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A abelha e a margarida

abelha margarida

Todos os dias a abelha percorria o mesmo (e longo) trajeto para se alimentar do pólen da margarida, que também possibilitaria o crescimento da Grande Colméia. Era só o Sol nascer, a brisa fresca da manhã bater em suas asas que ela voava em direção à linda flor que há tempos embelezava o Grande Jardim.

Contudo, o inverno foi chegando, mas a abelha continuava a ir retirar seu alimento todos os dias na margarida. O grande problema era que as visitas diárias da abelha não permitiam que a flor se recolhesse e se protegesse do forte frio que assolava o jardim. Quando começava a pensar no como se proteger a abelha chegava e obrigava a margarida a manter-se aberta, para que não lhe faltasse alimento.

Aos poucos o inverno começou a castigar a margarida. Sim, é verdade que a flor encontrara o porquê da sua existência fornecendo o pólen para a abelha, mas ela precisava também desse momento consigo para sobreviver ao inverno. O tempo foi passando e a abelha continuava a voltar, todos os dias, para retirar o pólen da margarida, até que um dia a flor não estava mais lá.

Ao perceber a abelha se desesperou, sabia muito bem o que aquilo significava. A necessidade que tinha de estar constantemente se alimentado do pólen da margarida acabou sendo maior que a importância de respeitar as necessidades específicas da flor, mas agora era tarde.

Depois de algumas semanas sem o pólen a abelha foi enfraquecendo. Sentia uma grande dor por não ter pensando um só momento na flor e nos seus últimos dias de vida, desejou ao menos encontrá-la no paraíso da fauna e da flora.

O dilema de Júlio

Dilema

Bip… Bip…
Julio vivia cansado da falta de reconhecimento dos seus atos em casa. Ninguém via nada de bom no que ele fazia, mas para apontar suas falhas, todo mundo tinha um comentário pertinente a fazer.

Ele sempre foi do tipo de jovem que gosta de ser desafiado, criticado, mas agora não era a mesma coisa. Não existiam palavras de incentivo ou esperança por parte dos seus e, gradativamente, ele estava perdendo o conceito de amor verdadeiro que só uma família é capaz de dar.

Bip… Bip…
As coisas pioraram quando o conformismo diante das suas “cabeçadas” chegou ao seu relacionamento com a Tina. Até mesmo a namorada começara a duvidar da possibilidade de crescimento de Julio, já nem dizia nada quando ele a magoava e não acreditava mais nas promessas do garoto.

Um certo dia, andando pelas ruas da grande cidade, encontrou uma criança que perguntou:

Bip… Bip…
_ Por que você está triste moço?
_ Estou cansado de viver, principalmente porque ninguém mais acredita que posso melhorar.
_ Mas é assim tão importante o reconhecimento das pessoas pelas coisas que você faz? – perguntou sabiamente a criança.
_ Não muito, quer dizer, sim…é importante… principalmente em relação às pessoas que estão ao meu lado. Vivo recebendo elogios de pessoas que tenho um tipo superficial de relacionamento, mas quando elas se aproximam e me conhecem mais, parecem contaminadas por um mormaço que esconde AQUELE Sol que cada um tem dentro de si.

Bip… Bip…
_ Bonito isso que o senhor disse…. mas eu te entendo também… os adultos estão quase sempre preocupados com o próprio umbigo, que dificilmente reconhecem as vitórias alheias e como o fracasso dos outros geralmente os incomoda diretamente, não fica difícil enxergar o negativo de quem erra.

Bip… Bip…
_ Pois é… é isso mesmo… mas sabe… isso me deixa triste… queria muito que as pessoas tivessem mais esperança em mim… sei das minhas capacidades, mas vejo que elas são sustentadas pela certeza de que eu estou aqui para servir quem está ao meu lado… e se nisso não encontro serventia, a vida não tem muito porquê.

_ Sim… entendo… mas tenha calma… paciência… não exija dos outros àquilo que não cabe a eles. Esses dias eu assisti um filme que dizia que TODOS estamos sozinhos, mas por sorte esse sentimento de solidão pode ser compartilhado.

Bip… Bip…
Quando se deu conta daquilo que havia ouvido, Julio percebeu que a criança havia desaparecido e que aquele Bip era o som da máquina que mede os batimentos no hospital. Na prancheta que a enfermeira tinha esquecido ao lado da cama constava: 30 de julho. Fazia seis meses que ele estava deitado naquela cama.

Aqui estando aí

waiting

O abraço do Guila é sinal de uma amizade verdadeira
Aí, estando aqui.
O beijo gostoso dela me dá a felicidade costumeira
Aí, estando aqui.
As certezas e a Verdade que só Montet um dia me trouxe
Aí, estando aqui.
Faz-me sentir voltar a correr no “eNevado” bosque
Aí, estando aqui.

Lá onde os fragmentos da minha alma se juntam
E nada termina, tudo recomeça, cria
Encontro finalmente o que todos buscam,
Mas tenho que redescobrir o que havia nas mãos um dia.

O Ideal de um mundo que me abstive.
Aqui, estando aí.
Os passos firmes, mesmos nos acentuados declives.
Aqui, estando aí.
Aprendo a caminhar na corda bamba, confiando no meu equilíbrio
Aqui, estando aí
E a presença divina constante, é aquilo que me dá mais alívio.
Aqui, estando aí

Aqui onde o “todo” de mim é já uniforme
E tudo começa, termina, copia.
Aí perco finalmente o que o mundo almeja
Mas não quero abster-me desta singela alegria.

Conformismo ético

metro cala-te_thumb[3]Tem gente que usa o discurso da honestidade individual para não se mobilizar em prol dos mais necessitados.

E não estou falando de lutas político – partidárias, mas do recobrar a própria sensibilidade diante dos pobres, sobretudo as crianças, que vemos cotidianamente estirados pelas calçadas das grandes metrópoles.

Dói mais quando me dou conta de que olho a marginalização, a miséria, com descaso, do que quando tento me colocar no lugar desses necessitados.

O pior é que existem que pessoas que usam da ascensão honesta, edificada pelo esforço pessoal, para justificar a própria passividade diante dos problemas sociais, principalmente os urbanos. Afinal de contas: “eu não tenho culpa de ter nascido rico… ou… todo mundo que quiser, por meio do esforço pessoal, pode alcançar os próprios objetivos”.

Sim! É verdade que a honestidade, a determinação, são valores louváveis de admiração e respeito. Mas, esse construir a própria estrada, só tem valor social, se possibilita que de tudo isso possa emergir também a solidariedade.

A ética é um conjunto de regras básicas, condutas individuais, que possibilitam o bem estar social. Sem o bem de todos e com a predominância de um favorecimento seccionado dos benefícios cidadãos, é demagogia pensar em uma Nova Sociedade.

Também as lutas fundamentalistas de classes não têm sentido, (os trabalhadores do campo, os pobres, os negros, as mulheres…) não se desenvolve a capacidade de deixar que a dialógica seja a base das novas propostas.

O que é consenso, ao menos entre a minha razão ética e a minha individualidade subjetiva, é que existe uma necessidade latente de não justificar nosso conformismo, com atitudes que deveriam ser obrigatórias (a honestidade, sobretudo). Sem um “algo mais” é impossível mudanças concretas… Fica tudo no discurso.

Dia dos namorados

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Fico procurando sempre maneiras novas, às vezes caio nas óbvias, para dizer EU TE AMO.
E assim o tempo voa, passam-se os dias, meses e já faz quase um ano.
Oportunidades não faltam, mas escassa é a coragem.
De perceber que, assumindo isso, dou um longo passo para uma longa viagem.

Assim hoje, no dia em que se celebra o amor puro de dois apaixonados.
Faço birra e cara feira pra não ter que comprar presente para esse tal “dia dos namorados”.
Não que eu pense mais nas economias individualistas,
Mas porque quero que a celebração seja nossa e não do Sistema Capitalista.

Agora aproveito a festa que é celebrada neste dia
Para todo o meu amor, eu materializar em poesia.
De alguém que vive, sofre, às vezes chora para viver um amor verdadeiro.
E depois é feliz por poder aproveitar cada momento por inteiro.

Obrigado meu amor, por me aceitar como namorado
Pois sem a dimensão concreta dentro do que é almejado.
Tudo é vão, é vago, vazio.
Até mesmo um presente dos dias dos namorados.

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