Incertezas

Brinco com as minhas maiores incertezas, certo de que não é porque eu não entenda, não esteja provavelmente pronto, elas não tenham uma resposta verdadeira.

E fruto dessa ignorância, desses meus incontáveis limites, encontro a mais importante virtude do tal Novo Milênio: Paciência.

Ás vezes quero resoluções imediatas para os meus problemas, para os problemas dos outros, para os problemas do mundo. É muitas vezes massacrante estar sentado 8 horas em uma cadeira, discutindo política, economia, enquanto, do lado de fora da Redação, perco a conta dos tantos necessitados que precisariam de alguém que, ao menos, pudesse ouví-los, encorajá-los, e eu aqui.

Contudo, vejo que existem outros tipos de necessidades, menos gritantes como a falta de comida, de abrigo… a falta de Sentido para vida.

Assim, encontro sim sentido em todos os lugares em que as “situações” me colocam. Estou diante de pessoas que muitas vezes tem sim todas as condições de se desenvolverem humanamente e espiritualmente, porém, se apegam à coisas vãs.

Quase de improviso, lembro-me de uma conversa com um desses jovens franciscanos da Toca, em que deixei evidente o meu estupor e admiração pelo trabalho deles com os pobres e a tamanha frustração de fazer sempre pouco por eles… Então ele me mostrou justamente os diferentes tipos de pobreza e aquela, talvez mais grave, pobreza de espírito.

Entendi, desta forma, que procurar viver pacientemente cada momento, procurando dedicar tempo e atenção para quem está ao meu lado, é o melhor maneira de, aos poucos, ir clareando as incertezas.