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Copa fora do Brasil: será que o pessoal vai mesmo assistir?

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Amanhã começa a Copa do Mundo. Bandeiras enfeitando as ruas, as janelas das casas, a entrada dos edifícios; o asfalto sendo pintado de verde e amarelo; os “bolões” nas empresas, universidades, condomínios que talvez nos deixem um pouco menos pobres no dia 13 de julho. Isso tudo, só se você estiver no Brasil neste exato momento!

Aqui, a 9.400 km de distância do País do Futebol, mais exatamente no País do Tênis ou do Chocolate, não vai ter nada disso! Faltando um dia para a partida de abertura do evento esportivo mais importante do mundo, não se sente por aqui nem um mínimo entusiasmo de “Copa do Mundo”.

Nada de bandeira na janela

Há algumas semanas atrás, fui alegremente comprar minha bandeira tupiniquim (e outra da Suíça, afinal de contas somos uma família binacional) na esperança de pendurá-la na sacada do nosso pequeno apartamento. Decidi esperar alguns dias para ver se haveriam outras na nossa rua, mas nada.

Ninguém! Nenhum habitante da nossa rua, ou melhor, do nosso bairro inteiro, colocou a bandeira do próprio país na janela de casa! Os únicos lugares que têm decoração de Copa do Mundo são os supermercados, que querem aproveitar a ocasião para enfiar “goela abaixo” os produtos diretamente relacionados ao evento.

Dessa forma, tenho de admitir, fiquei com vergonha de colocar minha bandeira na janela.

O pessoal vai mesmo assistir à Copa?

Pelo fato de gostarmos muito de viver bons momentos com nossos amigos (e não querendo uma resposta negativa para a pergunta acima) eu e minha esposa decidimos convidar a “gringaiada” para assistir conosco Brasil x Croácia aqui de casa. Cerveja, chips de feijoada (dá pra acreditar????), guaraná antártica. Tudo pronto para a festa de amanhã (espero!).

Copa

Festa? Bem, sinceramente, não acredito que vai ter muita festa por aqui. Talvez eu até tenha que tomar cuidado para não gritar demais e acordar os vizinhos que, provavelmente, estarão dormindo. (Pois, afinal de contas, depois de amanhã é dia de trabalho!)

Enfim… vamos ver como vai ser assistir mais uma Copa fora do Brasil. Espero que dê mais sorte que na Copa passada. Entretanto, dessa vez, vou contar tudo para quem quiser saber.

Eleições

E agora? Eleições só em 2014

Eleições

As Eleições no Brasil finalmente acabaram. O mais interessante é que nunca me senti tão imerso na realidade da CAMPANHA (Fig. Grande esforço para obter um fim) POLÍTICA, mesmo estando há mais de 9500km de distância do meu país.

E esse “finalmente” é bem comemorado, pois “nunca antes nesse país” vi tantos confrontos, não no sentido positivo do diálogo aberto, de escuta, de esclarecimento de posições, de propostas e projetos, mas de disputa primária, que me deixa somente o sentimento de “o que valeu tudo isso?”.

Todas as vezes que escrevi ou coloquei minhas paupérrimas opiniões a respeito de algo que tivesse relação direta com a disputa presidencial, era atacado com veemência e por isso acabei preferindo me pronunciar pouco, ainda mais porque, afinal de contas, não teria nem meu direito ao voto assegurado, já que estou fora do país e não tive tempo de atestar residência no exterior.

Nas inúmeras agressões dialéticas, estupros da consciência, o que importava era, sobretudo, convencer. Por meio de argumento de autoridade (usando fontes pouco seguras como a Imprensa Brasileira e outras instituições aparentemente sérias como ONGs e Institutos de Pesquisas) ou atestando filósofos… Aristóteles, Focault…  Puro Sofismo!

Enquanto os pais do pensamento e da política ocidental devem estar se remoendo em suas tumbas, me pego pensando: Como é que os esclarecidos e intelectuais do Estado de S.Paulo elegeram o Tiririca??

Eleições

Durante os últimos dias chegaram até a me perguntar se me coloco acima do debate. Eu, acima do que?

Não estou acima de nada, só quero ter um pouco de paz ao exercer minha liberdade de expressão, sem me remeter ao intelectualismo que fica sentado elaborando propostas, projetos, mas nunca saiu do escritório com ar condicionado e olhou nos olhos de um desempregado, morrendo de fome, vivendo na miséria, nunca pegou um ônibus ou o Metrô as 7h da manhã. Se política é fazer projetos maravilhosos, mas que não resolvem o problema dos necessitados, prefiro continuar ignorante a respeito dela. É, sobretudo, para essas pessoas que  a política deve trabalhar. È para dar dignidade àqueles que não tem e não sustentar bancos, multinacionais, que enchem o bolso de poucos e deixa jogado na sarjeta muitos.

Enquanto não tiver comida, educação e saúde seremos um país de hipócritas. Enquanto houver miséria de um lado e “discursismo” do outro, sem trabalho, sem ações concretas (que começam no serviço e no “papel” de cada sujeito político em seus ambientes) vou gritar minha ignorância e vou desejar um respeito “desintelectualizado” e uma escuta verdadeira que está longe de acontecer.

Queria muito que todos aqueles que me interpelaram durante esses últimos meses escrevessem, produzissem, fizessem algo de concreto para ajudar pessoas ignorantes e pouco esclarecidas, como eu, a entender melhor o que é política.

Mas falar é fácil!

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