Category: [Mistério] Page 9 of 113

Feli (z) cidade

felizcidade

Tem dia que a gente acorda feliz

Motivo?

Tem…

Pode ser porque a gente ama alguém

Porque disse: amém!

Que dormiu bem.

 

E a felicidade vem de dentro, serena.

Claro que às vezes é intensa!

Mas quase sempre é amena,

Pois é sempre felicidade, gostosa.

De como quem lê poesia

E esquece um pouco a prosa

 

Tem dia que a gente acorda feliz

E sou eu quem diz

Porque entre o ligeiro pedalar na cidade,

Olho pra frente, pro lado, pra dentro.

E vejo só FELI(Z)CIDADE!

Pistões de carne e osso

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Pistões de carne e osso

Ritmados,

Silenciosos,

Quase mudos,

Entre milhares de motores gritantes

Esfumaçantes.

E eu…

Profundamente integrado ao ambiente

Presença visível,

Delicada,

Respeitosa

Entre os ditadores do progresso,

Apressados,

Corruptos,

Invasivos.

O esforço cotidiano que me consome,

Entre sinais e o asfalto esburacado,

É o combustível que me move.

Pistões de carne e osso,

Instrumentos do meu habitual esforço

Faça-me chegar logo ao meu destino,

Vivendo, dia após dia,

este feliz sonho de menino.

Mais um na multidão

Linha Azul do Metrô pára após pane em trem na Estação Paraíso

Esmagado, entre os meus iguais,

Só mais um na multidão

Lugar, onde as ideologias repousam

Inefável solidão.

No viso triste de vida sofrida, suplica-se tudo.

Sofre-se a espera de dias melhores

e no silêncio “encabulante”,

o vazio sem respostas.

Lá fora,

de um lado uma matilha de gente

Latindo o desespero da própria desumanização

do outro, uma multidão de cachorros

Escovados em pet shops,

comendo caviar de ração.

E eu, sufocado pela metrópole,

Continuo andando, sem achar respostas.

Licença, posso passar? Não.

Sou só mais um na multidão.

2012: Ano velho, vida velha!

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Não sei se muitas pessoas acharam que 2013 não chegaria. Eu, por outro lado, tinha a certeza de que, em 2012, o meu mundo sofreria uma transformação definitiva.

Depois de passar mais um ano novo “abaixo de zero” na Suíça, a viagem para Budapeste, em fevereiro, foi um presente fantástico. Ali, na gélida nação que acolhe meu irmão Cristian, eu pude me reencontrar comigo mesmo e perceber a importância de dilatar o coração, para acolher melhor quem está ao meu lado.

Os outros meses do primeiro semestre foram sofridos, às vezes de sofrimento bom – como no processo de elaboração da minha tese de “láurea magistrale” -, às vezes de sofrimento ruim – no tentar me superar para viver em harmonia com o outro, completamente diferente de mim, causa muitas vezes de dor, mesmo se, na maioria das vezes, sem intenção. A dificuldade de viver com pessoas de diferentes culturas, propósitos, valores, foi sentida de maneira “violenta”, “dura”, mas também foi um grande exercício de paciência e tolerância.

 A partir de julho, os polos (até mesmo os geográficos) começaram a se inverter na minha vida. O sucesso na apresentação da tese, a presença dos meus pais nesse momento tão especial e, principalmente,  o noivado foram momentos únicos do ano que passou.

Com Flavia, desde sempre, procuramos construir um relacionamento simples, verdadeiro, e baseado em um amor concreto. Mas, essa escolha, antes de tudo pessoal e recíproca, também sempre foi comunitária. Por isso, viver um passo tão importante com eleusinha, tenorinho e os familiares e amigos europeus foi marcante para nós.

O segundo semestre de 2012 foi mais sereno. O retorno ao Brasil, o trabalho novo, inúmeras providencias, reencontrar pessoas amadas… tudo em uma tranquilidade que só foi ofuscada em alguns momentos da (intensa) preparação do nosso casamento.

Sem dúvidas o 22 de dezembro foi o momento mais especial, profundo, alegre e pleno do ano que passou. Tudo caminhou para o SIM mais importante das nossas vidas. Realizar o sonho de começar uma nova família e saber que essa aventura será vivida junto com a Flávia me dá uma alegria enorme.

A gratidão a Deus por ter me trazido até aqui é imensa. Amor divino encarnado e manifestado no amor que recebi da família, dos amigos e, sobretudo, no relacionamento cotidiano com a Flávia.

Que venha 2013!

Seu Natal e o sentido da vida

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Seu Natal tinha vivido muitos anos. Tantos que já nem se recordava qual a sua verdadeira idade.

Nascido em uma pequena vila, distante de tudo, bem pobre, Natal quase nunca havia escutado na televisão alguma notícia que falasse do lugar de onde ele vinha.

Filho de família nobre, de tradições milenares, seu Natal, com o passar dos anos, perdeu o prestígio decorrente das suas origens familiares. Aos poucos, até mesmo na sua cidadezinha já não sabiam quem ele era.

Diante dessas e outras tantas situações difíceis da vida, o seu Natal, mesmo assim, sobreviveu. A sua presença no mundo era insistente, perseverante, mas, com o passar do tempo, aos poucos ele começou a mostrar sinais de cansaço. Passava sempre despercebido e, por isso, não conseguia mais se sentir feliz, nem fazer feliz.

Porém, um encontro particular transformou a vida daquele senhor.

Há tempos seu Natal não encontrava o menino pobre que vivia vagueando pela cidade, pedindo esmola e, como ele, lutando para sobreviver.

Em uma noite chuvosa de dezembro os dois se reencontraram e seu Natal chamou o menino para jantar em sua casa.

Foi um momento simples. Conversaram, riram e choraram juntos e aquele momento ajudou o senhor a redescobrir quem ele era. Fez com que seu Natal reencontrasse os motivos para continuar vivendo, lutando, para mostrar que o presente mais valioso que a vida nos dá, sem dúvida, é a possibilidade de construir relacionamentos verdadeiros.

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