Category: Sentimento em palavras Page 59 of 61

Coração covarde: deixando-se levar pelo medo

Coração covarde

Quando deixo falar meu coração covarde e não tenho certeza se o que quero é o que me fará feliz, me volto para o céu procurando guiar-me através do sol.

Quando não sei que caminho tomar dentro de infinitas possibilidades, presto mais atenção nos sinais, tantas vezes imperceptíveis ao meu olhar apressado.

Quando a angústia de não ter o que mais quero me atormenta, visando a minha queda, me apoio Naquele que nunca me deixa.

Quando o vazio parece obscurecer a Luz das minhas certezas, procuro relembrar todos os passos que me levaram até o momento em que me encontro e assim fica claro que para chegar àquela Luz, muitas escuridões foram necessárias.

Quando quero ser, morro.

Quando quero falar, me calo.

Quando quero ser Feliz, descubro que o Caminho é muito mais sinuoso do que o relativismo quer me fazer acreditar. É algo que exige muito mais de mim e da coragem inoportuna desse meu coração covarde.

Covardia (wikipedia): É um vício que, convencionalmente, é visto como a corrupção da prudência, oposto a toda coragem ou bravura. É um comportamento que reflete falta de coragem; medo, timidez, poltronice; fraqueza de ânimo; pusilanimidade ou ainda ânimo traiçoeiro. É o oposto de bravura e de coragem. É algo que te força a não tentar, a não lutar por simples medo, por indecisão, por fraqueza. É deixar de fazer algo, desistir, abandonar pela metade pela falta de confiança em si próprio.

O canto da andorinha

 

andorinha

Sou uma andorinha que plana sobre os montes.

Descobri que a solidão é um artifício para desvendar o que se esconde por trás da Criação.

Desejo voar, alto, sem limites, contemplando o mundo…

despreocupado com as surpresas, ou melhor, procurando acolhê-las como novos desafios que se apresentam cotidianamente..

O sentir-me diferente, me impulsiona às vezes voar baixo, para que todos possam me ver.

O que me alimenta está em cada árvore, cada ser humano,

que pode parecer pouco se não é vasculhado com profundidade, mas está lá.

Canto, para que a beleza da minha música, toque e liberte o coração dos aflitos.

O amor vence tudo.

Nos faz descobrir novos, pois os dons se multiplicam na medida em que os doamos.

Nos faz sentir nós mesmos, coerentes, despreocupados e, sobretudo, FELIZES.

O tempo continua voando, como eu, por isso não deixo de planar para conhecer o divino que existe em cada coisa, cada pessoa, cada experiência.

Desta forma fortifico minhas asas e afino meu canto, para suportar a ventania que aparece intermitentemente e fazer com que meu assobio chegue longe.

Sou uma ave, com asas pequenas e um canto singelo, que, somente unida aos outros pássaros, pode causar uma considerável sinfonia e mudanças relevantes.

O mundo… é meu, não, é NOSSO!

Lamentos de um Sanguessuga

Sanguessuga

Sou um parasita de humanos, um sanguessuga.

Não consigo sobreviver sozinho, nem tentando, esforçando-me.

Quero sugar todo interior de quem está a minha volta.

Não aceito superficialidades, só admito o profundo.

Tento me sentir normal, mas não sou…

Tento fazer coisas normais, mas não consigo…

São muitos os lamentos.

No meu mundo a comida é escassa.

O que me alimenta está acabando com o tempo.

Ninguém mais quer se abrir, arriscar-se se expondo.

O medo venceu a esperança…

Esperança de encontrar alguém que aceite-nos como somos, quem somos.

Esperança de sermos verdadeiros e mesmo assim amados.

O tempo tem passado rápido e não tenho mais aonde prender minhas ventosas.

Elas estão fracas, desnutridas.

Sou um invertebrado, um verme condenado á morte, pois a vida desse mundo é

simplesmente imagem, ou seja, uma projeção que cada indivíduo faz de si na

sociedade.

O profundo é moribundo…

Corrida rumo ao Nada: pois caminha-se buscando encontrar algo

rumo ao Nada
Corro rumo ao Nada… e tento parar pra olhar para trás e me dar conta do operado, conquistado, mas tropeço e caio nas glórias passadas, pois não vejo o presente e me atrapalho com os obstáculos do agora.
Corro… Para alcançar um futuro distante, mas perco o presente sonhando, imaginando algo inexistente e dúvidas irrelevantes.
Corro, mas tento parar pra pensar se tenho levado a minha vida dando o peso real a cada coisa, escolhendo prioridades, pois a corrida é tão intensa que parece difícil não me confundir imerso no mar tempestuoso de informações, escolhas, tentações, inseguranças…
Mas… Chega!!! Parei de correr pra perceber se consigo, acima de tudo, viver. Renascer nas pequenas coisas que passam quase sempre despercebidas, irrisórias, por não causarem tanto impacto psico – emocional…Essa corrida que envolve toda a nossa vida, nos priva de saborear os momentos, curtir as fases, o tempo, os passos. Mas enquanto corremos querendo alcançar e conquistar mais, perdemos a única coisa que temos efetivamente, o presente.

Por enquanto

Por enquanto
Enquanto a gente passa horas e horas na frente do computador, perdemos inúmeras oportunidades de nos relacionarmos com quem está ao nosso lado.
Enquanto nos divertimos assistindo vidas no Grande Irmão, imaginando-se nas situações que o programa sugere, perdemos a oportunidade de viver nós, as nossas experiências, construir nossas vidas, futuros e sonhos.

Enquanto caminhamos olhando pro chão, perdidos na nossa introspecção, perdemos a oportunidade de olhar para o céu e para os outros e assim descobrir que o mundo é muito mais que o “nosso mundo”.

Enquanto a gente escreve mensagens nas redes sociais como desencargo de consciência, para dizer a quem amamos que, em meio a nossa frenética e egoísta vida, conseguimos separar 5 minutos do nosso dia para deixar um recado, perdemos a oportunidade de 5 minutos de um telefonema ou de uma visita em que se pode olhar o outro nos olhos, abraçar e realmente expressar um amor verdadeiro e humano.

Enquanto a gente corre para fazer muito em pouco tempo, acreditando que será uma oportunidade única, perdemos a oportunidade de viver uma vida equilibrada e que possibilite fazer bem as nossas obrigações e que finalmente sobre mais de 5 minutos para visitar ou ligar para quem amamos.

Viver pelos outros parece sempre um desafio intransponível, um paradigma difícil de ser quebrado, mas enquanto perdemos tantas oportunidades de perceber que só assim conseguimos uma realização perene, continuaremos caminhando em círculos.

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