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2006-2009: Relembrar para continuar crescendo

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Há um pouco mais de três anos, em janeiro de 2006, 450 jovens de todas as regiões do Brasil se reuniram para procurar um modo de enfrentar as dificuldades da vida e principalmente descobrir novas alternativas para doar Deus aos jovens no mundo contemporâneo.

A dinâmica daquele momento mostrava grandes indefinições conceituais a respeito do ser Gen ou Juventude Nova, além dos inúmeros empecilhos que existiam para concretizar as atividades entre a parte masculina e feminina do Movimento dos Focolares. Também a escassez de atividades e pouco envolvimento geravam muitas reflexões, pois tudo refletia diretamente na vida do Movimento Gen em geral.

Porém, no ápice do encontro, emergiu a problemática do relacionamento entre as gerações que culminou com uma grande comunhão na qual tantos os jovens como os adultos se comprometeram a esforçarem-se para entrar em profundidade no diálogo, com o objetivo de que dele nascesse uma nova cultura, construída pela bagagem das gerações anteriores, sem esquecer o enriquecimento que pode trazer a juventude atual.

A partir daquele momento começou uma nova etapa na vida dos jovens do Movimento. O protagonismo voltou a ser enfatizado, os focolarinos se abriram para confiar no anseio dos Gen de construir o mundo unido.

Assim, dali em diante tudo mudou. Nasceram atividades, cresceu o diálogo, fatos que refletiram diretamente no aumento do número de jovens envolvidos com o Ideal da Unidade. Três anos se passaram e novamente os representantes mundiais dos JPMU voltaram ao Brasil. Agora, 200 pessoas puderam redescobrir o valor de doar aquilo que receberam.

Pela primeira vez chegamos a um encontro de “grande porte” sem grandes crises existenciais, pois entendemos que a nossa parcela de envolvimento precisava ser assumida.

Assim, a experiência mudou. A grande novidade foi entender que não podemos nos contentar com atividades que já são realizadas, cientes de que o mundo unido ainda é um objetivo distante.

Os sentimentos ao chegarmos nos encontros em 2006 e 2009 eram diferentes, mas a alegria do entendimento de que o mundo unido só depende de nós, se repetiu magistralmente.

Quando o mundo unido começa em nós

mundo-unido De acordo com a ONG carioca Viva Rio,  a violência no Brasil mata mais do que na zona de guerra do Iraque, mesmo que nos dados divulgados esquece-se de lembrar que em relação a proporção de habitantes, esse número soa da maneira errônea.

Porém a violência não é o grande mal da sociedade tupiniquim. Aqui está em jogo valores familiares, o hedonismo, o individualismo que atacam, sobretudo, os habitantes das capitais, alastrando-se potencialmente, como um vírus, para as cidades periféricas.

Sim, informações como estas estamos cansados de absorver dos meios de comunicação, só que muita gente esquece que mesmo diante desse alarde, existem muitas pessoas “fazendo” com que a Paz aconteça em “micro ambientes”. Foi com esse escopo que mais de duzentos jovens de todo o nordeste se reuniram para um Meeting com o título “Primeiro os últimos”.

Três anos depois da passagem dos principais “organizadores” do grupo de Jovens para o Mundo unido, projeto para jovens que acreditam neste ideal de Mundo Unido, sustentado pelo Movimento dos Focolares, novamente os jovens se reuniram, com os novos representantes, para discutir as diversas ações que são feitas e como contribuir pessoalmente e em comunidade, para a realização desse ideal. Muito frutuoso, esse Meeting também se estendeu para São Paulo, onde quase 200 jovens puderam se reunir com o mesmo objetivo: O Mundo Unido.

Mas o que seria esse mundo unido, principalmente diante de um momento histórico catastrófico e de poucas perspectivas? A resposta está no mesmo efeito viral em que o mal procura conquistar adeptos.

A busca de um mundo unido foi sentida por todos, sim! Mas, principalmente, a certeza de que ela começa com cada um de nós, para que depois frutifique. Assim, a convivência saudável, pode ajudar a contaminar o “próximo” (aquele que encontramos proposital ou ocasionalmente) a ver que se não começamos por nós a transformar o mundo, não iremos nunca vislumbrá-lo MELHOR.

Foi isso que os encontros, essencialmente, produziram nos seus participantes: A certeza de que o que desejamos para sociedade deve nascer em cada um, para poder contaminar à sociedade.

Ser Gen X Viver como Gen

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As mudanças extremamente frenéticas que a juventude do novo milênio foi obrigada a acolher, transformou também a lógica e o modo de fazer parte da família Focolares.

O principal atrativo que gerou o Movimento Gen foi a sede de mudança que permeava uma geração de jovens, filhos do pós guerra, que precisavam encontrar uma resposta, diante dos paradoxos interiores, provocados pela ineficácia do confronto bélico.

Hoje o mundo não vive mais a procura evidente de respostas. Como a sociedade e suas instituições (família, governo, igrejas), não oferece mais caminhos universais, as pessoas, principalmente os jovens, buscam a resposta dentro de si.

No mundo de hoje, ser Gen exige um empenho tão radical quanto das gerações anteriores, mas uma cobrança bem maior da sociedade, que exige resultados cada vez melhores no estudo, trabalho, gerando uma competição autodestrutiva.

Essa cobrança também existe no âmbito interno do Movimento, quando se sabe da responsabilidade de continuar a fazer nascer os frutos que a primeira geração plantou. Como primeira geração de “filhos de Chiara”, nascidos no Movimento, precisamos conciliar toda essa dinâmica, sem deixar-se abater.

Dessa forma, ser Gen vem se tornando cada vez mais distante da realidade “mundana”, pela quantidade de empenhos que, necessariamente, levam a abrir mão de muitas coisas.

Quem já não deixou o churrasco da faculdade para ir a um encontro?
Dispensar um encontro com os amigos para investir na vida de unidade?
Repetiu na faculdade por decidir participar de um congresso?

Sim, para aqueles que fizeram a experiência de Ideal, é evidente o quanto esses sacrifícios são transformadores, mas, se o intuito é viver pelo Ut Omnis, dando a vida pelos jovens a fim de ser um sussurro de Deus nas suas vidas, como podemos nos afastar tanto deles?

A vida Gen, com sua enorme quantidade de encontros, empenhos, nos torna muitas vezes reclusos, fechados nos nossos dogmas, incapazes de nos relacionarmos com o diferente (até mesmo com carismas diferentes), para doar esse fragmento da Verdade que foi depositado em nossas almas.

Aqui vale a pena se questionar o quanto estamos mais abertos ou mais fechados para o mundo. Se o fazemos por falta de tempo, por medo, ou por ESCOLHA.

As últimas experiências feitas em São Paulo mostram que a resposta surge agora de um movimento inverso. Nos primórdios Gen esforçava-se para arrebanhar o maior número de jovens afim de que eles pudessem fazer essa experiência de Deus que o Ideal permite.

Hoje a dinâmica é o contrário. Quanto mais vamos de encontro às realidades dos jovens, garantidos pela força da unidade, mais permitimos que eles sintam a presença de Deus e escolham, por si só, fazer a experiência da unidade.

Viver como Gen é certamente a garantia de uma felicidade sólida, mas que não gera frutos se não passa por uma escolha individual de cada um. Por isso, a liberdade é tão importante. É mais inteligente propiciar momentos para que os jovens sintam o amor por meio da convivência.

Tantas vezes nos justificamos dizendo que precisamos estar fortes, para poder encarar o mundo. Concordo. Mas quanto tempo vai demorar para entrarmos nessa “guerra” que está se mostrando cada vez mais irresolúvel com a nossa omissão?

Isso precisa ser questionado toda vez que “inventa-se” multiplicar os encontros, estruturar demais uma realidade, que no âmbito JOVEM, precisa ter os “nós” desatados, sem excesso de esquemas, mas valorizando a convivência.

Será que já estamos maduros para correr o risco de testemunhar que não somos perfeitos, mas que nos queremos bem, acima das nossas falhas e que também com elas será construído o mundo unido?

Respondam vocês, porque eu já cheguei à minha conclusão.

Guia de sobrevivência na Escola Gen

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1. Aproximar-se rapidamente de pessoas de outras nações ou estados, para entender, com a mesma velocidade, as principais diferenças culturais das pessoas com que você irá conviver.

2. Nos primeiros dois meses,  mergulhar na nova realidade, procurando romper a comunicação constante com os amigos e familiares, mas após esse período de adaptação, manter uma comunicação constante e equilibrada com todos que deixou, para que isso não o/a prejudique no processo de retorno para a antiga realidade.

3. Aproveitar a experiência para ler e adquirir conhecimento sobre as realidades que formaram a base do Carisma que você procura viver. Não perder ocasiões de conversas com pessoas que estão há muito tempo inseridas nessa realidade sobrenatural.

4. Fazer uma experiência de desapego completo… de coisas, mas sobretudo de si mesmo. Ficar atento às necessidades dos outros e se questionar sobre a própria relação com o dinheiro ou outras posses, concretas ou não. Na Escola Gen é possível fazer uma profunda experiência de comunhão, caso você se permita fazê-la.

5. Construir um relacionamento profundo com Deus. Na Casetta esse aspecto é muito mais fácil de ser vivido. Talvez seja importante desenvolver rotinas em relação ao próprio diálogo com Deus, para que ele continue quando você voltar para casa. Missa, terço, visitas ao Santíssimo podem ser feitas em grupo, em unidade, o que amplifica a presença constante de Jesus.

6. Não perder nenhuma oportunidade de comunicar aos amigos, familiares ou desconhecidos que perguntarem sobre a experiência que está fazendo. Na Casetta recebemos uma Luz especial que dá coragem para doar aquilo que vivemos. Aqui talvez seja importante tomar cuidado para não usar termos FOCOLARINOS, mas tentar traduzir a experiência em uma linguagem leiga.

7. Fazer esporte! Sempre! As estatísticas mostram que 80% dos/das Gen que vão para a Escola Gen voltam com 5 quilos ou mais. A dinamicidade da vida, o trabalho e o cansaço podem ser obstáculos para as atividades físicas e as inúmeras providências gostosas que chegam podem ajudar no desenvolvimento frontal da barriga (rs). Por isso é importante saber que, além de ajudar a manter o peso,  essas atividades auxiliam na boa disposição, na saúde, aspectos preventivos para crises e a falta de vontade de amar.

8. Limpeza! Procurar organizar-se e ajudar os outros a se organizarem para manter a casa o mais limpa possível. A vida com mais 5 ou 7 pessoas pode ser tornar complicada nesse aspecto se não encarada com seriedade e compromisso de todos. (me senti Pai escrevendo isso!!rs)  Muitos Gen sofrem pelas diferenças de higiene praticadas em cada familia, mas é só ir no básico: atenção no uso do banheiro e na cozinha…. o resto, só um tapinha e BOA!!

9. Fazer a própria experiência… de corpo e alma… no final ela se manifesta para cada um com beleza e dificuldades específicas. Não se poupe, pois ela é única e se bater o desespero, a família e os amigos (que nos apoiaram na decisão de ir fazer a experiência) podem nos ajudar a recuperar o fôlego.

10. BOA SORTE!!! (AUGURI!)

Mas quem irá salvar o Focolares

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Em um dos congressos realizados em Roma, com a presença de Chiara Lubich, perguntaram a ela o que seria do Movimento depois que ela morresse.

Passaram-se poucos anos depois da resposta: “Deixarei uma grande quantidade de material, mas não toquem na criança” e agora nos encontramos justamente nessa situação de “órfãos de mãe” (desculpem o termo!).

Após o período de graças pós falecimento, em que pudemos contemplar um retorno massivo de tantos “desaparecidos” dos momentos de diáspora Gen, comuns nas mais diversas regiões, parece que agora começa-se um momento de repensar o papel jovem dentro da construção e principalmente da manutenção da VIDA – GEN – FOCOLARES que herdamos da nossa Fundadora.

Conversando com uma interna, casada, ex-Gen, e ouvindo muito do que era vivido nas gerações GEN precedentes (não tão precedentes como os nossos atuais focolarinos e voluntários…hehehe) percebi que alguma coisa não está indo bem.

Nas muitas regiões, e falo quase que especificamente da minha São Paulo, vivemos um momento mágico de atividades ao largo, tanto com os jovens amigos, nem sempre religiosos, mas sedentos de projetos sociais, quanto em unidade com a Igreja local. Porém, esse impulso “expirativo” (relativo à expiração) precisa de um retorno “inspirativo” na respiração da vida Gen.

Qual é a nossa preocupação com os Focolares?

Nessa conversa com essa “ex Gen” ouvi dizer que os Gen não visitam mais os Focolares. Limitam-se a estar lá nos dias de encontro, mas é algo momentâneo e rápido. (Ao menos comigo é realmente assim)

Porém, e quem já fez Escola Gen sabe, o Focolare é o coração de Jesus em Meio. Sem o Focolare não existe Obra de Maria, e consequentemente os Gen.

Sim, a nossa vida de doação é árdua, temos diversos empenhos, sobretudo dentro da Obra, mas precisamos ter no coração a necessidade de ter esse relacionamento estreito com os Focolarinos, pelo bem e o futuro do Movimento.

Precisamos assumir a nossa parcela de responsabilidade para a construção desse Jesus em Meio que sustentará a Obra pós período carismático.

Não adianta ficarmos esperando a iniciativa dos Popos, nem o famoso “sentir-se bem para amar”. O filho também é nosso!

Desta forma, podemos continuar seguros de que Jesus em Meio estará protegido, naquele mesmo Focolare, “Lar do Fogo”, que nos gerou.

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