Category: Sentimento em palavras Page 29 of 61

Síndrome de Peter Pan

Síndrome-de-peter-panSabe quando a gente passa a se reconhecer dizendo as mesmas coisas,
Tendo os mesmos tiques nervosos, até gaguejando,
Que a gente entende que realmente chegou a hora de ceder
E aceitar que, enfim, crescemos?

Sabe quando a gente tem uma quantidade tão absurda de empenhos
Tendo que fazer escolhas decisivas ininterruptamente
Que a gente entende que não dá mais pra fugir e crer
Na possibilidade seguir adiante sem crescer?

É essa a sensação terrível que sinto.

Uma vontade enorme de conservar meu espírito Peter Pan
Me faz mergulhar numa realidade triste, quase inaceitável
De perceber que as alegrias da vida serão transformadas
E tudo aquilo que tinha, deverei perder o quanto antes.

Reconheço-me mais do que nunca em meus pais,
As vezes certo, seguro, outras indeciso, impuro.
Mas, também me reconheço na esperança do amor.
E me dou conta que tudo é mais um vão temor.

Conflitos

Quanto tempo a gente perde querendo justificar as discordâncias
Em vez de investir no amor, na paciência e na nossa tolerância.
Quanto tempo a gente perde com brincadeiras fora de hora,
Em vez deixar que as discussões não nos façam querer ir embora.

E se a gente não entende que os erros devem servir de aprendizado.
Não conseguimos crescer, obter nenhum resultado.
Por isso, talvez seja melhor não deixar-se irritar por motivos bobos.
E nos rendermos a um amor maior e sempre novo.

Para que ele sobreviva, mesmo a distância;
Pra que a gente saiba dar valor e a verdadeira importância.
Vamos em frente juntos, sem medo de recomeçar

Para que a gente se ajude, mesmo estando longe
Pra que a gente saiba ter a serenidade de um monge.
Vamos em frente juntos, sem medo de recomeçar.

Última saída

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E enfim o que me resta?
Servir.
E esse não é só o encadeamento de letras que indicam uma ação.
É uma escolha totalitária.

Diante de um mundo sem diretrizes seguras, sem instituições, sem controle,
Só resta, enfim, servir.
Para que ao menos nos nossos ambientes seja possível se descobrir o sabor da paz, do respeito, da unidade.
E mesmo que tudo micro, não vai ser sonho, mas a mais pura realidade.

E às vezes, estaremos completamente sós.
E o que vai valer?
Amar.
E não vai ser uma simples opção, mas uma escolha definitiva.
Será a primeira ação verdadeiramente inclusiva.

E assim, o amor vai nos lapidar,
Nesse martírio contínuo que é a vida plena.
Mas no amor, o que vale é amar.
No fim da vida, tudo vai ter valido à pena.

O presente mais bonito

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Ganhei talvez o presente mais bonito do mundo,
Não era brinquedo, não era roupa, era um sentimento profundo.

Tem gente que briga e luta para sentir isso, independente da idade.
Tem gente que chora e esperneia, pra amar alguém de verdade.

Mas eu, não por mérito, mas porque é a minha experiência;
Pude fazer desse sentimento, motivo de tão pessoal existência.

Só que na incapacidade de transformar pensamento em ação.
Às vezes me questiono se esse é um exercício de uma “macro lição”.

Amar não é simplesmente sentir uma alegria interior pelo outro
Não é questão de um ano, dois, seis, ou dezoito.

É mergulhar em um mistério verdadeiro, difícil de explicar.
E quanto mais a gente ama, maior é a vontade de viver e de sonhar.

Claro que o amor de verdade é um simples “encaixe de lego”
Aí não vale ser peça sozinha, não adianta encher o próprio ego.

Vale mais se doar, viver pelo outro, servir.
E assim, mesmo que o amor não dure, ou que o tempo passe.
Um alegria profunda de “missão cumprida” vai persistir.

Suicido-me

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Suicido-me toda vez que dou mais importância para o realizado,
do que para o longo e dolorido processo de aprendizado.

Suicido-me quando acredito mais nas minhas forças e capacidade,
do que na existência de um Deus que me ama de verdade.

Suicido-me quando dou mais valor ao sucesso profissional, ao meu próprio sustento
E esqueço de dar valor aos mais singelos e profundos relacionamentos.

Suicido-me toda vez que tenho medo de atravessar o Muro e dou um passo para trás
E não percebo que são os pequenos degraus superados, que vão me manter sempre em paz.

Suicido-me quando paro nos meus limites, nas minhas incapacidades, na minha incoerência,
E deixo de entender que é a vontade de recomeçar que devo priorizar na minha consciência

Suicido-me se me entrego, se tudo não entrego, e paro.
E deixo de acreditar que a santidade é um maravilhoso martírio do qual aqui me preparo.

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