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Namoro a três: Reflexões pela ótica cristã de um relacionamento à dois

Namoro a três

Toda vez que vivemos de modo superficial nossos relacionamentos, evidenciando aspectos puramente humanos, perdemos a possibilidade de descobrir a potencialidade que existe no dito: namoro a três.

A presença de Deus é aquilo que nos faz entender que somente deste modo vale a pena viver bem um namoro; é o que dá sentido e realiza, de modo que não pareça pouco diante de outras experiências, outras vocações.

Observamos na nossa sociedade uma enorme carência de famílias santas… de casais que procuram ter Deus em primeiro lugar e caminham com Ele, sem medo de cair e Recomeçar.

A paixão e a presença da pessoa amada às vezes nos cega, o carinho e os afetos humanos possivelmente nos tiram da tomada de consciência a respeito desse aspecto. Porém existe uma descoberta que precisa ser refeita cotidianamente: Deus é quem dá sentido a experiência.

Sempre sonhei em construir um relacionamento verdadeiro com alguém, sonhei com um namoro a três que valesse a pena, que não só me satisfizesse humanamente, mas que me fizesse sentir uma plenitude e a certeza de que não seria menos que uma escolha totalitária por Ele.

Namorar a três é um modo de sentir que não se está vivendo essa experiência de modo egoísta. Que se está deixando Deus trabalhar na nossa vida ajudando-nos a responder às Suas expectativas de construir, aos poucos, uma possível família que irá de encontro aos paradigmas contemporâneos.

Não nos contentemos com beijos, abraços, amizades…

Com Deus guiando nossos relacionamentos percebemos que a potência do nosso amor pode assim se tornar INFINITA, como é infinito o amor Dele por nós.

Medo de acreditar

Medo de acreditar

Toda vez que, introspectivamente, procuro descobrir o que sinto, me dou conta de que a resposta não está dentro de mim. Tenho medo de acreditar.

Desta forma, coisas estranhas, pessoas, são colocadas para que possamos entender (novamente) que o grande segredo, que muitas vezes serve de farol para a resolução dos nossos problemas, está no Outro. No amor incondicional e atemporal àquele que está ao nosso lado.

A sociedade que nos impulsiona e nos constrange a refutar a dor, também ilude e faz com que achemos que sofrendo, estamos perdendo a chance de sermos felizes.

Assim, o medo de acreditar em mim mesmo, de estar me enganando, ou vivendo mentiras, sufoca e me impossibilita de sair do ciclo “egocentrista” em que muitas vezes me encontro.

“O medo é um sentimento que é um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.”

Quando sentimos medo é porque não acreditamos que existe Algo além das nossas possibilidades. Um Observador que nos guia para que possamos permanecer no caminho que nos leva a Felicidade.

Sentir medo é estar prostrado em frente a um muro enorme, que esconde o Paraíso do outro lado, mas que deve ser superado, por nós mesmos, mas com a ajuda desses “pezinhos” que se colocam diante de nós, cotidianamente.

Não só alegria

Não só alegria

Acredito que na maioria das vezes que vivenciamos coisas novas, obstáculos, que exigem mais de nós mesmos, é difícil enxergar com clareza o quanto estamos crescendo por conseqüência dessas situações.

Temos o hábito de ter um panorama superficial da nossa vida e dos acontecimentos que estamos imersos. Porém, como diz Giuseppe Zanghi, precisamos aprender a ver a nossa vida de modo profundo, pois muitas vezes estamos superficialmente tristes, mas profundamente felizes e vice-versa.

Sei que estou vivendo basicamente uma situação como esta. A falta que sinto do meu amor me faz ESTAR sempre triste, mas SER cada vez mais feliz, pois, somente agora, percebo que posso realmente viver cada momento por ela, sem nenhum retorno humano, é um doar-me completa e gratuitamente.

Essa felicidade torna-se ainda mais profunda, não só alegria, pois potencializa os relacionamento que circundam a minha vida, me permite sair de mim mesmo e viver exclusiva e intensamente pelos outros.

Participar dessa grande aventura, dá uma nova dinâmica e um novo sentido as coisas aparentemente simples e normais… me faz entender que não são os sorrisos, risadas, ou a paz interior que me fazem conquistar a plenitude, mas a certeza que cada sacrifício, cada dia vivido pelos outros, cada renúncia e oferta, transformam o ” vazio” em FELICIDADE.

Esvaziando o copo

copo

Demorei muito tempo para encher o meu copo com certezas, descobertas, passos, com tudo aquilo que a minha vida gerou e o que foi gerado nela. Passei minha infância e adolescência preenchendo tudo com meus sonhos, meus ideais, tantas vezes utópicos, mas que se tornaram cada vez mais EU.

Contudo, algumas experiências me pediram para esvaziá-lo, para dar espaço ao Divino. Tinha que perder tudo aquilo que construí, toda a minha segurança, para acolher o Novo. Mas o mais difícil era confiar que tudo seria ainda melhor do que já tive. E foi.

Esvaziado e cheio novamente, Ele agora me pede para perder tudo novamente. Porém, dessa vez, observando esse ato demente, captei no que se traduz essa renúncia pessoal de si mesmo.

Não é que perdemos nosso EU de modo único, dolorido, porém rápido. Esse “esvaziar o copo” é feito com conta gotas. Cada parte daquilo que foi construído, entendimentos consolidados, são retirados em doses homeopáticas. Assim, a perda parece constante, cotidiana.

Porém, percebe-se também que existe algo de grande nesse simples ato. Um desapego verdadeiro das próprias idéias a si mesmo, em prol de um desígnio misterioso, mas certamente, maravilhoso.

Deste modo, o copo passa a ser preenchido por algo ainda mais interessante do que tínhamos interiormente, pois a nossas capacidades são finitas, limitadas, enquanto o copo preenchido por Ele, tem efeitos infinitos.

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“Sabei reconhecer que não sois os donos de vós mesmos, e abri-vos Àquele que vos criou por amor e quer fazer de vós pessoas dignas, livres e belas. Encorajo-vos nesta atitude de confiante abertura: aprendei a ouvir no silêncio a voz de Deus, que fala ao íntimo de cada um; lançai bases sólidas e firmes na construção do edifício da vossa vida; não tenhais medo do empenho e do sacrifício, que hoje requerem um grande investimento de forças, mas que são garantia do sucesso de amanhã. Descobri a verdade acerca de vós próprios e não cessarão de se abrir novos horizontes diante de vós.” (João Paulo II)

Silêncio como palavra

palavra

É sempre mais fácil dizer aquilo que achamos do mundo, criticar, julgar situações e pessoas. Acreditar na nossa razão, confiar nos nossos instintos e potencializarmos o valor da nossa auto – suficiência.

Ou…

É sempre mais fácil calar-nos, omitir tudo aquilo que vemos, tirar o corpo fora nas situações e nos relacionamentos com as pessoas. Não nos envolvermos e deixar-nos levar pela nossa falta de confiança e dependência das outras pessoas.
Contrastes de caráter, pois parece que em qualquer relacionamento, um fala e outro escuta, um se abre e outro se fecha, um diz o que pensa e o outro omite. Parece troca, mas não é.

O silêncio é a comunicação por excelência, o ápice, que mostra desnecessário a materialização de desejos e idéias em palavras. É estar sintonizado no Outro ao ponto de nos entendermos através de olhares, gestos…

Porém, não é possível esperar essa sintonia, esperar do Outro, e para isso a comunicação é imprescindível. Comunicar (e muitas vezes comunicar é permanecer em silêncio) é sobretudo permitir que se construa essa ponte em direção ao outro, para que esta sintonia possa transformar e potencializar cada relacionamento.
O silêncio. Que importância avassaladora existe nesse calar-se!! Afinal de contas, se alguém falasse e o outro não permanecesse em silêncio, não haveria comunicação, pois ela nasce do comum acordo entre o silêncio e a palavra.

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