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Re-começar

Re-começar

Pés calejados, mas não por caminhar em círculos.

E sim tentando me reconstruir, sem muletas.

Carente de pessoas pretas

e de profundos vínculos.

Os passos em direção ao mar acalentam

Dias de luta e de glória que se complementam

Com sorrisos sonoros, olhares quentes

Experimento o amor e o amar, interdependentes.

E no repousar, recobrar o respiro

ressignifico derrotas, vitórias, inspiro.

Para que o ar entre, e eu reencontre a paz

Certo de que nem sempre a gente é capaz

Cair, levantar, perder,

aprender a lutar.

E diante das intempéries,

dia após dia,

re-começar.

Pascoa

Páscoa

Felizes os que nutrem 

a teimosa esperança!

E os que cultivam a lembrança,

Daquele que deu a Vida. 

Não a tirou.

Hoje celebro o amor triunfante,

Após o vazio sufocante.

Para continuar acreditando, 

mesmo exausto,

De que o bem vence, 

não importa o percalço.

Páscoa é renascimento cristão,

Certeza de que nada foi em vão.

Sacrifício de amor.

Hoje re-significamos a dor

Mesmo parecendo loucura.

Amar, doar-se. 

Divina aventura. 

amem-se

Amem-se

Partiu para o Paraíso um dos pilares mais importantes da minha história. E é impossível não olhar para traz com lágrimas nos olhos, admiração e profunda gratidão pelos momentos que, por intercessão dela, eu pude viver!

O seu amor “direto e reto”, o senso de justiça fruto do seu suor e lágrimas moldaram a imagem que construí dela. Uma mulher forte, concreta e imensamente enraizada na Fé de que Deus é Amor. Até o fim.

Nos últimos anos nossos encontros foram raros, mas simples e profundos. Em sua última mensagem para mim, o Deus que ela tanto amava está vivamente presente, abençoando a minha família, com alegria profunda.

É assim que vamos permanecer sempre unidos ! No imenso amor a Deus. No desejo de sermos agentes ativos de uma nova humanidade. Na certeza de que quando nos amamos, dinificamos o nosso agir e transformamos o mundo. Começando pela nossa família e pela comunidade em que vivemos.

Amem-se.

Amor

Três anos de um amor sublime

Erick Fromm, em seu fantástico livro A arte de amar, ressalta que, por seu caráter altruísta, o amor de mãe é considerado a forma mais alta de amor e o vínculo afetivo mais sagrado.

E quem sou eu para questionar o amor de mãe? Nem ouso me comparar! Porém, desde o dia 22 de maio de 2017 tenho me esforçado para elevar o meu amor paterno ao patamar de doação e empenho que vejo e admiro em tantas mães, sobretudo a que convivo diariamente.

A paternidade me fez deslumbrar um amor novo, avassalador. Daqueles que dói o coração com a distância e que aquece a alma na convivência. A vida tem sido esse festival de emoções desde a chegada da Tainá, nossa primogênita, que hoje completa seu terceiro ano de vida.

Tainá é um tsunami de energia, alegria e sapequice. Habilidosa bilíngue, exímia desenhista e sensível como só uma criança é capaz de ser. Tainá me faz experimentar um amor sublime. Que ama por eu estar aqui, ser seu pai. A única moeda de troca é o meu tempo, quantitativo e qualitativo.

Hoje a festejo com a gratidão de filho de Deus e o orgulho de ser seu pai. Faz três anos que a Tainá tem sido a estrela que ilumina nossas manhãs, nos ajudando a ser pessoas melhores, aceitando nossos inúmeros limites. É uma caminhada incrível que temos o privilégio de poder percorrer juntos.

Elena

Um grande amor pela pequena Elena

Há poucos meses descobri que serei pai e, de repente, tive de me deparar com um aspecto da minha humanidade até então desconhecido. Perceber o apressado desenrolar das semanas e vivenciar o milagre do desenvolvimento de uma nova vida humana têm sido uma experiência emocionante, mas que também traz novos medos. Será que serei capaz de prover o essencial para minha família? Conseguirei transmitir os valores que recebi dos meus pais, da minha cultura, para minha filha?

Independente do que ouça ou sinta, sei que essa nova perspectiva tem se revelado porque eu e minha esposa tivemos a coragem de escolher viver a maternidade/paternidade, mesmo em tempos tão difíceis. Essa escola de vida também me ajuda a entender a verdadeira extensão do que significa amar alguém.

Recentemente, me deparei com um exemplo bonito, dolorido e verdadeiro que ilustra concretamente esse amor tão particular de pais para filhos. Pouco antes de sua filha completar um ano, meus amigos Carla e Léo perceberam que a pequena Elena não reagia aos estímulos sonoros. Baterias e baterias de exames e com a suspeita de deficiência auditiva confirmada, a vida dos dois deu uma reviravolta. De longe tenho acompanhado a difícil batalha deles para encontrar cuidados apropriados e alternativas médicas que permitam solucionar o caso da Elena. Quanta dor! Mas que luta incrível!

Após muita procura, Carla e Leo descobriram que a única possibilidade de a Elena ouvir é uma cirurgia de implante de tronco cerebral (ABI), que poucos médicos fazem no Brasil e nenhum deles tem resultados satisfatórios no procedimento. A busca incansável levou-os a conhecer um médico na Turquia com mais experiência neste tipo de cirurgia, o que aumentaria muito as chances de uma resposta positiva após o implante. Assim começou uma nova etapa na vida dos dois, com dezenas de atividade para angariar fundos para custear a cirurgia.

Arriscaria dizer que, se não estivesse no advento de me tornar pai, dificilmente entenderia o porque de tanto sacrifício. E se nunca conseguirem os 320 mil reais da cirurgia na Europa? E se o dinheiro chegar, qual a garantia de que a operação vai dar der certo?

Claro que não existe resposta segura para nenhuma dessas perguntas. Mas é isso o que realmente importa? Independente do que o futuro reserva para a pequena Elena, a experiência que está sendo feita ao redor dela já é uma das maiores lições de amor mais genuínas que ela poderia receber. Amor que contagia e que extrapola os limites do lar da Carla e do Leo, cria um sentido profundo de comunidade e move aqueles que estão ao redor da jovem família.

Acredito muito nesse Amor e deixo-me ser movido por ele. Assim, mesmo à distância, encontro-me diariamente com os meus amigos de São Roque.

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Quer ajudar concretamente a pequena Elena? Visite a comunidade do Facebook «Ajude Elena» e veja as inúmeras possibilidades de contribuir.

Lei o artigo do G1 sobre a Elena AQUI 

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