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Banalização dos Sentimentos: Ecos de uma sociedade Materialista

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Depois de guerras (curtas e longas), passamos por momentos transitórios na política, na economia e certamente na sociedade e isso resultou numa herança particular na maneira de como enxergamos o ser humano. Vivemos na era da Banalização dos Sentimentos.

As fases da Revolução Industrial e agora, o Capitalismo Globalizado, viabilizaram uma imensa quantidade de recursos tecnológicos, proporcionando ao mundo diversas formas de acúmulo de capital. Assim, implantou-se uma nova cultura que valoriza essas posses e edifica quem as possui em grande quantidade. Esse novo “estilo de vida” é denominado CONSUMISMO.

Queremos roupas, calçados, carros, casas no campo, na praia, TUDO… Sem se limitar a quantidade, porque quanto mais temos, mais SOMOS.

Como são os bens que possuem o valor máximo na sociedade, as pessoas, o SER HUMANO, acabam sendo secundarizadas, pois sua essência, sentimentos e ideias não possuem significância, e sim o COMO esse conjunto pode gerar benefícios materiais para alguém. Consequentemente ocorreu uma substituição dos valores, em geral, pelo dinheiro e bem estar individual.

Os adultos querem amantes, pois colocam egocentricamente o sexo à frente do diálogo e do relacionamento familiar; as crianças, fazem uso da afetividade para conseguir brinquedos e presentes dos parentes e os jovens,passaram a querer “ficar” com outra pessoa para, em vez de construir um relacionamento maduro, responsável e compromissado, simplesmente suprirem suas carências e desejos momentâneos.

A somatória destas atitudes fez com que surgisse o “Consumismo Sentimental” que, no caso dos jovens, incentiva a busca de grande quantidade de relacionamentos e experiências, que como o dinheiro, em grande escala, significa status social. Eles passaram a escolher suas companhias levando em conta a aparência física e os bens das mesmas, ou seja, acabaram voltando ao Classicismo da história, pois só valorizam o indivíduo que se encaixa perfeitamente nos padrões de beleza da sociedade, sendo assim um “produto de consumo” mais atraente.

Tudo isso fez gerar um profundo descaso pelos sentimentos individuais dos Outros.

Precisamos ser fiéis ao clichê TEEN que diz… “Aproveite a vida!!!!” Mesmo que isso implique em machucar pessoas. Um ato Maquiavélico que fecha os olhos para TUDO com o objetivo único e exclusivamente egoísta.

As pessoas não percebem que o “recheio” é a parte atrativa do ovo. Elas escolheram a superficialidade para não se envolverem emocionalmente, pois isso gera sacrifícios e sofrimento.

“É preciso um atalho para felicidade”.

Temos que difundir a ideia de que tanto a beleza quanto o status social, não influenciam na construção de um relacionamento verdadeiro.

Precisamos “OLHAR” para os seres humanos sem a pretensão de que podemos possuí-los, “consumi-los”.

Hoje, vemos as pessoas tão famintas de amor que aceitam substitutos. Elas abraçam coisas materiais, atitudes egoístas e ficam esperando que elas retribuam o abraço. Porém isso nunca dá certo, pois não se pode substituir o valor individual de cada pessoa, o amor, a amizade, por coisas materiais e nem DESCARTAR nossos relacionamentos quando eles já não mais satisfazem.

Os meios de comunicação com sua programação e comerciais, nos incentivam cada vez mais a adotar uma postura materialista e consumista e caso não haja uma mudança contra esse paradigma sócio – cultural, continuaremos na incessante busca de uma felicidade cada dia mais distante e viveremos uma vida sem sentido.

Teoria das Exigências (escrito em 1999)

Certamente não existe uma fórmula para um relacionamento IDEAL, porque as pessoas são muito diferentes e por isso essa teoria não passa de uma “formalização de pensamentos”.

Quero com Ela, despertar o senso crítico e propor uma reflexão para as pessoas que vem mantendo relacionamentos que não proporcionam uma felicidade mútua ,mas principalmente torná-la uma meditação que mais do que nunca, nos impulsione na busca de relacionamentos plenamente SOBRENATURAIS.

Teoria das Exigências – Edited

O clamor de uma nova postura

 

O ser humano tem inserido dentro de si, desejos, vontades, exigências.

Consciente ou inconscientemente vivemos procurando meios para conquistar e satisfazer nossos anseios.

Assim sendo, acabamos traçando nossos caminhos e até mesmo “metodificando posturas” decorrente das experiências acumuladas em nossa vida.

Existem pessoas que aprendem com os seus erros e crescem. Outras… Acomodam-se.

Um relacionamento verdadeiro talvez seja a grande exigência dos jovens do mundo globalizado. Neste mundo tudo leva ao descompromisso, mas é perceptível, mesmo que no profundo de cada um deles, um desejo em comum de mudança. Porém, não sabemos o que realmente esperamos, numa confusão de vontades e objetivos que traçamos, em especial, nesse período da juventude.

Faculdade, amigos, família, Deus, namorada… Coisas igualmente importantes, mas que, de acordo com o momento, tem relevância maior ou menor.

Assim surgiram as Prioridades, que como o nome já diz, são os objetivos pessoais que, evidenciados, influenciam diretamente as atitudes do Momento Presente. As mesmas, variam de pessoa para pessoa e de acordo com as diferentes fases da vida.

Por exemplo: Alguém que tem cinco anos possui poucas prioridades e talvez a maior delas seja Brincar. Pelo contrário, uma pessoa com 16 anos, já possui uma maior diversidade de prioridades. Nesta faixa etária as responsabilidades começam a surgir e isso também é um agente influenciável. Enquanto uns começam a valorizar as amizades e dedicar essa fase da vida á elas, outros passam a se preocupar com a escola, visando a faculdade, ou os dois ao mesmo tempo.

Um último exemplo é alguém com seus 20 anos ou mais, pois, além das responsabilidades que aumentam gradualmente, passa-se a ser necessário assumir compromissos sérios, como trabalho, e que influenciam na vida dessa pessoa.

Esses três exemplos solidificam a idéia da diversidade entre as pessoas, mas principalmente ENTRE as faixas etárias e por isso deve-se ter a sapiência de que, por mais madura que uma pessoa pareça ser, a diferença de idade proporciona uma maior ou menor diversidade de PRIORIDADES.

Nunca se pode exigir que um adolescente dê prioridade a uma experiência de namoro séria e compromissada, pois sua vida em geral tem um outro padrão destas mesmas prioridades, ao contrário de alguém que passa dos 20 anos e leva (ou tenta levar) os compromissos com seriedade almejando um relacionamento da mesma forma.

Nestes momentos as prioridades e as exigências podem parecem uma coisa só, por isso é preciso saber discernir que, enquanto falamos de Pessoas, podemos compará-las de acordo com uma ou outra prioridade, mas quando falamos de um relacionamento, o namoro deve ser a prioridade (não a única), tanto para nós quanto para a (o) “Escolhida” (o) e as exigências devem ser o que consideramos importante na outra pessoa, para que façamos uma boa experiência.

Então… Após essa certeza pessoal de que “eu quero namorar” e da conquista da Compatibilidade de Prioridades (desejo em comum de começar um relacionamento específico), é preciso descobrir algo muito importante que é a COMPATIBILIDADE de Exigências.

Para que isso ocorra, antes de tudo, é importante o autoquestionamento sobre as nossas exigências pessoais em um relacionamento, pois ele é um grande guia e através do mesmo podem surgir “atalhos” para a conquista do estimado relacionamento.

Pessoalmente descobri uma regra universal, ou seja, apesar da importância singular que a mesma tem para mim, penso que ela é a BASE para qualquer tipo de relacionamento. A “regra” ( ou a primeira exigência) é o RESPEITO, ou se for possível, a ADMIRAÇÃO às prioridades pessoais do Outro.

Exemplificando, pode-se dizer que cada indivíduo tem as suas prioridades e que podem ser: DEUS, FAMÍLIA, AMIGOS e etc. Á (O) “escolhida(o)” precisa ao menos RESPEITAR essas prioridades individuais, pois sem elas não se existe. Por isso, é bom ficarmos atentos pois, se algum dia estivermos simplesmente “descartando” os aspectos “individuais” das nossas vidas em algum relacionamento, podemos estar deixando-nos levar pelo HUMANO das pessoas.

Uma outra “regra” é a TRANSPARÊNCIA de IDÉIAS E ATITUDES.

Para que vocês entendam, posso citar como exemplo alguém que não gosta do que a namorada (o) pensa ou fala e não diz NADA.

Como ela(e) vai adivinhar o que você pensa sobre o que a (o) mesma (o) está falando ou fazendo, se o(a) companheiro(a) não diz nada???? IMPOSSÍVEL.

Isso deixa clara a importância desta transparência e do diálogo para que se aprenda a conviver com as diferenças existentes em qualquer relacionamento.

Sabe-se que essas são duas exigências extintas no Mundo de hoje, mas deve-se lutar pela valorização dos relacionamentos tão banalizados atualmente.

Enfim, esses são os pontos que precisam ser levados em conta para se ter um relacionamento que pelo menos em INTENSÃO, seja correto: Encontrar alguém com a prioridade Namoro e com as exigências compatíveis. Não se pode estipular uma IDADE para começar a namorar, porém, para fazer com que esta experiência valha á pena, é preciso ter o NAMORO como uma das prioridades (no momento presente) e que ao menos se saiba respeitar as prioridades da outra pessoa.
Só a vida leva ao aprendizado

Natal em família

Natal em famíliaAcordo na manhã do dia 25, após a farta ceia do Natal em família. Não lembro bem o quanto comi, talvez por não lembrar nem mesmo o tanto que bebi.

Natal em família é sempre aquela alegria em casa, a gente vai cedo pra missa, para participar daquele cerimonial interessante, que às vezes emociona e depois volta correndo para casa para a primeira “largada” da comilança.

À meia noite, lá vamos nós de novo para comer um pouco mais, beber, nos deliciarmos com as sobremesas. Natal em família me lembra mais comida, do que qualquer outra coisa.

Mas hoje, sei lá, acordei com um sentimento de vazio. Claro, foi boa toda a festa, as risadas, mas faltou alguma coisa que venho identificando já há alguns anos.

Antes, éramos mais unidos, almoçávamos juntos aos domingos e quando chegava o período das festas de final de ano, até sabíamos o que o outro queria de presente, sem nos acomodarmos com vales caros, mas enfim, eram outros tempos.

Só que nesse Natal, senti falta daquela família de antes, mesmo quando a gente não tinha grana pra comprar presentes, existia uma alegria diferente, difícil de descrever…

Agora, não é que temos muito o que fazer, o Natal já chegou… talvez podemos tentar recuperar a alegria de estarmos juntos, dia após dia, assim tudo pode servir de preparação para o próximo dia 24, pra próxima ceia de natal.

Quero ou Preciso?

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Todo mundo anda dizendo que os momentos de crise econômica são ideais para investir, pois acabamos todos nivelados “pra baixo” e assim quem tinha muita grana tem só um pouco mais vantagem sobre os demais.

Porém, outra coisa que somos impulsionados a fazer nessas situações de dificuldades financeiras global é consumir mais, com a desculpa da necessidade de fazer girar a engrenagem da economia mundial.

Esses questionamentos acima me fizeram pensar, ainda mais em “tempos de Natal”, na quantidade de vezes que acabo ouvindo de pessoas próximas a palavra “querer” e “precisar”, como se não houvesse nenhuma diferença entre ambas.

Li um artigo sobre a Pirâmide de Abraham Maslow que trata da existência de um conjunto de cinco necessidades que iniciam na base da pirâmide: as primeiras são necessidades fisiológicas (fome, sede, sono, abrigo etc.). Depois vêm as necessidades de segurança (abrigo, emprego, saúde etc.), seguidas das necessidades sociais (afeto, relações sociais), depois da auto-estima (reconhecimento), e por fim as necessidades de auto-realização (ser o máximo de si próprio, espiritual).

Dentre estas necessidades é preciso ter claro onde se situa o querer e o precisar. Segundo Maslow, fica claro que quando se fala em sono não se pensa em marca de colchão; em fome, não se pensa em marca de comida, em sede, é apenas água o que realmente precisamos. Talvez queiramos refrigerante, mas precisamos apenas de água para saciar a sede. Talvez queiramos ter vinte sapatos, mas será que precisamos de tantos pares se só temos dois pés? Quem sabe dois ou três sapatos bastariam, e quando um se fosse, seria reposto.

Uma situação que nos dá ótimos parâmetros do quanto realmente precisamos ou queremos coisas é uma viagem. Alguém precisaria ter uma bolsa Victor Hugo numa praia deserta? Precisaria de água ou quereria água? Precisaria. Para não morrer desidratado, precisaria. Não seria um querer, seria um precisar de água.

E assim podemos subir a pirâmide nos questionando do que realmente precisamos, o que precisamos e queremos, o que apenas queremos. Constantemente somos contaminados pela mídia que abusa da nossa ingenuidade e nos invade criando necessidades que até antes não existiam.

O consumismo é uma doença que não afeta somente o nosso bolso, mas influencia no modo como nos relacionamos com as coisas e, principalmente, as pessoas. Se aprendermos a ser mais autônomos aos dizeres midiáticos, questionando mais, conseguiremos ter uma clara noção do quando estamos saciando necessidades ou desejos.

Precisar é da ordem da necessidade. Querer é da ordem do desejo. Necessidade diz respeito a todos os seres humanos e sua sobrevivência. Desejo diz respeito a vontades ocultas, ocultadas pelas necessidades inconscientes do indivíduo, de afeição, apreço, auto-estima, potência… Enfim, coisas outras que não da ordem da sobrevivência da espécie.

Cheio da chuva que vira enchente

CHUVA / ENCHENTE

Estou cheio dos meus erros
Enquanto as cheias desabrigam meus conterrâneos
Estou cheio da minha hipocrisia
Enquanto as cheias matam meus conterrâneos.

Chego a pensar nos meus erros
E sinto a fadiga de alguém que se vê como um “insolucionável” bug de sistema
E me encho de mim, das minhas imperfeições
Esquecendo que devo deixar transbordar meu eu para acolher o eu do próximo.

Estou cheio da minha prepotência e da falta de humildade
Enquanto as cheias alagam as ruas da minhas cidade
Estou cheio de não conseguir mostrar o valor quem tem aquela que amo
Enquanto as cheias das chuvas estragam todos os meus planos.

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