante para quem acredita no amor e que investe no dialogo como instrumento para a construção de um mundo melhor, seja ele no âmbito religioso, politico, cultural ou até mesmo econômico.

O livro foi recentemente publicado em português pela Editora Cidade Nova e custa R$29,00 no site, mas quem quiser adquiri-lo em língua original pode comprar online no site da editora Citta Nuova (clique aqui)

Ginetta Cagliari: Uma vida pelo Ideal da Unidade – Sandra Ferreira Ribeiro

Ginetta não é só a minha mãe espiritual, é também biológica.

Sim!

Com certeza, se essa mulher fantástica não deixasse a singela Trento, no norte da Itália, para se aventurar nas terras tropicais do Brasil, eu nunca estaria aqui escrevendo sobre nada, nem ninguém.

Foi por meio de Chiara Lubich e o Ideal da Unidade, concretizado pela presença viva do Movimento dos Focolares como instituição de caráter religioso, que meus pais puderam se encontrar.

Um retiro espiritual para toda a comunidade, a tal MARIApolis, levou meus pais a se conhecerem, se apaixonarem e se casarem.

Quem lê essa biografia sobre Ginetta, sinceramente, vai encontrar muita insanidade no que diz respeito aos escrúpulos humanos. Ela não raciocinava, se lançava, amava e por isso, conquistou tanta gente.

Encontrei-me com esse livro em mãos justamente em um momento particular de escolha radical entre ser FELIZ ou buscar a MÁXIMA FELICIDADE. A singularidade da vida, o radicalismo de Ginetta, me fizeram perceber que não é possível se contentar com o bom, é TUDO ou NADA.

Entendi também que os sonhos mais insanos, mais impossíveis, se são fruto do desejo divino, se concretizam. Isso eu pude experimentar diversas vezes na minha vida, de maneira concreta.

Falar de santidade vai parecer “carolisse”, coisa de beato de igreja, realmente percebo que são rotulações de quem tem medo de se descobrir VAZIO.

A busca de práticas religiosas cotidianas, da vida em comunidade, da oração e contemplação do mundo, contrasta de maneira gritante com o frênesis contemporâneo. Nietzsche diz que Deus está morto, mas o que realmente vai morrendo, sempre mais, é esse desejo interior profundo de buscar A MÁXIMA FELICIDADE, que para o cristão se traduz em um termo forte: SANTIDADE.

Sim, é possivel ser um SANTO MODERNO, que não é aquele estigma do perfeito, do certo, do intocável. A santidade é uma batalha, cotidiana, cheia de erros, acertos, é uma busca constante e insaciável nesta terra.

Ginetta pra mim, que pude conviver “de perto”, é essa possibilidade realizada. É alguém que não parou nos próprios limites, mas buscou o divino, deixando o “impossível” para quem pode se ocupar dele.

Enfim, tudo o que sou, que penso, que faço tem raiz nesse amor…

Será que posso esperar menos? Desejar menos?

Tudo ou Nada…

Ainda bem que não estou sozinho.

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