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Um dia acordei e percebi que não queria outra coisa
senão ter pra sempre comigo ela.
Claro que foi um longo processo de aprendizado, de entendimento.
Mas hoje, mas do que nunca, sei que meu amor não é coisa de momento.

Estar com ela é contemplar uma sofrida alegria cotidiana
E perceber que nunca é fácil amar
o tanto que a outra pessoa ás vezes nos ama.
Sendo que a história não é que muda tanto,
Às vezes se ri, se grita, outras se cai em pranto.

Mas é preciso acreditar no amor de verdade
E pra viver ou revivê-lo não basta ter muita ou pouca idade
Basta ter vontade de amar, no outro e em Deus acreditar.
E assim o sentimento se renova,
ao ponto de não querer mais, de crescer,
parar.

As crianças e a crise econômica mundial

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_ Oi Pedrinho, tudo bem?
_ Tudo… vamo jogá bola?
_ Ai… nem vai dar….
_ Por que meu?
_ Meu pai quer que eu volte cedo pra casa hoje?
_ Mas a gente tem que aproveitar o horário de verão, né?
_ Pois é, mas meu pai ta muito nervoso ultimamente.
_ Ah é, por quê?
_ Ele diz que é porque estão caindo as bolsas de todo o mundo. Começou a cair nos Estados Unidos, depois na Europa e agora ta caindo até aqui no Brasil…
_ Sério… mas o que são essas tal bolsas?
_ Não sei, meu pai até tentou me explicar, pois não vou mais ganhar um Ipod, porque as coisas importadas estão caras agora… o que entendi é que são bolsas mesmos, acho que de um material bem forte, que guardam todo o dinheiro dos ricos de cada país.
_ Caramba… além de ser forte devem ser enormes. Aonde será que eles guardam essas bolsas?
_ Não sei, mas deve ser em um grande cofre, tipo aquele do Tio Patinhas.
_ Com certeza….
_ O pior é que nem o Wii que ele tinha prometido comprar eu vou ganhar mais!
_ Que injusto!!! Mas por que essas bolsas gigantes estão caindo?
_ Dizem que é porque inventaram um monte de dinheiro de mentira, que não existe mesmo, e deram para um pessoal que começou a comprar coisas e não conseguiu pagar de volta. Aí quem emprestou o dinheiro falso se ferrou, porque tinha dito para as outras pessoas que o dinheiro era de verdade!
_ Caramba… bem que a minha mãe diz que mentira tem perna curta. Mas e aí? O que vai acontecer agora? Nunca mais poderemos ter os brinquedos que vimos quando viajamos pra Disney no ano passado?
_ Não sei… o que meu pai disse é que agora ninguém vai poder mais dizer essas mentiras, porque os presidentes emprestaram o dinheiro para esses mentirosos e agora vão ficar de olho. Que nem quando a gente fica de castigo no canto…
_ Coitados…
_ Pois é, mas o que eu quero mesmo é que essa confusão termine logo, pra poder jogar videogame ou pelo menos ficar brincando na rua até tarde.
_ Bom… vamos torcer né… esses adultos são mesmo complicados e só atrapalham a gente.

Geração Iphone

crianca_iphone

“É engraçado quando a gente pensa que cresceu completamente livre da dependência do celular. O mundo sempre se virou muito bem sem ele. Mas agora parece algo improvável, inaceitável. Não ter celular é estar fora do mundo. Ao menos do mundo em que as pessoas têm mais facilidades para se comunicarem”.

Desperto-me com o toque “vai trabalhar vagabundo” do Chico que uso no meu celular e pressiono a tecla 1 para dar bom dia à minha mãe, dormindo no quarto ao lado.

“_ Oi… bom dia… bom trabalho”, ela responde e me levanto para tomar café e me aprontar pra sair.
Aproveito os minutos de número 2 para mandar um SMS pro colega de sala, a respeito do trabalho que apresentaremos a noite na faculdade.

Tomo café, saio de casa e vejo uma infinitude de pessoas conversando, com seus mediadores eletrônicos, que otimizam o tempo e permitem que os mais distantes, diferentes, apressados cidadãos consigam se comunicar no mundo “papa-gente”.

Chego ao trabalho e do meu ramal, discuto com a chefe as tarefas do dia. Passo a manhã no telefone apurando fatos, conhecendo gente nova e nas pausas, matando a saudade da Rosinha, em intermináveis ligações. Bendito celular!

Aproveito o almoço para ligar para os amigos que não “encontrei tempo de encontrar”. Todos bem, felizes, uns estudando, outros também trabalhando, outros “esse número mudou” ou “o celular está programado para não atender ligações”. Mas, a saudade fica, parece nunca passar por telefone.

De volta ao trabalho, mais e mais ligações, que só perdem para a quantidade de emails. Por ramal pergunto à moça que está ao meu lado como ela está e por ramal faço requisições internas, sonhando com os tempos em que as pessoas se olhavam, se encontravam… triste por saber que alguns sentimentos bons se esvaem com as mudanças globais.

Volto pra casa, carente de atenção, de sorrisos, abraços e então aproveito os jogos do celular pra passar o tempo, sem pensar no que me fazia feliz.

Na faculdade, agora as aulas são em teleconferência, os trabalhos organizamos via MSN, fora os recadinhos e lembretes trocados no Orkut.

Depois do longo dia comunicativo vou pra casa e me desligo. Quero conversar comigo mesmo. Ffalo, pergunto como estou, me abraço e sinto que alguns dos meus desejos primários ainda precisam ser realizados. Que até meu Iphone 3G, com internet rápida, vídeo mensagem e tudo mais, não satisfazem.

“Se Deus tivesse celular eu ligaria agora e pedia para ele voltar logo, antes que tudo aqui no mundo vire um caos, mas tenho certeza que o celular dele deve estar ocupado”.

Sobre o celular:

“Uma pesquisa realizada em 30 países por uma empresa de consultoria em tecnologia revelou que 36% dos jovens brasileiros de até 15 anos têm celular. E 25% deles estão na faixa de 6 a 9 anos. O celular se transformou no sonho de consumo da garotada. (Portal G1) – 06/07/2008

“O Brasil tem hoje uma população de 81,3 milhões de jovens com idade até 23 anos, dos quais 71% têm aparelho celular”. (Data Popular, com base em dados do Ibope e IBGE)

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Escolhas: o esforço quando não se vê o que é bom

Tateando

Inúmeras vezes sentamos à mesa sem muito apetite e esperamos “o prato” pra saber se vale a pena o esforço. A fome pode ser aguçada ou amenizada de acordo com o tipo de prato que é apresentado durante a refeição.

Se por um lado, perdemos o “resquício de fome” quando temos algo que não nos agrada (no meu caso, fígado, abobrinha, frango cozido…), decidimos “fazer uma forcinha”, se a comida é apetitosa (risoto de camarão com batata frita e suco de limão geladinho…. delícia!).

Agora, quando estamos diante de uma refeição balanceada, com coisas muito gostosas e também coisas que não se sente estímulo algum para comer, a decisão fica mais complicada. É preciso pesar, pensar e no final a escolha quase sempre varia, às vezes arriscamos, as vezes preferimos não comer mesmo.

Na vida, a dinâmica é sempre a mesma… quando estamos diante de situações claras, boas ou ruins, em que o bom (ou mesmo o ruim) está ocultado pelas circunstâncias, fica fácil resolver o que queremos.

As vezes a gente está distante de alguém e fica evidente só as coisas ruins, o descaso, o comodismo a pouca afinidade com a comunicação à distância do outro, e as coisas boas, que só podemos experimentar estando próximo, parecem quase não existir, mas na verdade só estão escondidas.

Pelo contrário, quando estamos diante das pessoas que supomos amar, podemos vivenciar momentos bons e ruins ao lado dela, é possível pesar com racionalidade o quanto vale a pena viver o relacionamento. Podemos entender se as coisas boas compensam as ruins e vice-versa. A decisão fica mais difícil, delicada, arriscada, pois arriscamos perder aquele (a) que pode nos ajudar a sermos mais felizes.

Por isso prefiro possibilidades de escolhas mais difíceis, mais complexas, porque são mais verdadeiras. Quando optar pelo sim ou pelo não, não exige entrega, desapego, dor, algo pode estar errado dentro de mim.

Crônica samba

sambaporschier

Acordo de manhã e ouço a batida do samba,
Não sei se é Zeca, Cartola, Noel ou se é Jorge Aragão,
Só sei que é nessa batida do samba, que ando ligeiro,
Com todo gingado, seguindo mansinho,
rumo à estação.

Chegando lá,
vejo malandro correndo,
Gente sorrindo
e menino pequeno pedindo.
Tento me consolar
com essa triste situação,
Mas o samba, por mais que eu não queira,
continua alegrando
meu coração.

Pego o metrô lotado,
E mesmo ao lado
do pessoal de humor “meio virado”
Continuo lembrando do berro gostoso da cuíca
Na próxima estação o povo desce
E sou eu um dos poucos passageiros que fica.

O no “devagar devagarinho” do Martinho da Vila
Vou dando passos lentos,
sabendo que lá no Poupatempo vai ter fila
E vou caminhando, com tanta leveza,
que pareço estar na roda de samba
Só paro de sambar
quando vejo uns bandidos num carro,
atirando em cima da caçamba.

Tento me esconder e lá vem tiro,
“salvem-se quem puder”.
E nessa vida maluca,
quem gosta de samba,
tem que aprender a correr,
sem perder o gingado no pé

A confusão passa, eu volto pra casa
e por mais que o povo se revolte,
continua tudo igual.
Por isso vou vivendo
e aprendendo a dançar,
no gingado do samba,
que faz o dia mais especial.

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