Sou um parasita de humanos.
Nutro-me do meu próprio e sujo sangue,
Sugando-o em uma hemodiálise canibal.
Foi ela que me fez ignorar a importância do “outro”,
E então concluir que sou mais um monstro espelhado,
Refletindo mais de mim mesmo
E menos de quem gostaria de ser.
Prefiro me fechar em meus limites, defeitos e pecados,
Por medo de assumir minha culpa.
Engano-me com uma felicidade desgostosa,
Aceitando atuar em um monólogo vazio.
Sou um verme vetado a morte, não de fome,
Mas de inutilidade.
Cansando-me de olhar no espelho e não me ver.
O profundo, um dia fecundo.
Hoje, cada vez mais, é moribundo.