amem-se

Amem-se

Partiu para o Paraíso um dos pilares mais importantes da minha história. E é impossível não olhar para traz com lágrimas nos olhos, admiração e profunda gratidão pelos momentos que, por intercessão dela, eu pude viver!

O seu amor “direto e reto”, o senso de justiça fruto do seu suor e lágrimas moldaram a imagem que construí dela. Uma mulher forte, concreta e imensamente enraizada na Fé de que Deus é Amor. Até o fim.

Nos últimos anos nossos encontros foram raros, mas simples e profundos. Em sua última mensagem para mim, o Deus que ela tanto amava está vivamente presente, abençoando a minha família, com alegria profunda.

É assim que vamos permanecer sempre unidos ! No imenso amor a Deus. No desejo de sermos agentes ativos de uma nova humanidade. Na certeza de que quando nos amamos, dinificamos o nosso agir e transformamos o mundo. Começando pela nossa família e pela comunidade em que vivemos.

Amem-se.

Crescer

Crescer sendo amado

Às vezes eu me pergunto qual é o impacto de crescer sendo amado na vida de um ser humano.

Todos os dias eu me despeço da minha primogênita declarando meu amor por ela. É emocionante receber um sorriso como resposta e não questionamentos do porquê, ou dúvidas sobre a veracidade das minhas palavras. E porque ela duvidaria? Crianças são surpreendentemente hábeis no acolher, nos acolher, o que nos impulsiona naturalmente a amá-las ainda mais.

Adultos? Adultos são mesquinhos, contabilizam seus “atos o amor”, transformando-o em mercadoria. Esquecem que o valor do amor está na sua intrínseca gratuidade. Ao menos o àgape*.

Na relação com a criança o amor é puro, ama porque ama e não pode nada além de amar. E parece que quando esse amor é elemento constitutivo do crescimento de alguém, existe uma facilidade de gerá-lo proativamente, sendo capaz de transformar as relações.

Sem gratuidade e proatividade não existe amor. O que existe são indivíduos que almejam exclusivamente serem amados, simples consumidores.

* O amor ágape é aquele tipo de amor que não busca seus próprios interesses, é um amor desinteressado, puro e genuíno. O amor ágape não esmorece, mas é constante e permanece forte até às últimas consequências, é um tipo de amor invencível, capaz de amar o mais indigno dos homens.

Amor

Três anos de um amor sublime

Erick Fromm, em seu fantástico livro A arte de amar, ressalta que, por seu caráter altruísta, o amor de mãe é considerado a forma mais alta de amor e o vínculo afetivo mais sagrado.

E quem sou eu para questionar o amor de mãe? Nem ouso me comparar! Porém, desde o dia 22 de maio de 2017 tenho me esforçado para elevar o meu amor paterno ao patamar de doação e empenho que vejo e admiro em tantas mães, sobretudo a que convivo diariamente.

A paternidade me fez deslumbrar um amor novo, avassalador. Daqueles que dói o coração com a distância e que aquece a alma na convivência. A vida tem sido esse festival de emoções desde a chegada da Tainá, nossa primogênita, que hoje completa seu terceiro ano de vida.

Tainá é um tsunami de energia, alegria e sapequice. Habilidosa bilíngue, exímia desenhista e sensível como só uma criança é capaz de ser. Tainá me faz experimentar um amor sublime. Que ama por eu estar aqui, ser seu pai. A única moeda de troca é o meu tempo, quantitativo e qualitativo.

Hoje a festejo com a gratidão de filho de Deus e o orgulho de ser seu pai. Faz três anos que a Tainá tem sido a estrela que ilumina nossas manhãs, nos ajudando a ser pessoas melhores, aceitando nossos inúmeros limites. É uma caminhada incrível que temos o privilégio de poder percorrer juntos.

ecumenical

My most ecumenical year

Today I celebrate my first year working for the most important ecumenical organisation in the world. The World Council of Churches is a fellowship that brings together hundreds of different churches from several denominations. 

In times when society seems increasingly divided, and faith is not rarely misused, working for a fellowship of churches can potentially be considered a waste of time. But I have testified how religious leaders play a crucial role in strengthening communities all across Europe, Asia, Africa and Latin America. Sometimes faith provides an entry point whereas other institutions struggle to reach vulnerable people.

On 20 May 2019, I joined the Communication team of the Council. It was a moment in my career in which I was thirsty for a new challenge. I was hoping to be part of a team, and I needed to follow my life decision on choosing a workplace where I could share my knowledge and skills but also make a positive difference in peoples lives. 

Today, I can say that my journey at WCC has never been tedious. Never. I am challenged on a daily basis. But the most striking thing for me is that I can experience the beauty of ecumenism day by day.

In Geneva, most of the time, I share the office with a Latvian Lutheran man and a Greek Orthodox woman. God only knows how diverse we are! As a Catholic Brazilian growing up within the Focolare community, I simply can’t stress enough how fulfilled I am, as a Christian communicator working, particularly, with these two colleagues. It is beautiful to realise that despite our different faith backgrounds, our sometimes opposite worldviews, we are deeply connected by our love for communication and the strong commitment for justice and peace.

In my most ecumenical year, I understood that ecumenism is first and foremost a personal choice. The big lesson at the Council is that unity is a masterpiece that needs to be carefully crafted. And this presupposes my willingness to invest energy, skills, love and, especially, patience and compassion.

The expulsion of the Other

I have always been amazed by the concept of the Other as someone ontologically different than me. The one who surprises me and sometimes hurts me, not because he/she is acting in bad faith, but for the simple reason that he/she doesn’t function like me.

During my studies in Italy, I decided to reflect on the existence of the Other and how mass media perceived him/her. The reason for that endeavour was what drove me to Journalism: How to deal with the daily challenge to make news that connects people despite their different realities?

The Other, the different, doesn’t share my values, doesn’t have my worldview, but through a methodology that seeks objectivity, he/she must be acknowledged, listened to, embraced.

My quest for accepting the many others that life presented me brought me to The expulsion of the Other, book written by South Korean-born German philosopher and cultural theorist, Byung-Chul Han.

I have to admit that it wasn’t easy to follow the author’s line of thought. It is a short but dense work with some brilliant insights. After closing the book, I carried a particular concept with me: the first step to acknowledge the other, that is entirely different than me, is to exercise my capacity to listen. From the author’s words:

“Listening has a political dimension. It is an act, an active participation in the existence of Others, in their suffering too. It is what joins and connects people to form a community in the first place”.

Byung-Chul Han

The expulsion of the Other helped me remember another aspect that brought me to Communication: We must never exclude those who think differently. Therefore, dialogue, negotiation, and compassion are our allies for a shared and peaceful existence.

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