Category: Introspecções Page 25 of 36

Situações insustentáveis

Situações insustentáveis

Quando ocorre de os muros ruírem diante das situações insustentáveis.

Fazendo escorrer lágrimas de um desespero sufocado pela vergonha.

Estou aqui, pra partilhar essa nossa Dor e aliviar esse respiro descompassado.

Assim, esse sentimento efêmero de estar simples e completamente abandonado.

Impulsiona-nos a descobrir um outro parâmetro de amor, novas capacidades de perdoar.

Aí nem vale tanto as vezes que cair, mas as vezes que juntos continuamos a amar.

Diante de tudo, tenho somente esse coração vazio, despedaçado.

Machucado por ver quem nem sempre as permissões são vividas em torno da mais plena liberdade.

E permanecemos escravos de nós mesmo, dos nossos limites, dos traumas históricos pessoais.

Porém… mesmo assim somos nós.

Nós é que daremos ao mundo essa esperança esquecida.

Nós é que construiremos relacionamentos novos.

Nós… e não eu…. nem você.

Musicoterapia

Musicoterapia

A maioria das pessoas quando está triste busca na música consolo para sanar o desconforto de outrora.

A tristeza pede um bom samba ou até mesmo um animado Pop. O stress me convida a ouvir a rouca voz de Ozzy, os solos de guitarra do Metallica ou o notável baixo de Flea do Red Hot. No trabalho prefiro passar o dia com Jairzinho, Ed Motta, Norah Jones, Amalia Grè, música calma, bonita, música de elevador.

É engraçado como a música entra no âmago de quem procura ouví-la, sem simplesmente consumir. Assim ela sempre encontra significado… as vezes filosófico, outras tantas romântico, não importa o fato de não ser explicável, é sempre um modo de conduzir a vida nos momentos difíceis.

Eu, pessoalmente, uso da música como combustível para a alegria. Seu jorge, Simoninha, Luciana Mello, Vercilo, Jorge Drexler, Fundo de Quintal, Ivete Sangalo, Max de Castro, George Benson, Jack Johnson… todos me acompanham com suas letras, batidas, vozes belas.

É na música que também encontro e reencontro a minha brasilidade. Tenho descoberto e me apaixonado pelo samba… do Zeca, Jorge Aragão, Alcione, Beth Carvalho, Fundo de Quintal. Junto deles sinto-me mais brasileiro e quando caminho pelas ruas do Centro, olhando os apressados paulistanos, sobre a minha bicicleta, faço do samba a minha trilha sonora, o compasso das batidas em consonância com o meu coração, me faz cantar, sorrir e ver que realmente é preciso, mesmo diante das dificuldades, aprender a ser feliz com o pouco que temos, aprender a viver.

Reconstruindo-me

Reconstruindo-me

Dentre as minhas maiores incoerências está justamente o fato de falar mais que fazer. Enxergo-me quase sempre nos outros, consigo quase sempre perceber as falhas e limites de ações equivocadas e transformar minhas constatações em comentários e conselhos enfadonhos, que muitas vezes descubro que o melhor mesmo e falar pouco e fazer mais.

Mergulhamos em fases novas de acordo com as experiências que nos são permitidas fazer e dentro delas surge sempre a pergunta… será que sou capaz? E é justamente essa capacidade o que tenho procurado explorar dentro de mim. Conhecer-me o suficiente para saber até onde posso chegar hoje e os pequenos passos para ir mais adiante amanhã.

Para isso, tento não permanecer nos meus medos cotidianos de me envolver com pessoas e situações, procuro não temer a possibilidade de perder uma grande chance de amar outras pessoas da mesma forma que o tenho feito com as já amadas. Assim, nem é tanto ser coerente a minha preocupação, mas aceitar minha incoerência, minha profunda contradição entre ser e querer ser, falar e fazer.

Entendo, sempre mais, que preciso das pessoas para dar esses passos que são gotas homeopáticas imprescindíveis para o meu crescimento pessoal como individuo dentro do corpo social, mas também como co-autor de um novo conceito de relacionamento interpessoal.

Continuo caminhando, olhando nos olhos de quem encontro, sorrindo, procurando entender cada vez mais as diferentes acepções do mundo, as contradições, para fazer mais que falar, ser mais que escrever.

Sou um paradoxo…

É engraçado perceber como, cada vez mais, tenho me dado conta que exijo dos outros o que quero pra mim e critico àquilo que são os meus maiores defeitos.

Não sei se é a psicologia que explica tudo isso, mas me vejo sempre espelhado nas pessoas e, quase sempre, em uma conversa mais profunda, com alguém que realmente tem a coragem de dizer meus defeitos, buscando me fazer crescer como pessoa, descubro que, antes de tudo, devo aprender a me aceitar, limitado.

Tenho vivido todos os últimos anos dessa minha breve vida, exigindo coisas das pessoas que estão à minha volta, sem me dar conta de que todas essas brechas são justamente os meus limites espelhados.

Desde então tenho entendido que as diferentes concepções de mundo, os diferentes modos de conceber sentimentos, são complementares e não “excluíveis”. Assim, percebo que todas as minhas tentativas de convencimento, de direta ou indireta vontade de “convencer” os outros das minhas verdades, são motivos de frustrações contínuas, constantes.

Espero que as pessoas acolham esse meu ser paradoxo e entendam que uma das minhas maiores dificuldades é justamente entender que o meu “ óculos” foi diferente dos demais.

 

Profunda pressão

pressão

As pressões das contrações de parto compartilhadas com a minha mãe preanunciavam um mundo que não esperaria meus passos gradativos, mas exigiria respostas instantâneas.

Passei a infância pressionado à aprender o ABC com cartilhas metódicas, além de ser obrigado à assimilar regras de convivência sem explicações profundas aos meus porquês.

A minha adolescência foi um bombardeamento dos mais variados tipos pressão: excelência nos estudos, paciência nos afetos, boa educação, gentileza, aos amigos atenção, que cheguei à juventude precisando de terapia.

Agora, o mundo me pressiona cada vez mais e essa pressão profunda me impulsiona a, antes de mais nada, perder os meus valores sobreviventes à enxurrada de imposições sem sentido.

A profunda pressão me obriga a permanecer sozinho, no meu mundo, no meu individualismo, para que o Mal possa me controlar com certo comodismo.

Assim, perco não só os meus ideais, mas a minha vontade de viver, cada coisa perde o sentido que deveria ter sido descoberto naturalmente, mas a profunda pressão (mal do Novo Milênio) impôs a minha vida ao tempo dela, quase sempre sem nenhum tipo de espera.

O único modo de não continuar mergulhando nessa profunda pressão é não recusar o abraço do meu irmão, não permitir-me estar só em momentos em que é mesmo só isso que desejo.

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