Tenho que admitir que ainda estou me recuperando da passagem do Papa Francisco no Brasil.
A relação de um católico com o Papa, ainda mais sendo brasileiro, as vezes extrapola sim a consciência do cômpito que ele exerce na Igreja institucional. O amor à ele é de um filho que espera “aconchego”, carinho, encorajamento. Não é fanatismo, como muitos pensam, é o desejo de um amor que conforta, que dá esperança.
Esse amor “paterno” do Papa, ninguém pode negar, o atual sucessor do apóstolo Pedro, tem naturalmente dentro de si. Os momentos vividos “a distância” com Francisco foram emocionantes, regado de lágrimas, na certeza de que o amor de Deus por cada um chegou por todos os meios.
E bem, tenho que dizer que tive o privilégio de acompanhar, pessoalmente, alguns momentos históricos da Igreja Católica. Quando faleceu o então Papa João Paulo II, eu estava lá, entre os milhares de jovens que rezavam na Praça São Pedro, no Vaticano. Estive também no seu funeral e na missa de abertura do pontificado do Papa Emérito Bento XVI.
Cada uma dessas experiências “disse” algo para mim, como cristão católico. Depois delas, existia um desejo de conversão, de redescobrir o valor da minha religião e da mensagem UNIVERSAL que ela prega. Mas, com Francisco, pela primeira vez, me dei conta da grandeza da religião que professo. Não o catolicismo institucional, o, muitas vezes, horrendo “esqueleto” da Igreja como um corpo, mas do seu imenso coração, capaz de abraçar o mundo, independente do credo, da raça, sexo, país.
O testemunho do Papa Francisco, cheio de doçura, carinho, carisma ficará como uma lição inesquecível para mim de como um católico deve se comportar, o que é pertencer à Igreja e o que significa ter Deus como centro da vida. Francisco não só distribuiu beijos, abraços e acenos para os fiéis que foram encontrá-lo, mas teve a delicadeza e a humildade de exprimir o mesmo carinho aos padres, bispos e cardeais brasileiros, seus representantes no país.
Contudo… como ele mesmo afirmou, o cristianismo se vive “para fora”, não só para dentro. É no contato com “o outro”, essencialmente diferente, que encontramos no trabalho, no transporte público, pelas ruas das cidades, na Universidade que podemos “franciscar” nosso catolicismo. São nesses inúmeros lugares que podemos testemunhar a mesma doçura, o mesmo carinho e respeito, a maternidade universal que é vocação do catolicismo.
Por isso, saudoso do clima “franciscano” vivido nas últimas semanas, sinto-me chamado a responder, na minha vida, esse chamado que é Felicidade completa, interior, comunitária e, por isso, social.
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