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Sabe quando a gente, mesmo cansado, exausto de apanhar, percebe que ainda faltam alguns “rounds” para o fim da luta e que, se quiser dar cabo do combate, é melhor deixar-se cair no próximo soco? Bom… é imerso nessa cena em que me vejo nesse exato momento.

Venho sendo questionado pelo caráter tantas vezes pessimista dos meus escritos, mas os tenho feito desta maneira, sobretudo porque as prestações em que a minha felicidade procura “vender-se” vencem a cada quinzena.

Agora, que aparentemente estou quase são de uma batalha perdida, de um quase definitivo nocaute, recebo um soco no baço, ou mesmo na cara. Ele sempre vem.

Procuro aos poucos me fortificar para agüentar todas as lutas até o final, mas às vezes me dou conta de que o melhor mesmo é entregar, me render.

Em algumas lutas o adversário nem sempre está preparado para nos vencer, a nossa vontade é maior que o medo, mas quando não é assim, é melhor não pensar que é possível suportar os golpes por tanto tempo.

Por isso, eis-me aqui, rendido novamente. Derrotado pelas circunstâncias, mas crente, de modo subjetivo, que vou entender só depois, a importância de mais essa derrota.