Category: [Mistério] Page 12 of 113

Porque tenho medo de voltar pra São Paulo

É interessante como as reflexões coletivas nascem quase sempre de uma demanda individual.

Explico.

Recentemente pude ler nos sites brasileiros de grande expressão, que a violência na minha cidade natal aumentou no último ano.

Claro que essa notícia não espantaria nenhum paulistano, acostumado a conviver e sobreviver cotidianamente à violência, não só a de criminosos e da polícia, mas todas as diferentes violências metropolitanas, movidas pelo descaso de governos ideológicos que se preocupam mais com a manutenção do próprio poder, que com o bem estar do Povo.

Contudo, a notícia sobre o aumento da violência em São Paulo me assustou pela primeira vez. O motivo: Estou retornando ao Brasil depois de dois anos de vida “burguesa” entre as colinas da maravilhosa Toscana e o ar fresco do “Lac Leman”, na fantástica Genebra.

Não quero fazer o “típico discurso burguês” de gente que vive uma vida cômoda, rica e que, ao lerem sobre as notícias de violência no Brasil, “sobem no pedestal” para declarar seu depreciamento pelo país, o seu sub-desenvolvimento, a falta de respeito do povo… Porém, o que a experiência no Velho Continente me fez perceber foi que quando é possível gozar do bem social, dificilmente se aceita menos.

Quem tem a oportunidade de trabalhar, estudar, viajar, conhecer outras culturas e, consequentemente, enxergar melhor a si mesmo e o próprio país é capaz de expandir conhecimentos e a consciência de que as coisas podem ser melhores.

Mas podem mesmo?

Podem.

Como jornalista e pensador da comunicação social, acreito que a mídia tem um papel importante na reflexão sobre essas possibilidades reais de mudança e melhora… contudo, infelizmente, não é aquilo que se vê nos jornais…

É incrível perceber que, na dezena de matérias que li sobre o crescimento da violência em São Paulo, a causa (ou as causas) desse “fato” não emerge (m). As notícias são só constatações, divulgam só números, mas não expõem o problema na sua complexidade (por isso tanta gente acha que qualquer um pode ser jornalista. Se for só para divulgar, eu também estou de acordo).

Procurando, porém, olhar o todo é visível que os crimes cometidos seguem um paralelo de violência que há anos vem determinando a postura da polícia militar de São Paulo. Contudo, outros índices ajudariam a “ler” melhor o problema… comparando com outras capitais brasileiras, outras taxas que determinam o desenvolvimento de uma região. Mas não, essas notícias exprimem só a constatação de uma violência percentualmente maior.

Notícias assim deveriam não ser dadas, pois não geram mobilização, reflexão social, não movem. Só aumentam o medo, a divisão, intolerância e o preconceito.

As notícias precisam ser apuradas e apresentadas colocando o ser humano (que lê e que è retratado nas matéria) como principal envolvido no problema.

Ser humano que é cotidianamente vítima da violência e do preconceito da polícia. Que è ignorado pelo individualismo ideológico que divide a sociedade em castas.

Ser humano que coloca a sua vida em jogo para tentar solucionar os problemas de violência. Que recebe um salário indigno, uma formação que incita à guerra e que não acredita no respeito.

Ser humano que paga pelo descaso político que não cria estruturas capazes de uma vida pública sadia em que cada um possa ser protagonista do bem estar social.

Nas notícias, vem cada vez menos em evidência o ser humano e por isso elas não têm vidas, são só números, fatos, que não movem leitores, cidadãos, e principalmente políticos.

Valor das conquistas

Enquanto eu me aqueço no sol ginevrês

Mergulhado nas aguás gélidas do seu lago

Procuro lembrar, tomando muito cuidado

Das terras de onde vim, do sol que me fez.

Lembro da malandragem e do gingado brasileiro

Filho da luta, de quem nunca foi primeiro

Meu pai é paulista, meu avô pernambucano

Em vez disso sou urbano ou melhor, sou paulistano

Hoje posso contemplar os Alpes com neve

E tem ignorante que julga dizendo o que não deve

Ninguém sabe o duro que dei

Pra chegar aqui, trabalhei, estudei.

Conquistas sofridas, inúmeros sacrifícios

Incontáveis as dores que se escondem por trás disso

Ninguém sabe o duro que dei

Pra chegar aqui, trabalhei, estudei.

Fidanzati

Fra le lacrime emozionate che cadono

Mi ricordo del tuo primo sorriso

Avrei potuto soddisfarmi avendoti lontana

Felice d’essere “soltanto” il miglior amico

Qualcuno, però, ci voleva vicini

Quell’apposito ciao

che sembrava un triste addio

Era inizio e non la fine.

Ed ora nell’avvento del primo Sì comunitario

Cerco di organizzarmi farmi l’inventario

Dentro le tasche trovo la sopravvissuta orchidea

Nasconderla di te non sembrava una bell’idea.

Insieme sento che siamo davvero realizzati,

non senza dolori, o sfide da superare

Manca poco, il cuore non riesce aspettare

Felice: a luglio, “ufficialmente fidanzati”.

Amigo tempo

O tempo (pra mim) passa igual

As vezes é amigo, as vezes faz mal

Não importa o destino de onde se parte

O tempo passa sem nenhum disparate

Tempo, tempo, mano velho

Leve-me veloz pra onde eu espero

Tempo, tempo, meu amigo

Quero ela logo junto comigo.

Não te incomode Pai de cada momento

Compreenderei se quiseres (hoje) passar lento

O importante é que, antes de tudo, me expliques

Se eu devo partir agora ou se é mais sensato que fique.

L’abisso dell’altro

L’amarTi mi fa soffrir

Sangue d’anima, vorrei morir

Sparisce la gioia-sentimento

Ma la felicità ha un altro fondamento

Sei l’abisso da cui non posso pretendere

Non ti capisco anche se non vuoi offendere

L’altro: paradosso irraggiungibile

Scoprire ciò dà una paura terribile

Trovo un principio di coesione

Il vero amore esige una profonda adesione

E quando non ci si capisce cosa fare

Ci si ritrova in Lui e ci si può ricominciare.

Page 12 of 113

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén