Category: Introspecções Page 35 of 36

Nana nênê

Nana nênê

Nana nênê e inebrie-se nos mais aparentes sonhos de inconsciência…

Aparente, porque acredito que a tua pureza certamente capta esta áurea maléfica que nos circunda.

A Cuca não é mais tão boazinha. Virou um dragão. De sete cabeças e com o pivô Consumismo, agora sim amedontram o mundo.

A Cobiça, Ira, Indiferença, Discórdia, são seus grandes amigos e juntos educam, de geração em geração, nossos filhos.

Papai morreu… não que aquele que sempre tem brincado com você não seja ele, mas o mesmo será cada vez mais ausente na sua vida e exigirá proporcional amor.

Mamãe… essa sim estará sempre com você, mesmo saindo pra passear. Mas voltando… ou será liberal demais ou não te deixará por o pé pra fora.

Nana nênê…. e te prepares pra crescer… crescer e ver que você é só mais um soldado nesta guerra.

Guerra esta que paradoxalmente só poderá ser vencida depondo as armas, porque a única salvação vem do amor.

E então, quando descobrir que o amor é que te faz literalmente viver, você não vai querer mais dormir, nem perder tempo, porque a vida passa rápido.

Mas por enquanto NANA… Nana Nênê… que enquanto isso eu vou preparando o mundo para que AMAR, você possa aprender.

Condicionamentos despercebidos | Até mesmo o que lemos

Condicionamentos

Inúmeros são os nossos condicionamentos:

A gente se condiciona a amar muito uma só pessoa e despecebe que temos potencial para amar o mundo.
Se condiciona a ouvir sempre as mesmas músicas e despercebe a riqueza que existe em cada ritmo.
Condiciona a ter os mesmos amigos e bater os mesmos papos e despercebe que o tesouro que parece só existir nas pessoas que estão ao nosso lado, está em todos os seres humanos.
Diciona a comer a mesma comida e despercebe o quanto é bom variar o prato.
Ciona a ver as coisas do mesmo ponto de vista e despercebe que em tudo existe a possibilidade de novas e diferentes perspectivas.
Na a escrever as palavras como nos ensinaram e despercebe que existe um Guimarães Rosa dentro de cada um.

A gente se condiciona, mas é a GENTE, não o mundo.
Discutem-se mil teorias, mas sempre se subestima a nossa capacidade de mudança, a força do protagonismo…
Ou você já despercebeu que ele existe? Despercebeu que cada ato de amor seu pode fazer uma alma feliz?
Cuidado… pois condicionamos a vida e despecebemos que ela pode ser muito mais maravilhosa do que aparenta ser.

Vinte e poucos anos

Vinte e poucos anos

(adaptação feita a partir de um texto de um autor desconhecido)

Crises sempre tomaram conta da minha vida. Estabelecer uma convivência pacífica e, sobretudo, saudável com elas tem sido meu maior desafio. Contudo a maior crise que vivencio ultimamente é a chamada “crise de um quarto de vida”, ou melhor, de “vinte e poucos anos”.

É quando você pára de sair com a galera e começa a perceber muitas coisas sobre você que você mesmo não conhece e pode não gostar disso.

Você começa a se sentir inseguro e pensar sobre onde você vai estar daqui a um ano ou dois, mas de repente se sente inseguro porque você mal sabe onde está agora.

Percebe que as pessoas são egoístas e que, talvez, aqueles amigos que você pensou que eram tão próximos não são exatamente as melhores pessoas que você encontrou em seu caminho, e pessoas que você perdeu o contato eram algumas das mais importantes. O que você não consegue perceber é que eles percebem isso também, e não estão sendo frios, grosseiros, ou falsos, mas estão tão confusos quanto você.

Você olha para seu emprego…e não é nem perto aquilo que você imaginava que estaria fazendo, ou talvez você esteja procurando emprego e percebendo que vai começar do zero e isso pode te assustar.

Suas opiniões se tornaram mais fortes. Você vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando mais do que o usual, porque você percebe que desenvolveu certos limites na sua vida e está constantemente adicionando coisas na sua lista do que é aceitável e o que não é.

Em um minuto, você está inseguro e no próximo, seguro. Você ri e chora com a maior força da sua vida. Você se sente sozinho, assustado e confuso.

De repente, a mudança é sua maior inimiga e você tenta se agarrar ao passado com a vida boa, mas logo percebe que o passado está cada vez mais longe, e não há nada a se fazer a não ser ficar onde está ou caminhar para frente. Escalar o muro ou se contentar em sonhar com o que se esconde atrás dele.

Agir como um idiota se torna patético. Você sente as mesmas coisas e enfrenta as mesmas questões de novo e de novo, e conversa com seus colegas sobre as mesmas coisas porque você não consegue tomar decisões.

Você se preocupa com empréstimos, dinheiro, o futuro e a importância de construir sua própria vida… e mesmo se estar ganhando a corrida parece maravilhoso, neste momento você gostaria apenas de participar!

Estamos em uma das melhores e piores épocas da vida, tentando o máximo que podemos acabar com isso. Porém, não tem escapatória. A única solução plausível é viver bem o momento presente, fazer com que cada noite, ao nos deitarmos, possamos sentir a plenitude de um dia bem vivido, projetando no presente a verdadeira felicidade, outra descoberta a se fazer, mas que daria outro texto reflexivo.

Lapso | Pensamentos na noite de 20/09/2006

Lapso

É só um lapso d’alma. Estou imerso em mais uma interminável aula de CEV. Escapa-me o significado de cada letra da sigla, como a minha vontade de prestar atenção.

Um dia longo de trabalho, intenso, propenso a sugar grande parte da energia reservada para a semana.

Não sei o quanto vale a pena viver mesmices cotidianas se não encontro um Sentido Maior a todas as ações do meu dia a dia.

Passei a maior parte do meu tempo pensando na pessoa que amo. É difícil desprender-me de pensamentos, desejos, egoístas, quando se está sozinho, confuso e carente.

Todo o meu eu, humano, tem me sufocado arduamente como uma degola de frango, antes de ir para panela.

Assim, purificar o amor se transforma em algo extremamente valioso e desafiador.

Deus… afim da dor… da minha… das moedas, muito bem pagas… para que o amor construído com ela, com Ele, com o mundo, tenha um verdadeiro valor.

Desabafo (28/03/2006)

Hoje acordei insatisfeito com o mundo.

Descontente de estar vendo prédios, casas, ruas, pessoas, mendigos, bêbados, pobres e mesmo assim conservar a minha passividade diante de tudo.

Enoja-me o intelectualismo acadêmico, que nos enriquece no campo das idéias, mas que não produz nenhuma persuasão concreta, mudanças, mesmo que pequenas, mas imediatas, emergenciais.

Sinto-me rotulado… o estudante universitário, o trabalhador, o namorado, o filho, o jovem… sou como um pote de Hellman’s com um logotipo, data de fabricação e até prazo de validade (mesmo que esse seja aparentemente indeterminado).

Estou cansado de ser tachado de generalizador e superficial por aqueles que pedantemente me criticam e que paradoxalmente não fazem nada pela mudança do mundo. Estes desenvolvem seus dons para si mesmos, não gastam seus preciosos minutos pela humanidade e nem sequer doam uma hora da sua semana dedicando-se aos outros…

De que serve a emancipação desta ” Ditadura da razão” em que vivemos?? Do que adiantam tantos meios que nos tornam cada vez mais INDIVÍDUOS, mas que esquecem o fato de que não estamos sozinhos no mundo??? A pergunta nem é se a regulação social é importante, mas quem REGULARIA a sociedade sem olhar antes de tudo pro proprio umbigo???

Vou dormir incomodado com tantos questionamentos, dúvidas e sofrimentos… ciente de que tenho muito o que fazer, que não adianta eu transcorrer eloquentemente meus pensamentos, se não os transformo em atos concretos, se não sou um AGENTE MODIFICADOR da sociedade.

Mas tenho esperança, ou melhor, tenho a certeza de que não estou sozinho e com perseverança vou lutar sempre mais para ser coerente e não mais um orador.

Page 35 of 36

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén