Category: [Mistério] Page 62 of 113

Testamento (’08)

By

On 23/03/2008

In Sentimento em palavras, [Mistério]

ALIANÇA - TESTAMENTO

Entrego…
Meus sorrisos mais singelos,
Ao bem que quer o Pai eterno…
Entrego a vida que até gostava de construir sozinho
Pra dividi-la dia-após-dia com a ela.
E agradeço a Deus por ter pernas pra caminhar e de estar com a Tina.
Percorrer quilômetros desfrutando da querida Sorriso de Menina.

Entrego…
A possibilidade de passar o resto da minha vida com meus amigos
E estar assim pronto para superar os imprevisíveis perigos.
Entrego os dias e meu amor imensurável pela vida.
Pra que cresça essa minha capacidade de amar ainda comedida.
E agradeço a Deus por ter pulmões para respirar o ar puro do Interior.
E viajar pra longe e finalmente descobrir a beleza do Arpoador.

Entrego…
Meu coração todo da amada
Sabendo que estou entregando simplesmente a mulher da minha vida.
Entrego para que seja Ele a me guiar
Não importando tanto se estarei aqui ou em qualquer outro lugar.
E agradeço a Deus por também ter me dado uma grande família.
Nenhuma solidão vai fazer desse testamento, uma poesia sem alegria.

Lamentos de um sanguessuga II

By

On 19/03/2008

In Sentimento em palavras, [Mistério]

imagem3

Sou um parasita de humanos.
Nutro-me do meu próprio e sujo sangue,
Sugando-o em uma hemodiálise canibal.
Foi ela que me fez ignorar a importância do “outro”,
E então concluir que sou mais um monstro espelhado,
Refletindo mais de mim mesmo
E menos de quem gostaria de ser.

Prefiro me fechar em meus limites, defeitos e pecados,
Por medo de assumir minha culpa.
Engano-me com uma felicidade desgostosa,
Aceitando atuar em um monólogo vazio.

Sou um verme vetado a morte, não de fome,
Mas de inutilidade.
Cansando-me de olhar no espelho e não me ver.

O profundo, um dia fecundo.
Hoje, cada vez mais, é moribundo.

Declaração de amor

By

On 19/03/2008

In Sentimento em palavras, [Mistério]

Declaracao-de-Amor

Hoje acordei e lembrei que te amo,
Não, não! Engana-se se pensa que foi engano.
Pode até ter sido mais um dos meus lapsos d’alma
Que intermitentemente vêm e o coração acalma.

Saber-te comigo e ver que também sou seu amigo
Tira possíveis temores de qualquer banal perigo.
E deste amor conquistado, sofrido, lutado.
Constrói-se, dia após dia, um futuro ilimitado.

Amo-te não só porque compartilhamos o mesmo Ideal
Nem mesmo porque enxergamos Deus de maneira igual.
Na verdade o que aquece o meu coração é a alegria
E a certeza em saber que foi Ele que nos quis junto um dia.

E agora os meses passam e continuo acordando lembrando que te amo.
Nem sempre expresso claramente, outras vezes, como essa, declamo.
O tempo, a distância, as dificuldades, são obstáculos banais, eu penso.
Porque o que construímos nessa realidade humano-divina é um amor imenso.

Meu Epitáfio

By

On 11/03/2008

In Sentimento em palavras, [Mistério]

epitafio

Continuaria por toda a vida escrevendo poesias simplórias como as que já faço
Talvez começaria também a ouvir um pouco mais do que falo.
Faria tudo o que fiz de novo.
Provavelmente viveria mais do que já vivi pelo meu povo.

Contudo não me arrependo nem um pouco do que aconteceu até agora.
Erros, descrenças… nada disso que a gente vive e depois, simplesmente ignora.
Perdi tempo com coisa boba, com teimosias, por ser cabeça dura.
Mas tudo serviu pra que eu me sinta, ao menos um pouco, uma pessoa mais madura.

E assim, os anos passam e vou chegando à quase meio século.
E os sonhos conquistados passam a ter status de supérfluos.
Mas mesmo assim o que faz a alegria ser o meu “protecionista” sentimento.
É me dar conta que sou fruto de cada singular relacionamento.

Com alegria, vivo novos dias, novas crises, novas fases.
Ignorando medos e crenças bobas de chegar “a uma certa idade”.
Pois a minha grande preocupação no advento de um momento iminente.
É saber o quanto devo viver, cada vez melhor, o momento presente.

Coexistência

By

On 06/03/2008

In Sentimento em palavras, [Mistério]

6a00e550f4943c883300e551edab568834-500wi

Enquanto estamos vendo nossos cotidianos SMS
Dentro do mar de dores que se escondem por trás da guerra:
Crianças choram,
famílias desaparecem.

Do Líbano aos Camarões,
A guerra dos tempos de Hitler já foram esquecidas.
Parece então quase providencial viver uma outra para nos lembrarmos,
todo o mal que o ódio pode gerar.

É preciso fazer algo.
Enquanto almoçamos no Mc´Donalds nos finais de semana.
É preciso pensar nos nosso irmãos que morrem,
enquanto estamos no shopping fazendo compras.
E não basta somente viver uma vida sã,
Não é suficiente crer numa Paz aparentemente vã.

Pare um segundo para oferecer suas dores, mesmo as banais, pelos libaneses.
Enquanto você está sorrindo, lembre das almas dos afegãos.
Fale, reze, grite… até que o mundo reconheça claramente.
Que sem a coexistência é difícil nos amarmos verdadeiramente.

Essa poesia é uma homenagem aos meus irmãos libaneses que vivem em meio à guerra, fruto de um ódio irracional.

Page 62 of 113

Previous

Next

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén