Estamos na semana em que eu e minha esposa iremos comemorar um ano de casados. Mas, eu me pergunto, o que as nossas bodas de papel têm a ver com um texto de blog? Qual a importância de um evento familiar para pessoas que irão ler esse post e, possivelmente, nem nos conhecem?
Vivemos em uma sociedade em que a vida pública e privada se confundem, principalmente pelo fato de que os contextos de socialização ganharam, com o universo virtual, uma amplitude particular. Claro que isso não tira das famílias – e, principalmente, dos pais – a responsabilidade de saber dosar o virtual e o real, como diria a cara Mariana Assis.
Um dos maiores protagonistas da exposição da vida familiar contemporânea é o famoso Facebook. Dentro desta rede social nos “mostramos” de uma maneira nova. Compartilhamos nossas experiências em um ambiente que acreditamos, muitas vezes, privado, sem saber, contudo, que as informações têm uma difusão difícil de controlar.
Privacidade, partilha e promoção de valores
Olhando a questão da privacidade, no interior das redes sociais, deve-se, de certa forma, temer, ou melhor, agir com prudência quando postamos alguma coisa. Existem sim pessoas mal intencionadas que podem fazer mau uso das informações que colocamos na internet. Por isso, é importante ter consciência e conhecimento para não se prejudicar ou prejudicar a própria família. Não vou explorar esse argumento, para expor um outro “lado” das redes sociais.
Um importante aspecto que as pessoas acabam esquecendo, às vezes por temor ou até por egoísmo, é que a família também é constituída por uma dimensão comunitária. Isto é, necessita partilhar as experiências com pessoas próximas ou mesmo àquelas que se afastaram de alguma forma, para prosperar, crescer, superar os momentos de dificuldade que atingem qualquer relacionamento. As redes sociais podem sim ser um meio de partilha profunda, que ajuda a manter o contato com pessoas que, por diversos motivos, estão fisicamente longe.
Outro aspecto bonito da “vida pública” familiar nas redes sociais é a possibilidade de, por meio de um testemunho positivo, promover valores em escala exponencial. A internet é e será sempre uma ferramenta que pode ser usada, tanto para rebaixar o ser humano e a família, como para promovê-los, ressaltando a rica complexidade e a capacidade de difundir o bem comum. Depende muito do modo como nós a usamos.
Um ano de aventura comunitária
Dessa forma, vale sempre (com prudência e tomando cuidado em não expor a família de maneira negativa) usar todos os meios, inclusive os virtuais, para mostrar a beleza das dinâmicas familiares.
Junto com a minha esposa, estamos descobrindo, aos poucos, como testemunhar “ao mundo” o amor que acreditamos. Um amor que é bonito porque vivido com tantos amigos queridos, famílias maravilhosas e pessoas que, mesmo longe, nos ajudam a não perder o foco e a nossa essência; ajudam-nos a lembrar de que existe uma “missão” para cada família dentro da sociedade em que vivemos.
As nossas bodas de papel
Tenho que dizer, de coração, que o primeiro ano de casado superou as minhas expectativas. Claro que, quando pensei que estaria ao lado da pessoa que mais amo, 24 horas por dia, já imaginava o quanto 2013 seria bom, mas a felicidade não pode ser mensurada.
A vida juntos é uma aventura incrível. No nosso caso, enriquecida pelas diferenças continentais, é ainda mais uma descoberta contínua, um exercício de compaixão, de comunicação, respeito e principalmente um esforço cotidiano para vivermos voltados, cada um, para a felicidade do outro.
Ao completar um ano de casado, segundo a crença popular, comemoram-se as bodas de papel. No advento de completar essas bodas, posso afirmar, que no nosso caso, não é um simples papel, mas um lindo origami.