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Usufruto celeste

celeste

Tenho que aprender e entender que minhas posses são fruto de um trabalho que não tem o dinheiro como Fim, mas como meio.

Tenho que entender e aprender que faço parte de uma Cultura que cria necessidades, que devem ser suprimidas com o necessário que é a nossa consciência que sabe medir.

Pois, na Sociedade do Ter, me perco sem saber se sou eu quem escolhe o que realmente preciso ou se é alguém que estipula as minhas necessidades.

Não se despreza a importância do dinheiro, mas ele é somente a moeda de troca para realizar objetivos.

Ter é sempre uma oportunidade a mais de DAR, tudo. De saber que nada realmente é nosso, é posse. Mas o que temos materialmente é simplesmente uma oportunidade de fazer usufruto de algo cedido por Ele para que sejamos plenamente felizes.

Viver consciente disso pode me ajudar a abraçar as inúmeras providências, verdadeiros milagres, que só vêm se não permaneço omisso, esperando que às graças caiam do céu, mas procure sempre fazer a minha parte, trabalhando duro… com 99% de transpiração, para que o Mestre contribua com seus irrevogáveis 1% de inspiração.

Quanto você vale?

Você! Que perde tempo lendo coisas inúteis, achando que de alguma forma o universo e os astros podem se mover ao seu favor.

Você! Que espera milagres celestes, sem procurar nem mesmo fazer a sua ínfima parte, que só você pode fazer.

Você! Que lamenta a própria infelicidade e nem sequer procura dar valor ás pequenas coisas que cotidianamente inundam seu dia de alegria.

Ei você!! Que acredita em quem está escrevendo, por algum motivo que não se sabe ao certo, mas que de alguma forma toca ou incomoda.

Você! Que acorda todos os dias e faz as mesmas coisas, tendo quase a impressão de que a vida é um filme de sessões infinitamente repetitivas.

Você! Que aceita ser explorado, admite trabalhar 10, 12 horas por dia, em troca de um Não para si e um Sim para o Sistema.

Você! Que vai à universidade, passa horas insubstituíveis do seu dia sentado no bar, fumando um beque e acreditando que assim está construindo algo novo por ócio contemplativo.

Ei você! Que sabe que a vida é única, que a festa termina a meia noite e que por isso, não perde tempo com a vergonha de não saber dançar, mas que se lança em passos, às vezes desconcertados, mas que vão se aperfeiçoando, à medida que o tempo vai passando.

É pra você esse POST.

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Tenho refletido sobre o modo com o qual tenho vivido os meus poucos anos de vida.

Digo poucos, sobretudo porque, quando olho pros meus pais e tudo aquilo que eles já viveram, sinto um certo receio em acreditar que já vivi o bastante para contar histórias.

Lembrei-me do período em que estava fora do país… das experiências que vivi em tantos lugares com tantas pessoas e a minha constante preocupação em fazer com que todos pudessem viver àqueles momentos comigo.

Sinto como “vocacional” o meu anseio em escrever sempre, em dividir minha vida minuciosamente, permitir que todos participem das minhas decisões, sonhos e possam assim, viver cada passo, triste ou feliz, COMIGO.

Claro que não faz bem pretender isso de ninguém, mas será que posso dizer que isso é uma qualidade? Um sinal de maturidade, de comprometimento com os outros e uma coragem de me expor???

Ultimamente também tenho estudado muito a Personagem e o Sujeito empírico… Nas aulas de Teoria da Comunicação é um assunto pontual. Por isso tenho entendido que a maioria das pessoas tem sim medo de serem quem são. Procuram através de uma personagem oculta mostrarem-se especiais, interessantes, diferentes, escondendo realmente os limites, incertezas, medos.

Acredito que o medo de se expor nos torna misteriosos aos olhos das pessoas e assim, ser personagem é ainda mais interessante.

Bom… destes devaneios tiro algumas conclusões. A vida é muito mais gostosa quando partilhada. Quando nos doamos sem escrúpulos, para se construir e construir a nossa vida, JUNTOS.

Meninos e meninas

Gosto muito de observar as mulheres. Claro que a beleza e a feminilidade me levam sempre em direção a elas, mas são as diferenças naturais que mais me impressionam.

Tento sempre me dar conta de quem sou, sobretudo quando me relaciono com o sexo oposto.

Nós homens somos, antes de mais nada, extremamente egoístas no que se diz respeito à realização pessoal. Vejo por mim mesmo o quanto humanamente quero viver experiências prazerosas, conquistas, submetendo as pessoas ao Meu mundo e as Minhas verdades.

Isso é difícil perceber nas mulheres, tratando-se é claro, da mulher com M maiúsculo e não o que ela se transformou fruto do fenômeno feminista. As mulheres abarcam o mundo, sabem construir suas vidas tendo sob a sua guarda os mais variados aspectos: família, amigos, profissão, realização pessoal. Tudo é compreendido.

Outra diferença básica é o modo como queremos nos relacionar. Naturalmente a conquista faz parte da constituição masculina. Aquele desejar e buscar, fruto também da “sedução”. O homem tem sempre a impressão de que as mulheres não podem ser auto-suficientes, que dependem da sua proteção e apoio.

Enquanto isso acontece, as mulheres vão se tornando sim cada vez mais auto-suficientes, não tanto positivamente, pois esse nada mais é que um conceito interessante para justificar o egoísmo pós moderno. Auto suficiente é sim um sinônimo de egoísta. Alguém que não depende de ninguém para ser feliz. Isso é possível?

O último aspecto analisável é a maturidade. Como somos imaturos!!! A nossa infantilidade em relação aos desafios, aos acontecimentos cotidianos. Os nossos medos e a nossa aversão aos compromissos. As mulheres, pelo contrário, assumem, por conta da potencialidade à maternidade, uma postura mais segura, mais verdadeira nos relacionamentos. Querem construir suas vidas junto, com segurança, afetiva, financeira, para dar condições à família que pode nascer.

Enfim, todas essas reflexões surgiram nessa minha máquina de paradoxos (cabeça) depois que li o artigo do Arnaldo Jabor “Homens objeto”, pois talvez esse padrão natural de comportamento tenha sofrido algumas inversões há algum tempo.

Vivo dizendo que de tanto as mulheres quererem os mesmos direitos sociais dos homens, acabaram adquirindo o papel natural que nos compreende na humanidade. Talvez seja tachado de conservador, mas ainda prefiro as mulheres de antigamente.

Milagre

Milagre

Os santos sempre foram figuras surpreendentes.

Quem já leu a história de São Francisco certamente entende o que eu estou dizendo. O desejo dele de doar tudo, a sua vida, sonhos, para a construção de um mundo melhor, que para os católicos chama-se Reino de Deus, é algo concretamente RADICAL. Isso sem falar de Antão, Teresa d´Avila, Agostinho e o meu preferido: Santo Inácio de Loyola.

Sempre quando encontro alguma espécie de religioso (como os jovens que pertencem a Toca de Assis), ou então militantes políticos, ou mesmo alguém engajado em causas sociais, me dou conta da pequenez da minha vida.

Não tenho feito nada de muito concreto pelo mundo… Ok… tenho sim procurado viver intensamente cada dia, preocupando-se com o meu próximo e saindo do meu eu, egoísta e mesquinho. Porém parece sempre pouco, pois queria fazer “grandes coisas”, milagres, salvar o mundo!!! (ou ao menos uma parte dele)

Perdido nessas reflexões impertinentes e cotidianas comecei a descobrir o verdadeiro significado do que é um milagre. Etimologicamente a palavra vem do latin miraculum, mirare, que significa admirar-se, maravilhar-se. É um fato que tem caráter extraordinário, fora do comum e a sua realização é atribuída à onipotência divina, é considerado como um ato de intervenção divina no curso normal dos acontecimentos.

Sempre achei que quem fazia milagres (excluso Jesus) havia poderes especiais, alguma espécie de magia transcendental, sei lá. Lembrei-me subitamente de Moisés, que entre muitos milagres que operou, chegou a abrir o mar para que o povo de Israel pudesse passar e fugir da escravidão no Egito.

Olhando a minha vida, de modo consciente, percebo que muitos milagres têm acontecido. Providências que chegam na hora certa, situações que precedem fracassos, como ajuda ao crescimento, inúmeras, e isso me fez entender que o milagre acontece independente da nossa santidade, pois quem faz é Deus . O nosso papel é estar Nele, ou seja, viver por amor a Ele e as pessoas, radicalmente. Deste modo, o nosso pedido, a nossa vontade, coincide com a Vontade de Deus e disto, o milagre sucede.

Enfim… Antes de tudo, buscar estar SEMPRE no amor, com Fé heróica e depois, os milagres vem em abundância.

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