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Ginetta Calliari: Modelo de mulher

Há 10 anos a italiana Ginetta Calliari partia do mundo imanente para alcançar “Aquele céu” que a impulsionou a deixar sua singela Trento… sua cultura, família, para levar ao Brasil o Ideal da unidade.

Como escrevi em um post antigo “Ginetta não é só a minha mãe espiritual, é também biológica”, porque o encontro entre os meus pais terrenos, ocorrido em um encontro do nascente Movimento dos Focolares, tem relação direta com o ato missionário dessa incrível mulher.

Lendo a biografia de Ginetta há pouco mais de um ano me deparei com uma radicalidade apaixonante, de uma fé e uma determinação que assusta e depois converte.

O “encontro literário” com essa grande mulher me ajudou a entender que realmente não dá para ignorar o “daimon” que fala dentro de nós, aquela voz interior que nos ajuda a buscar uma Felicidade que não passa.

Nesta perspectiva não se fala mais de sonho, mas vontade divina e por isso dar dimensões humanas pareceria estupidez.

Ginetta me trouxe aonde estou, me ajudou a entender que felicidade não é somente fim, mas caminho “festejável” cotidianamente.

Minha paixão pela feição divina “vislumbrável” por meio do sexo feminino é bem expressa nesse modelo de mulher que é Ginetta. Forte, verdadeira, inteira!

Hoje, Dia Internacional das Mulheres é a Festa de Ginetta, que para mim não é só mulher: é mãe e Santa!

Breve biografia:

Ginetta Calliari nasce em Trento (Itália), em 15 de outubro de 1918.

Em 1944, conhece Chiara Lubich. Ao ouvi-la falar de Jesus Crucificado e Abandonado, como expressão máxima do amor de Deus, decide deixar tudo para consagrar a sua vida a Ele. Seguindo os passos de Chiara, Ginetta viverá com ela a experiência da fundação e expansão do Movimento dos Focolares. A Unidade, testamento de Jesus (cf. Jo 17,21) torna-se o objetivo de sua vida e pautará sempre suas ações.

Em 26 de outubro de 1959, juntamente com outras três focolarinas e quatro focolarinos, Ginetta vem para o Brasil, o primeiro país além da Europa a acolher o Movimento dos Focolares, estabelecendo-se em Recife. Chiara faz uma entrega simbólica: “Não lhes dou um crucifixo de madeira ou de metal, mas o crucifixo vivo, Jesus Abandonado”. Essa entrega será como uma bússola na sua vida. Ginetta e os demais não poupam esforços para difundir o Ideal da Unidade.

Atualmente, o Movimento dos Focolares está presente em todos os Estados do Brasil e dele participam cerca de 300 mil pessoas.

Em 1969, transfere-se para Vargem Grande Paulista (SP). Dá início ao Centro Mariápolis, que se transformará na Mariápolis Araceli – uma cidadezinha de testemunho com 400 habitantes, cuja vocação é mostrar o amor evangélico como estilo de vida – onde Ginetta vive por 32 anos; passou a se chamar Mariápolis Ginetta, em sua homenagem.

Ocidente 2.0

“No nosso mundo ocidental”. “Nós, ocidentais”. “O ocidente”.

Há algum tempo sinto o estômago embrulhar quando vejo já “substantivado” esse adjetivo que cada vez mais identifico como preciosismo* intelectual.

Deixando de lado a classificação com relação as origens substancialmente culturais, observo pessoalmente que a Europa e os Estados Unidos debatem as questões mundiais auto denominando-se “ocidentais”, com um aparente desprezo pelos outros percursos sócio-culturais.

O aspecto demagógico e paradoxal dessa postura “superior” se desenha  quando, analisando esse “ocidente”, si constata que a sua racionalidade científica, que quantificou as relações do homem com o mundo, foi tão “absolutizada” ao ponto de extinguir-se, de não ser capaz de colocar respostas que emancipam qualitativamente, no sentido profundo do ser “pessoa”, a vida do homem contemporâneo.

Mas o que considero o mau maior dos auto-determinados “ocidentais” é a crença de que as respostas para o mundo, no âmbito sócio – econômico – político, não teriam outra gênese, outro berço seguro que proporcionasse o desenvolvimento do bem estar social.

Bem estar ok… talvez americanos e europeus são aqueles que economicamente desfrutam do bem estar que o capitalismo produz. Não é uma constatação marxista, é um dado objetivo. Segundo as Nações Unidas quase 90% da riqueza do mundo está sob o controle de moradores da América do Norte, Europa e dos países de renda elevada na região Ásia-Pacífico, como o Japão e a Austrália. Mas se o argumento trata de “bem comum” tanto a economia, quanto a política desses países têm aplicações “subdesenvolvidas”. Toda a riqueza concentrada, o bem estar desses países, não levam ao bem social almejado. O mapa das taxas de suicídio da Organização Mundial de Saúde mostra que esse é mais praticado justamente nos locais onde está a riqueza mundial.

A objetividade desses dados me faz justamente refletir sobre essa postura “ocidental” [para continuar jogando com o termine] de querer dar todas as respostas às questões mundiais. Esse paternalismo colonizador ainda hoje é presente nas reflexões e na relação com as “colônias de pensamento”.

Criticar a democracia latino-americana, a falta de escrúpulos (e a demência – opinião minha) de Hugo Chavez não parece ter os mesmos “pesos e medidas” no confronto com o approach ocidental da política de Berlusconi. Incapaz é a mentalidade latino-americana, extra comunitária. Capaz é o percurso ocidental, originário, que culmina no grande e invejável político italiano Silvio Berlusconi.

Pensar política, economia… pensar a sociedade hoje exige sim respeito as origens e aos avanços que vieram do Ocidente 1.0, e também do oriente e das culturas tribais africanas e indígenas que estão na raiz da sociedade latino-americana. Mas disso, a acreditar que é exclusivamente a sociedade dita “ocidental” a poder dar todos os caminhos para o desenvolvimento do bem comum do planeta é minimizar a problemática.

Tenho pensado muito nisso e mesmo sem terminar essa reflexão já fui chamado de marxista. Mas não sou. Acredito que uma premissa necessária seja o respeito e principalmente a “escuta” das compreensões e impostações particulares que o mundo “fora do ocidente” faz do pensamento político – econômico – social contemporâneo e também ao seu amadurecimento com problemáticas específicas, que muitas vezes nos distanciam da realidade “ocidental”. (O pensamento democrático latino-americano, por exemplo, há uma experiência histórica quase irrisória em relação àquela secular européia).

Vejo que grande parte dos intelectuais e pensadores que se confrontam sobre esse tema nem sempre esperam que seus interlocutores terminem a frase de indagação e já aparecem com respostas prontas, analiticamente perfeitas, mas pouco construtivas. (não vejo muita iniciativa de produção de reflexões. Meus colegas de profissão estão mais acostumados a criticar – o que é relativamente mais fácil).

Mas voltando ao tema… Não penso que seja desprezível estudar Feudalismo, Revolução Industrial, Francesa ou Hobbes, Locke. Claro que é importante. Mas sinto um pouco de falta de compreensão de como a influência ocidental ajudou a construir a nossa sociedade, brasileira, latino-americana: o nosso ocidente.

Decidi escrevi tudo isso porque, no final das contas, me sinto responsável na busca de caminhos que levem a nossa sociedade – local e globalmente a, não exclusivamente ao bem estar econômico, político, mas ao bem comum, ao princípio filosófico da Felicidade.

*s.m. Requinte no falar ou no escrever.

Essere straniero in una Italia razzista

Ho cominciato a lavorare quando avevo 17 anni. Le condizioni economiche della mia famiglia non mi hanno mai permesso di sfruttare nulla oltre il basico: cibo e una casa.  Divertimento e anche lo studio dovevo trovare un modo di finanziarmeli io.

Non mi sento male perciò, anzi, questo mi ha fatto maturare di modo degno, onesto e con tanto rispetto altrui.

In 26 anni ho sempre valutato queste difficoltà, sfide, come una ricchezza umana che mi permetteva di essere un cittadino impegnato a fare quello che mi tocca personalmente e assumendo i doveri davanti alla società da cui appartengo.

Ma oggi, mentre uscivo della COOP di FIGLINE VALD’ARNO, nella Toscana italiana, per la prima volta mi sentivo umiliato proprio in quello che ho sempre cercato di custodire: la mia dignità.

Siccome sono responsabile per le spese nella casa in cui vivo, sono andato a quel mercato per fare un sondaggio nei prezzi delle merce. Durante circa 40min ho percorso il mercato prendendo appunti dei prezzi con la speranza di trovare qualcosa economica che ci aiutasse a risparmiare un po’ di soldi, argomento che interessa molto la nostra comunità di studenti.

Camminando tra i corridoi del COOP ho trovato finalmente il Curry che mi avevano chiesto di comprare tanto tempo fa. L’ho preso e alcuni minuti dopo mi hanno chiamato dicendo che la macchina per tornare a casa mi stava aspettando nel parcheggio.

Arrivo alla cassa, pago con 50 euro e una monetina di 10 centesimi per aiutare nel resto (Il Curry costava 2,10). La signora ha preso i miei soldi e subito ha messo in una macchina per garantire che non era finta – procedura normale, di sicurezza, pensai.

Ma, dopo che ho preso il mio resto mi è venuto in incontro un uomo chiedendo se potevo accompagnarlo e facendo vedere la tessera del mercato. L’ho chiesto spaventato se era successo qualcosa e non ho ricevuto una risposta.

Mi ha chiesto di aprire il zaino per sapere se c’era qualcosa, davanti alle persone del mercato. Vedendo che il zaino era strapieno (avevo appena tornato di un lungo e stancante viaggio della Svizzera) mi ha chiesto di seguirlo.

“Posso almeno dire a quelli che mi stanno aspettando fuori che mi state chiamando?” – ho chiesto. “Loro possono aspettare” mi ha risposto il signore, molto maleducato, senza neanche guardarmi in faccia.

Abbiamo salito una scala e dentro una stanzetta piccola mi chiese di aprire “per bene” il zaino. Lo dico che ci sono le mie cose personale, del viaggio e lui non se ne frega.

Così lo apro, con tantissima vergogna e un sentimento terribile di invasione e lui vedi una scatola di “Rafaello” che avevo ricevuto di regalo della mia ragazza e mi chiesi: Dove hai comprato questo?

La voglia è stata di rispondere: Ma cosa ti importa? Chi pensi che sei per parlare così con me? Ma la stanchezza mi ha salvato l’educazione ed ho spiegato che ero appena arrivato della Svizzera e avevo ricevuto come regalo della mia ragazza.

Un secondo uomo ha preso la scatola senza chiedermi il permesso ed ha visto dietro che il numero di serie confermava quello che avevo detto.

UFF!! Quel momento di umiliazione era arrivato alla fine… senza sapere cosa dire mi dicono che volevano vedere se avevo preso qualcosa perché sono entrato con uno zaino troppo grande e che avrei dovuto lasciarlo in una specie di guardaroba.

“Va bene, va bene”, rispondo chiudendo il mio zaino e uscendo della stanzetta con rabbia di, per la prima volta in vita mia, essere vittima di RAZZISMO!

Si! In quel momento terribile mi sembrava sciogliersi la risposta alla mia domanda, rivolta a quasi tutti gli italiani che conosco, sul perché hanno scelto un tipo come Berlusconi per essere il loro rappresentante politico… In quel momento mi sono accorto di quel seme fascista, razzista, che sembra sfiorire da ogni cittadino di questo paese, che può non avere un atteggiamento esplicito in questo aspetto ma che rimane sempre più zitto davanti a questa ingiustizia verso gli stranieri, o quello che la stampa italiana chiama GLI EXTRACOMUNITARI.

Un film è passato nella mia testa… con tutti gli italiani, europei, scapati della guerra e accolti nel mio paese e io, invece, umiliato.

Tutti quei pensieri si calavano dentro, ero troppo stanco per ribellarmi, per dire qualcosa, esigere il rispetto e la dignità che ho costruito lungo la mia vita.

Ma ora scrivo perché mi sono reso conto di che non si può restare zitto davanti all’ingiustizia. Questo brutto incubo mi è servito come insegnamento per una prossima volta.

Articoli interessanti:

Caccia al Marocchino. Razzismo fuori tempo massimo: http://www.agoravox.it/Caccia-al-Marocchino-Razzismo.html

Discussione nel yahoo fra gli italiani: http://it.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080321161223AAAadyT

Sito sul razzismo in italia: http://razzismoitalia.blogspot.com/ – MOLTO INTERESSANTE

Homenagem ao Gabrão e a Camila

Hoje acordei no outono toscano com uma sensação nova, o coração renovado.

Não que isso signifique algo de especial, pois na dinâmica da vida em comunidade a gente aprende que tantos as dificuldades, quanto as alegrias, fazem parte de um ciclo infinito de etapas do amadurecimento psíquico e espiritual de cada um.

Porém, dessa vez o sentimento é particular. Há alguns milhares de quilômetros desse céu nebuloso, em poucas horas, estaria acontecendo algo grande para mim, para meus amigos e porque não para a humanidade?

Bom! Conheci o Gabrão nessas experiências de “comunidade” que os Focolares nos permite fazer.

Não pensava que, seis anos atrás, ganharia tantos irmãos, mesmo aqueles que aparentemente pareciam um tanto quanto “mauricinhos”, julgamento de quem ainda estava aprendendo a ver pessoas novas que entram na nossa vida, com olhos novos.

Durante aquele 2004 inúmeras aventuras em solo Europeu, ou melhor Suíço, já que sempre mais essa nação vai se tornando também minha pátria.

Descobrimos o valor de coisas profundas que talvez, como formação familiar, já havíamos entendido racionalmente, mas precisávamos vivê-las.

Aquele “moleque do sul” que eu pensava ser arrogante, sem nem menos conhecer, foi se tornando definitivamente um amigo, um irmão com o qual eu podia compartilhar dificuldades, alegrias, experiências, todas as descobertas que fazíamos e ainda fazem parte de nossas vidas.

O que não esperava, digo sinceramente, é que essa FRATERNIDADE continuasse ao longo dos anos. Viagens para Curitiba, cappuccinos nos cafés de São Paulo, encontros do Movimento dos Focolares: inúmeras oportunidades, reencontros, que não eram só “formalidade”, mas seguiam a mesma dinâmica do relacionamento edificado em 2004, de abertura, comunhão, em que juntos adquiríamos força para levar para frente o Ideal de um mundo mais unido.

Em uma dessas viagens para a capital paranaense conheci essa flor magnífica chamada Camila. Apaixonei-me imediatamente pelo seu sorriso, mas ainda nem havia mergulhado naquele coração simples, delicado e interessantemente determinado.

A minha felicidade em ver o meu irmão com Camila cresceu ainda mais quando, em uma viagem para Penha, em Santa Catarina, ouvi as experiências que os dois faziam como casal, as dificuldades, os passos, tudo comunicado com uma simplicidade e felicidade tamanha, que preenchia o coração.

“Realmente é Deus que une as pessoas”, pensei.

Em poucos dias completo 6 meses de vida no Velho Continente. Quantas experiências, quantas dores, dificuldades, quanta vida!

Vida que é continuidade e novidade! Continuar a amar a si mesmo, as pessoas e aprender a lidar, com a mesma alegria, as dificuldades, dores e também as novas etapas, novas escolhas, caminhos.

Muito desse entendimento foi fruto do meu relacionamento com o Gabrão, no testemunho de vida, de amor verdadeiro dele e da Camila.

Bom, depois de tudo isso dá para entender o porquê dessa sensação boa em que acordei hoje, o porquê do coração renovado!

Parabéns Gabrão e Camila! Vocês sabem o quanto gostaria de estar aí, presente fisicamente, mas ofereço a minha vida aqui, cada coisa, para essa passo que damos e vivemos juntos!

Amo vocês!

Uma nova Luz para o mundo

Ano 2000, para os cristãos um momento especial, pois se comemorava o Jubileu, festa com referências bíblicas realizada a cada quarto de século e que, segundo a tradição hebraica, propõe um tempo de paz e reconciliação, um tempo de graça divina.

Mas, para os jovens cristãos, o Jubileu daquele ano tinha algo especial, único. Em Tor Vergata, na região romana, na Itália, se festejava a oitava Jornada Mundial da Juventude (JMG), uma grande comemoração em plena sintonia com a Igreja.

“Queridos jovens do século que começa, dizendo «sim» a Cristo, dizeis «sim» a cada um dos vossos mais nobres ideais. (…) Não tenhais medo de vos entregar a Ele: guiar-vos-á e dar-vos-á força para O seguirdes cada dia em todas as situações”, era o convite do então papa João Paulo II, à multidão de jovens que se reunia durante aquele momento especial.

Contemporâneamente, há poucos quilômetros dali, no Estádio Flaminio, os Jovens por um Mundo Unido, animados pelo Ideal da Unidade, estavam reunidos para uma valiosa troca de experiências, em um contexto multicultural, que se propunha a testemunhar a alegria e a coragem de um novo cristianismo vivido pela geração “do milênio que estava iniciando”.           Nesta ocasião, Chiara Lubich apresentava uma outra Chiara, de sobrenome Badano, que, por meio de uma experiência de adesão profunda e totalitária a vontade de Deus, tornou-se luz e exemplo concreto para os jovens que a conheceram.

Quatro anos depois, vivenciando uma experiência de formação em uma das cidades-modelos do Movimento dos Focolares na Suíça, durante uma missa domenical na grande catedral de Zurique, norte helvético, me deparei com uma igreja imensa mas vazia de fiéis. Olhando ao meu redor somente senhoras e senhores de idade, nenhum jovem além do nosso grupo. Aquela experiência foi para mim um encontro istantâneo com a dor em ver que a “minha comunidade” estava aparentemente condenada a morte. Que futuro teria aquela realidade sobrenatural, se não existem jovens dispostos a vivê-la concretamente, continuando a experiência de povo de Deus?

O que eu não esperava, e foi uma surpresa providencial, aconteceu um ano depois, diante de outra grande igreja, na Praça São Pedro, no Vaticano, durante uma vigília de orações pela saúde do mesmo João Paulo II que encontrara os jovens em Tor Vergata cinco anos antes.

Passando pelas colunas que sustentam a grande construção do Vaticano, uma visão inesquecível, de uma praça repleta de jovens, ajoealhados, clamando pela vida daquele Pai que tanto os amava e estava prestes a morrer.

Eu era um desses jovens, que com incontidas lágrimas chorava, consciente de que talvez não veria uma figura tão carismática em toda a minha vida, um testemunhou tão pleno do Evangelho que sempre acreditei ser o verdadeiro guia para uma Felicidade duradoura. Naquela noite me dei conta de que a Igreja estava vivíssima, que aqueles milhares de jovens acreditavam nela, na mensagem e no caminho proposto por ela.

Pensei que seria a última vez que vivenciaria aquela experiência, mas novamente fui positivamente surpreendido.

Nos últimos cinco anos, como grande maioria dos jovens católicos, procurei perseverar diante da intensa crise de valores que o mundo ocidental sucumbiu. Acolhi com grande dor a consciência de que essa crise também penetrou a “minha comunidade”. Como responder de maneira concreta, como jovem, a tudo isso? Como testemunhar a beleza de uma Igreja que, acima de tudo, quer levar uma Felicidade duradoura aos seus seguidores?

No dia 25 de setembro de 2010, um pouco mais de 5 anos daquela experiência na Praça São Pedro, volto a Roma, agora na praça do Santuário do Divino Amor, para festejar a beatificação daquela Chiara Badano, conhecida como Chiara Luce, que era reconhecida pela Igreja como testemunho perfeito de cristã no mundo moderno.

A noite, na Aula Paulo VI, no Vaticano, uma grande festa com jovens de mais 70 países procurava justamente apresentar ao mundo um novo tipo de santidade, que usa calça jeans, que joga tênis, que usa internet…

O testemunho de Chiara Badano vai além dos muros das concepções de que o cristianismo não atrai, não satisfaz, é antiquado. E justamente na Basílica de São Paulo “Fora dos Muros” que aconteceu a missa de agradecimento pela sua beatificação.

“Uma jovem de coração cristalino”, definiu Chiara Badano o mons. Angelo Amato, prefeito da congregação das causa dos santos durante a homilia da beatificação. “Uma jovem moderna, esportiva, positiva – continua – que em um mundo cheio de riquezas, mas quase sempre doente de tristeza, de infelicidade, nos trasmite uma mensagem de otimismo e de esperança”, conclui.

Voltei para casa feliz, ouvindo meu mp3, conversando com meus amigos, mas dentro de mim uma novidade: posso fazer tudo isso, e no amor, ser Luz para o mundo, como Chiara.

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