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Confissão

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Não sei dizer bem aquilo que sinto,
mas sinto dizer que te quero pra sempre.
Não sei ficar quieto para evitar os conflitos,
Mas queria estar, na sua vida, presente.

Não sei te ouvir de modo com que você saiba
que tudo na sua vida para mim importa.
Mas ouça que cada minuto sem você
É uma desagradável melodia sem notas.

Não sei sempre ver o bom diante das nossas diferenças normais,
Só sei que para mim eu quero que elas sejam banais.
Não sei falar, ficar quieto, fazer silêncio
e nem mesmo perceber que estar com você
me faz sentir o melhor dos sentimentos.

Mas sei que te amo muito e quero a sua felicidade,
Mas se você ainda não a sente plenamente, desculpa.
Até mesmo por não saber recomeçar direito.
Porém digo, com esta poesia, que quero mais que tudo na vida,
Superar com você, essa grande “sfida”*.

*(desafio – em italiano)

O Cubo Mágico

Recebi quando era bem novo um cubo de seis faces coloridas.
Engraçado o quanto aqueles arranjos em azul, verde, amarelo, vermelho, laranja e branco se multiplicavam com um simples movimento despretensioso.

Porém o mais interessante foi ver que cada pequena face que compunha um dos lados do cubo era uma pequena dimensão da personalidade do menino dos olhos azuis.

Desde muito novo ele me acompanhou, vivemos juntos incríveis aventuras e contemplei muitos “arranjos e desarranjos” visando uma organização necessária e também os momentos em que era melhor preservar a falta de precisão nas cores de cada face.

O menino-cubo, (ou seria o cubo-menino??) me ajudou a descobrir o significado de tantas coisas, o sentido verdadeiro de um Amor muito além do que eu poderia entender sozinho, pois fazia parte de uma dinâmica nova, pouco conhecida pelo mundo das pessoas “normais”.

Assim, aos poucos, o tempo foi passando e eu fui vendo que meu rosto ia aos poucos se delineando nesse enorme cubo. Fui me dando conta também que outros rostos já brilhavam em uma das muitas facezinhas que compunham uma determinada cor.

Desde então descobri que não só sou um pouco do menino, mas ele é um pouco de mim.

(Cubo mágico ou Cubo de Rubik é um quebra-cabeças tridimensional, inventado em 1974, pelo húngaro, escultor e professor de arquitetura Ernő Rubik. Inicialmente recebeu a denominação de Cubo Mágico, mas em 1980 o nome foi mudado para Cubo de Rubik. Apesar da mudança, no Brasil continua sendo conhecido pelo nome dado originalmente pelo autor. – wikipedia)

Vazio voraz

vazio



O vazio voraz que sinto por não saber por onde rumar
Tiram-me os resquícios de paz provenientes da “última refeição”.

E as certezas… essas sim se desfazem!!
Não pela fragilidade das mesmas,
Mas pela força do Mal que me consome de maneira incompreensível.



Passo tanto tempo procurando respostas racionais,
Mas por fim, o que me sustenta são os pequenos “atos de amor”
Nem sempre gratuitos (se é que a gratuidade humana realmente existe),
Mas verdadeiros, concretos.

Assim, os dias passam e a dor, as dúvidas permanecem.
Só as conclusões que não chegam, talvez nem existam.
E nesse mistério de uma noite sem lanternas, nem mesmo um isqueiro.
Recebo um abraço, daqueles que escolheram, antes de tudo, amar por primeiro.

Amor gratuíto

TERESA

Há tempos venho me perguntando sobre o tal Princípio de Gratuidade que sempre acreditei existir. Procurando no Google os verbetes “amor gratuito” encontrei quase que exclusivamente, referências religiosas sobre o sentimento.

Navegando pela internet tirei do blog português, Um dia ao outro dia (http://umdiaaooutrodia.blogspot.com), considerações leigas a respeito do sentimento: “Só amor gratuito, sem retorno, abandonado, que não espera faz escavar um lugar para o céu dentro de nós. (…) Passagem cortante e obscura a do amor sem retorno, em que a garganta se contrai num amargo: Porquê? Que mal eu te fiz? (…)
(faço por vezes, esta pergunta, sem resposta, para alguns abandonos, tão de barro que ainda não aceitei que, fiel é Aquele que nunca larga, nem mesmo os que o magoam).”

Porém, ao lê-la, constatei que pode-se realmente considerar sentimentos universais.

Conversando com ela neste final de semana, entendi que, como a objetividade para o jornalista, a gratuidade (e a coerência) vale mais pela busca, do que pelo mérito do conceito.

As explicativas psicológicas que formalizam nosso ser intrinsecamente egoísta não me parecem obstáculos, porque lutar contra a nossa humanidade é já uma “guerra perdida”.

O que me parece importante é não se render, não aceitar com indesejável conformismo, as nossas individualidades maquiavélicas, a nossa aparente incapacidade de viver “pelos outros”.

Pensar em nós mesmos é já uma hábito. Difícil mesmo é perder momentos da nossa vida para dedicar às pessoas necessitadas, de pão a um singelo sorriso.

Vou continuar pensando nisso!!

A minha noite

noite

Os dias passam e ainda continuo procurando novas diretrizes que satisfaçam meus anseios pessoais de amor e dinheiro.

Queria não me contaminar com o capitalismo autofágico que me impulsiona a um prazer descontrolado, mas quase sempre me sinto fraco e incapaz.

A fraternidade que deveria integrar e interagir com a liberdade e a igualdade virou artigo de perfumaria, pois no final o que vale mesmo é satisfazer o meu eu.
Toda essa conjuntura me empurra para uma depressão sem volta, para um descontentamento constante.

No final, o que sobra é a vontade de cumprir o meu singelo papel no Grande Teatro, procurando atuar nesses meus poucos segundos de Palco, para fazer valer essa única oportunidade de mostrar aos espectadores, que cada artista faz parte do Espetáculo.

Mas, o pessimismo tantas vezes me consome. Sinto-me fraco, incapaz de amar até mesmo os mais próximos, aqueles que mais amo, pois também a capacidade de perdoar, de suportar as diferenças, por mais simples que sejam, vai sendo devorada pelo frenesi da vida contemporânea.

Dentro desse interminável e escuro túnel não consigo ver nada além do perímetro que cerca a minha vida, perdi as referências do Todo, a minha ideologia. Desta forma, o que me resta é procurar aquela resposta um dia contemplada, esquecida nos corações de todos aqueles me serviam de Luz e assim possa amanhecer nessa profunda Noite, que ultimamente me encontro.

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