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Casos que destroem o que é a Família

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Ainda não me conformo com esses casos de família horrendos, em que os esposos se agridem ou até se matam. Pais que matam filhos, filhos que matam pais, namorados que se matam. Sinais escandalosos de que a principal célula da sociedade está no culmine da degradação.

Os casos Nardoni, Richthofen e, atualmente, Mizael e o do goleiro Bruno ganharam destaque na imprensa, mas, infelizmente, o que não é levantada, na maioria das vezes, é a dimensão social deles.

A mídia brasileira é (propositalmente?) superficial e não estimula a pensar o mal profundo que se esconde por trás desses acontecimentos. As consequências da desintegração da Família fragmentam alguns valores fundamentais para a vida em sociedade.

No Velho Continente, mais por conta do consumismo e do individualismo, que da violência, a perda de valores promovidos pela Família colocou a Europa em uma crise sem precedentes e aqui no Brasil, sem vergonha, estamos rumando para o mesmo triste caminho.

É um absurdo aceitar passivamente a destruição da Família. Concebê-la sem pai nem mãe, sem calor humano, respeito, dignidade, sacrifício, renúncias. Se nós queremos preservá-la, nenhuma dessas dimensões pode ser ignorada.

Impressiona que muitos jovens que cresceram em famílias tradicionais, hoje defendam uma família desfigurada. Se eles se consideram felizes, realizados, muito, certamente, é por conta do modelo “tradicionalista” que, acima de tudo, considera fundamental ter pai e mãe (paternidade e maternidade) em casa, mesmo que imperfeitos.

O que se vê hoje são relacionamentos individualistas, narcisistas, regados de interesses egoístas, doentes, ao ponto de fazer pagar com a vida quem, livremente, não aceitar as imposições de uma das partes.

Abolir a família “tradicional” não é um mal relativo, mas evidente e grave. É ela que preserva os valores que constroem a sociedade. Claro que este “modelo” não está acima das pessoas, intrinsicamente passíveis de falhas, desvios, porém, isso não justifica a depreciação do seu valor e importância.

O milagre de Francisco

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Hoje de manhã, logo que me levantei, olhando a sacada do apartamento onde vivo, avistei o vaso (excedente) em que estava a flor que eu minha esposa presenteamos os padrinhos no dia do nosso casamento. Logo depois que a flor do vaso morreu, nasceu um pequeno broto, que agora já é uma nova planta.

Observando, rapidamente, aquele pequeno vaso, eu me maravilhei com a dinâmica da vida. Basta uma sementinha, um pouco de água e luz, e tudo renasce, recomeça.

Aqueles segundos de contemplação são difíceis de explicar, mas exprimem a felicidade diante da beleza da relação cooperativa entre a vida e a morte, sentimento que se aproxima bastante da euforia após o Annuntio vobis gaudium Magnum (Anuncio-vos uma grande alegria) de que um novo papa havia sido escolhido.

A escolha de Francisco coloca a Igreja católica em um novo contexto e renova as esperanças de uma mudança necessária na comunidade eclesial.

Enquanto, infelizmente, o mundo laico fala somente em permissão de casamento entre pessoas do mesmo sexo, fim do celibato e o diaconato de mulheres (e no dia de hoje, as dificuldades com o governo argentino e acusações de o antigo cardeal ter violado os direitos humanos, durante a ditadura), o que emergiu, de maneira mais evidente e simbólica, é a “conversão” para um caminho de humildade e simplicidade.

O Clero (ao menos uma boa parte dele), repleto de vaidades, intrigas pelo poder, corrupção e outros tantos problemas, se vê agora “convidado” a retomar sua dimensão original de serviço, pobreza e humildade. O simbolismo da escolha do nome Francisco pelo então cardeal argentino Jorge Bergoglio, remete-se, de maneira bonita, ao seu xará de Assis, que há mais de 800 anos, foi chamado a renovar a igreja dos “poderosos”.

A escolha de um papa “não europeu”, ou melhor, latino-americano, opera uma revolução difícil de mensurar. Em toda a história da Igreja Católica, nunca um representante de outro continente ocupou o posto mais alto da instituição mais antiga do mundo.

O momento histórico, como todos sabem, é difícil. As chagas da pedofilia, a corrupção e intrigas pelo poder, feriram fortemente a imagem da Igreja. Contudo, pelo que se viu ontem, parece que tudo concorre para uma grande mudança.

O contexto é propício, a vontade é grande, só faltava um líder preparado para realizar o renovamento da vida da Igreja, neste “ambiente” em que ela está inserida.

O milagre de Francisco é a sua vida, é ser a semente, pequena, simples, mas perfeitamente pronta para fazer renascer a vida, o amor, que foram propostas por seu fundador, Jesus Cristo.

O Espírito escolhe, os cardeais elegem

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Amanhã, 12 de março, no período da tarde, terá início um dos momentos mais importantes da Igreja Católica dos últimos 50 anos.

Enquanto a mídia internacional, baseada quase exclusivamente na opinião dos vaticanistas (jornalistas que cobrem os acontecimentos relacionados ao Vaticano), continua a especular nomes para o possível Papa, os 115 cardeais eleitores e elegíveis têm a missão de nomear um líder capaz de “se deixar” conduzir pelo Espírito que orienta a mais antiga instituição do planeta. O desafio é enorme porque essa inspiração faz uso de homens, pecadores, incapazes e, muitas vezes, ambiciosos e vaidosos.

Este momento histórico em que se encontra a Igreja Católica pode sim ser considerado dramático. As alas de cardeais conservadores e a dos progressistas precisam estar unidos para que o tal Espírito manifestado, seja, contudo, acolhido.

No século XX, o Concílio Vaticano II revolucionou o catolicismo, atualizando-o, ao menos na teoria. Este novo milênio exige que as mudanças propostas em 1965 sejam assumidas por toda comunidade eclesiástica, sobretudo o alto clero, para que a mensagem do Evangelho continue atual, revolucionária.

As especulações em torno do nome do Cardeal de São Paulo, Odilo Scherer, como próximo “sucessor de Pedro”, não parecem ter muito sentido. Três nomes, ao meu ver, são “fortes: o do cardeal austríaco Christof Schönborn, o do italiano Gianfranco Ravasi – ambos com 70 anos – e o do canadense, Marc Ovellet, dez anos mais jovem.

Mas, o que a comunidade leiga internacional – e os jornalistas – ainda precisa entender é que cabe ao Espírito Santo escolher o novo Papa. É também Ele a força capaz de dar vigor, inteligência, carisma, ao homem certamente limitado que será eleito.

A partir de amanhã o mundo olha com apreensão para o Vaticano e os católicos rezam para que o Conclave seja um momento de Deus, para que o Espírito Santo e os cardeais “trabalhem” juntos e o resultado dê os frutos esperados.

Tchau Bento XVI!

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Hoje às 16h, horário de Brasília, a maior instituição do planeta entrará no período de “Sé vacante” (período em que a Sé episcopal de uma Igreja particular está sem ocupante), até a escolha de um novo líder, que terá a missão difícil de levar a Igreja Católica aos avanços necessários, masque devem preservar a sua identidade milenar.

Assistindo ao adeus do papa Bento, difícil não me emocionar!  Tive o privilégio de estar na Praça São Pedro na primeira missa do cardeal Joseph Ratzinger como Papa e também à sua primeira saudação na Praça de Castel Gandolfo.

Com o coração acelerado, vendo as faixas dos meus irmãos “focolarinos”, tantas lembranças boas, pessoais, da alegria sempre presente durante o período vivido ali, coração dos Focolares. Um grande arrepio com a gritaria dos fiéis na Praça, expressão de uma admiração e não só devoção, por um HOMEM que soube conquistar a simpatia de milhares de católicos em todo mundo.

É difícil explicar para meus amigos leigos o significado dessas experiências.Impossível quantificar, racionalizar. A presença do Papa (e eu experimentei de muito perto a dos dois últimos) simboliza uma fé que vai além das ideologias, da história, atravessando séculos, superando crises e procurando ajudar a Igreja a se manter fiel ao seu “fundador”.

Ratzinger, Wojtyla eram homens de uma grandeza visível. Respeitados em todo o mundo pela simplicidade, ambos, como Papa, testemunharam ao mundo, que o cristão (consagrado ou não) é um ser HUMANO, com seus limites, falhas, pecados, mas com um grande amor à Deus e ao próximo.

A emoção pelo dia de hoje é grande! A gratidão ainda maior! Com ambos os sentimentos, a oração para que sejamos, sempre mais, verdadeiros, transparentes, seguidores de Cristo (do Amor), de maneira humana, humilde, sem moralismos, como fez Bento XVI.

Lugar de “louco” é no manicômio


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O título pode parecer exagerado e a culpa do Corinthians, instituição, no episódio ocorrido na Bolívia, pode nem ser exclusiva. O fato é que as consequências do fanatismo corintiano denigrem, ainda mais, o futebol brasileiro.

Somado ao triste acontecimento na final da Copa Sul-Americana, envolvendo São Paulo e Tigre, a tragédia que tirou a vida do menino de 14 anos dá mais uma má impressão para o mundo de que, em matéria de respeito ao outro somos “Terceiro Mundo”, somos bárbaros.

Como comentou o Lance! “A Libertadores é a Copa do Vale Tudo. É a Copa da Impunidade. Das garrafas e pilhas lançadas sobre os jogadores na cobrança de escanteio aos ônibus depredados próximos aos estádios; dos tumultos em vestiários antes e depois do jogo, ao confronto de torcidas, tudo é visto como “normal”. Inclusive pelos clubes, e por parte da mídia. “Isso é Libertadores!”, quantas vezes você não ouviu essa expressão em tom ufanista?”

O pior de tudo, ao meu ver, foi ouvir a declaração do Sr. Mário Gobbi, presidente do Sport Club Corinthians, querendo se abster da própria responsabilidade pelo incidente. Uma vergonha.

No campeonato brasileiro do ano passado, no jogo Palmeiras x Corinthians, os torcedores palmeirenses, não os bons, os marginais, destruíram o estádio do Pacaembu. O clube, que nada tem a ver com isso (pois – usando o argumento do goleiro Cássio – não foram os jogadores que quebraram cadeiras e alambrados) foi penalizado com a perda de mandos e multa.

É assim que as coisas funcionam no futebol. As responsabilidades que envolvem o jogo são dos clubes. Ou todos irão querer uma “militarização” dos estádios? Se a PM, no caso do Brasil, é despreparada para lidar com qualquer pequeno conflito, imagina se dermos à ela a responsabilidade dentro dos estádios.

A única declaração que merece ser ouvida é a do lateral corintiano Fábio Santos. O único que colocou a vida acima de tudo, de maneira racional, humana.

O Corinthians e o San José devem ser punidos de maneira drástica. Ambos – não só o Corinthians – excluídos do torneio para servir de lição, pois futebol e violência, mesmo que não intencional, não podem mais caminhar juntos. Não dá pra tolerar esse tipo de coisa.

Não foi um “simples” ato de vandalismo, foi um crime, uma vida perdida. Tudo por conta de um fanatismo doente, tipicamente corintiano, que não diminui a grandeza (evidente) do clube, mas que precisa ser tratado.

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