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Filhos. Sim? Não? Porque?

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Recentemente muitos dos nossos amigos nos surpreenderam com a maravilhosa notícia de que estão grávidos. Isso sem contar a quantidade de filhos lindos que nasceram no último ano. Por outro lado, não raramente, tenho encontrado casais que optam por adiar a gravidez ao máximo, visando desfrutar de uma tranquilidade financeira, ou por quererem aproveitar o máximo da vida, viajar.

Há dois anos casados, recentemente temos nos perguntado se já é o momento de mergulharmos na aventurosa missão da paternidade.

Filhos: porque sim e porque não?

 “Na sociedade em que vivemos não existe mais a obrigação de se manter em um casamento e criar família, a vida de solteiro se estende por mais tempo, vida agitada e sem horários, com maior dedicação profissional”. Além disso, “a violência nas cidades e o medo de não conseguir dar do bom e do melhor aos filhos” podem ser considerados, segundo a autora da frase, bons motivos para evitar ter filhos.

Encontrei essa afirmação em um texto de blog que vê o casamento e a paternidade como “empecilhos” na vida de quem os escolhe. É comum essa visão negativa e, ao meu ver, parcial dos críticos do casamento e da paternidade. Casar e ser pai, mãe, muda a nossa vida definitivamente. Não só trazendo preocupações, a necessidade de sacrificar projetos individuais, mas também nos fazendo descobrir outras nuances do Amor e nos ajudando a entender que, no final de contas, somos feitos para partilhar nossa existência.

filhosNão digo que para ser feliz é imprescindível casar e ter filhos, mas acho que ambas as escolhas proporcionam um “tipo” de realização muito especial.

No meu caso e da minha esposa, decidimos casar. Mas casamento, para nós, não são só os sacrifícios pessoais que fazemos, mas é, principalmente, a alegria de vivermos juntos as mais “coloridas” experiências que a vida nos apresenta.

Queremos também ser pais, pois um dos objetivos do nosso casamento é ser família. Somos muito felizes “a dois”, mas ser casal é diferente de ser família.

Questionamentos de um casal binacional

Quando e onde são duas perguntas que mexem com todo casal, mas particularmente com um casal binacional. A distância de casa e a falta de uma estabilidade mínima, muitas vezes dificultam uma decisão tão importante como a de ter filhos.

Os projetos pessoais de cada um também não devem ser descartados em uma família. Acredito que a decisão da paternidade não deve “atropelar” os sonhos individuais que, com um filho, podem ficar mais difíceis de serem concretizados.

O sentimento crescente da paternidade

filhosEu e minha esposa sempre dizemos que estamos abertos à paternidade. A maneira com a qual temos vivido o planejamento familiar dá brechas para a gravidez, mas, neste momento das nossas vidas optamos por primeiramente concluir algumas etapas importantes que começamos.

Enquanto isso, o que fazer? Nesses dois primeiros anos de casamento tenho percebido o quanto é positivo fazer escolhas de maneira gradual.

Uma gravidez inesperada, a demissão no trabalho ou alguma outra situação familiar, pode acabar “obrigando” um casal a amadurecer rapidamente. Assim, poder viver com tranquilidade essas experiências ajuda muito, principalmente quando a vida juntos acabou de começar.

Dá para saber a hora certa?

Está aí uma pergunta que tenho me feito muitas vezes: como saber a hora certa de ter um filho? Talvez um importante aliado seja o diálogo entre o casal. Entender aos poucos o que é importante para cada um, como buscar a estabilidade financeira, equilibrar a vida profissional no pós nascimento, como será a educação dos filhos, ajuda a se preparar para a paternidade. Como diz a minha esposa: “uma criança demora 9 meses para chegar, justamente para que possamos nos preparar para a paternidade”.

Acreditar, rezar e amar: quando Deus ajuda a família

Acreditar

A diversidade deve ser sempre conciliada com a ajuda do Espírito Santo; só Ele pode suscitar a diversidade, a pluralidade, multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade.

Eu encontrei a frase religiosa acima na exortação apostólica Evangelii Gaudium, Alegria do Evangelho, em português. Geralmente não gosto muito de fazer discursos religiosos, pois acredito que cada um, à sua maneira, deve viver a própria Fé, sem alguma necessidade de convencimento doutrinal.

Porém, fiquei impressionado com essas palavras do Papa Francisco, pois elas resumem bem o significado de uma forte experiência que eu e minha esposa vivemos recentemente em família.

Dificuldades com a família de origem.

Ninguém casa pensando na dor ou nas dificuldades inerentes da vida à dois. Comigo foi igual.  Casei certo de que a minha esposa era (e é) a mulher da minha vida, depois de ter feito outras experiências e entendido que essa escolha não é, como pode parecer, relativa.

Pois bem, desde o dia em que decidimos começar “formalmente” nossa vida juntos, passaram-se alguns (poucos) anos e, graças ao bom Deus, vivenciamos muito mais momentos positivos que experiências negativas. Porém, nos últimos meses, fomos surpreendidos com um conflito, normal, mas até então inédito em nossa vida familiar.

Por motivos que não irei transcorrer aqui, para não me alongar, tive um triste desentendimento com o meu sogro, com quem sempre mantive uma relação de muito respeito e confiança. Como vivemos distantes dele, as possibilidades de comunicação que tínhamos no momento acabavam sempre sendo má interpretadas e por isso, por quase quatro meses, eu e minha esposa sofremos por não podermos esclarecer pessoalmente o mal entendido.

Acreditar na importância da oração instrumental[i]

AcreditarA impossibilidade de fazermos algo concreto, com as nossas forças, para resolvermos rapidamente a situação, nos levou a uma solução, para mim, inesperada: rezar. Confio e sempre confiei muito na oração, mas nunca tive uma relação instrumental com ela, acreditando que o simples fato de rezar poderia resolver aquilo que estávamos vivendo.

Mesmo assim, juntos, decidimos rezar um Pai Nosso após as missas que participamos, pedindo a Luz e a felicidade do meu sogro e acreditando que Deus poderia clarear em nossos corações o significado dessa experiência.

Porém, o dia do confronto chegou. Depois de muita tensão e lágrimas, conseguimos alcançar a desejada reconciliação. Um momento marcante, vivido entre todos e que me mostrou, mais uma vez, como o Amor é capaz de triunfar sobre o mal.

Foi Deus ou fomos nós?

A resposta que me dou a essa pergunta, sem pestanejar, é: foram ambos. Como diz a frase do Papa Francisco: “A diversidade deve ser sempre conciliada com a ajuda do Espírito Santo; só Ele pode suscitar a diversidade, a pluralidade, multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade”.

Digo isso porque, quase sempre, os conflitos –  como o que tive com meu sogro –  se manifestam por conta da diversidade, que em si é positiva. Porém, a tolerância (e a misericórdia) em relação ao outro, a tal “unidade” que a frase parece evidenciar, exige algo que vai além das nossas forças humanas. Essa experiência que vivemos juntos, com a minha esposa e toda a nossa família europeia, me mostrou de maneira única o poder da oração instrumental e, com ela, a disposição de fazermos a nossa parte, para buscar a almejada unidade, na diversidade.

[i] Quando digo instrumental, considero a oração algo que serve como um meio – não necessariamente o único –  para determinado fim positivo. Nós não acreditamos que a oração tem um valor que se limita a sua imediata instrumentalização, como uma fórmula mágica. O que cremos é que, rezando para um determinado fim, colocamos todo o nosso ser, limitado e insuficiente, nas mãos da Força Divina, capaz de auxiliar na verdadeira resolução da causa apresentada.

O reencontro

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17H! Chego no aeroporto com três horas de antecedência para o tão aguardado reencontro, fugindo da chuva e do medo de não estar lá esperando quando ela chegar.

5 anos. Pouco, claro, se olho para trás e vejo os outros 20 de caminhada até chegar no meu estágio atual, naquele que chamo “ápice” da juventude. Mas não são simplesmente anos que se pssaram. Foi certamente um período de descoberta profunda, mais que isso, de questionamentos, de buscas, de incansável caça a uma resposta que finalmente iria encontrar materializada em um sorriso.

Dá para ser plenamente feliz ao lado de alguém? Bem, a resposta que obtive depois daquele encontro é o que me impulsionou a escrever e reviver aquele momento.

19H! Despedi-me de César, um grande amigo que partiu para Alemanha em uma etapa avançada das mesmas respostas que eu, logo logo, vou buscar no Velho Continente.

Novamente sozinho! Eu e eu mesmo! Tentando lidar com a ansiedade, com as perguntas que me fiz, com cada coisa que refleti nos últimos meses, pensando naquilo que experimentei nos meus relacionamentos anteriores e na “incompletez” que me deixara tão triste.

Contudo, Algo me impulsionou a ver que grande parte das respostas para a tal Felicidade, não a “felicidade de filme”, com finais românticos, beirando a patética perfeição, mas a Felicidade – Sacrifício, era algo tão grande que não dava pra fugir.

Foi esse “insight” que me fez rever o “Eu” que havia esquecido, ingenuamente acreditando que seria possível ser feliz renegando a mim mesmo!

20H! O avião não chegou. “Será que era mesmo pra gente se encontrar? O avião caiu?” Não tinha certeza, não sabia de nada. Tentava ler, escrever, dormir, comer e em todas as tentativas fracassei!

20:30H! O Avião chegou! “Ufa! Então era mesmo importante nos rencontrarmos.” Porém, não imaginava que até que o tão esperado encontro acontecesse teria de aguardar mais uma hora!

21:30H! Foram 5 anos em que procuramos a Felicidade em muitas coisas. Anos de tentativas, de erros, de acertos, de vida! Vivida em muitos momentos juntos, mesmo à distância.

Será que alguém poderia conceber o que significava para nós aquele reencontro?

Nunca pudemos, nesses anos, viver o nosso relacionamento nessa dimensão. O que existia era somente uma amizade profunda.

Depois de todas aquelas horas em pé, esperando-a, o que fazer? Beijo ou não? Abraço! Com certeza!

Foi só ver aquele sorriso, aqueles olhos, aquela garota que havia se transformado em uma bela mulher, que tive a dimensão do quanto meu amor por ela tinha sobrevivido ao tempo, a TUDO!

“Era como se uma parte de mim, que havia ignorado durante muito tempo, voltasse por meio dela”.

Faz mais de duas semanas que esse reencontro aconteceu e com ele a consciência de que a Máxima Felicidade exige o Máximo Sacrifício.

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