Category: Estórias Page 8 of 16

Zé e o trabalho como sentido da vida

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Era uma vez um homem centrado em si mesmo.
Louvado pela sua equipe de trabalho, Zé era extremamente bom naquilo que se propunha a fazer, mas não conseguia se relacionar nem mesmo com uma porta.

De nada adiantavam as manifestações de carinho dos colegas de trabalho. Zé continuava sempre focado, não tinha tempo a perder com sentimentalismo.

Passaram-se os anos e Zé foi aumentando sua visibilidade dentro da empresa. Passou de efetivo à coordenador. “Em pensar que alguns anos atrás estava de Boy, entregando boletos de banco para o Financeiro”.

Agora Zé já era Assessor da Diretoria e seu prestígio chegou até o presidente da empresa, que o chamou para um colóquio particular:

“Entre meu jovem. Gostaria de saber o que você tem feito…”
“Bom… desenvolvi um sistema de informações com tabelas, gráficos, para calcular o desempenho da empresa, com a finalidade de identificar todas as falhas de procedimento que geram déficits e…”
“Basta! Não foi na empresa que eu perguntei. Quero saber o que você faz da vida. Se você é casado, tem filhos, seus hobbys..” E Zé emudeceu. Percebera que até ali tinha se desenvolvido como funcionário. Chegava mais cedo, era sempre o último a sair do escritório central, mas não tinha amigos, apesar da idade avançada nunca havia encontrado uma mulher que estivesse disposta a dividir a vida com ele, ou seja, vivia exclusivamente para o trabalho.

Enquanto o presidente da empresa aguardava Zé, o som do “tic tac” do relógio o fez pensar em sua infância, adolescência e o quanto era feliz naquele período.

“Joga a bola Zé!!! Para de ficar enrolando porque a gente ta perdendo o jogo!”
“Calma, já vai o zabezão!!”

O chute do garoto atravessou todo o campo e caiu bem no pé do talentoso Henrique que foi rápido o suficiente para driblar o goleiro e fazer um belo gol. O apito do juiz decretava o fim do jogo e o empate garantia o tão sonhado titulo do Jogos Universitários.
A festa foi longa. Joana, sua namorada correu para beijá-lo, enquanto todos se abraçavam e festejavam a vitória. “Parabéns amor. Estou orgulhosa de você!”.
Nesse período Zé era mesmo feliz… tinha amigos, praticava esportes e namorava a garota que ele desejou a vida toda.

“Como foi que você deixou de fazer as coisas normais?”.
A voz do presidente da empresa trouxe Zé novamente para a sala do grande chefe e aqueles momentos de glória se esvaeceram, da mesma forma que o sentimento de segurança que tinha tomado conta dele. Sem saber o que dizer Zé abaixou a cabeça.

O presidente se decepcionou pois acreditava que o trabalho dignificaria o homem, faria com que as pessoas entendessem que tudo é parte do desenvolvimento humano-afetivo pessoal.

“Pode passar no DHO. Não posso mais aceitar homens-máquinas na minha empresa, quero gente com coração, que saiba se relacionar, são essas as novas diretrizes estipuladas pela Academia do Grupo”.

“Ok, irei imediatamente.”, disse Zé, que na mesma tarde, jogou-se da ponte e tirou sua vida, pois já havia perdido tudo aquilo que dava sentido a ela.

O dia em que fiquei cego

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Estava eu em minhas tão sagradas horas de sono quase sempre mal dormidas. Quase dei um pulo com o soar do despertador, que para os meus ouvidos recém acordados, pareciam os sinos da Catedral da Sé. Nada fora do comum, se não fosse o detalhe de que não conseguia abrir os olhos.Forçava, esforçava, mas eles não abriam.

Coloquei a mão sobre os meus olhos e percebi que eles estavam sim abertos e eu… estava cego.
O desespero quase tomou conta de mim, mas sorri e aliviei-me ao ver que as formas começaram a se recompor á minha frente.

Passado o susto, levantei, tomei café, me troquei e saí para mais um árduo dia de trabalho.
Ao sair, percebi que não havia pessoas na rua, não via nada além de construções, ruas, árvores… Elas haviam desaparecidos.

Contudo, o que me chamou a atenção, foi o fato de poder ouvir vozes de crianças brincando, pessoas, pessoas conversando e concluí que estava realmente CEGO.

Não a cegueira do “Ensaio” de José Saramago, agoniante de NADA poder ver, mas uma doença específica. Passei a viver num mundo sozinho, no meu mundo. Um dia sem poder me relacionar, pois não via ninguém para conversar. Sentia as vozes felizes, conversas, risadas, mas não podia VIVER aquilo.

Não sabia sequer o que fazer, mas como auto – defesa, passei a imaginar essas pessoas. Via-as em meus pensamentos, bonitas, alegres, sempre bem. Uma felicidade sonhada e almejada por tantos. Passei horas nessas “viagens da imaginação”até levar o terceiro susto do dia.

Todos aqueles momentos desejando ser feliz estava fazendo com que eu desaparecesse. Minhas pernas tinham desaparecido quase por completo.

Comecei a me desesperar e o descarte daqueles pensamentos foram refazendo meu corpo.
O dia foi acontecendo, estava sozinho, infeliz e qualquer vontade de ser uma daquelas vozes devorava partes do meu corpo. Se quisesse existir tinha que VIVER, ao invés de sonhar.

Pensei que ia passar o resto da minha vida sozinho… até conhecer Ele e me dar conta de que é possível ser realmente feliz.

Encontrá-Lo me fez escolher a verdadeira felicidade, diferente da mundana, egoísta e individualista das pessoas. Uma felicidade falsa, só imagem. Para sermos felizes temos de ser coerentes, nós mesmos e acreditarmos que os nossos ideais valem á pena ser vividos.

Descobri que não sou cego, busco a minha felicidade, não aquela baseada em coisas que passam, mas aquela ETERNA.

(Escrito para uma pessoa especial, em um momento especial)

Pseudo – poeta – jornalista

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Já passam das 15hs e ainda não sei se teria 15 minutos de afazeres construtivos que me dariam de certo um pouco mais de conhecimento, crescimento.

Enquanto escrevo os segundos passam e não consigo nem sequer pensar no que acrescentar no texto. Ah! Se vocês soubessem o quanto é difícil ser um pseudo-poeta-jornalista, ou jornaleiro, para quem preferir.

A gente fica tentando buscar sempre novos modos de dizer o óbvio, de transformar em palavras àquilo que todo mundo vê, mas que pouca gente pára para enxergar, contemplar, analisar.

Assim, desenvolver de maneira apurada, selecionar àquilo que realmente importa se torna, quase sempre, uma tarefa massacrante, pois temos que estar isentos dos próprios vícios de percepção, pré-conceitos, pelo simples fato de sermos objetivos.

Mas, isso tudo é uma grande lenda, uma hipótese tão furada quanto à existência concreta de Deus, mas a segunda, acho que conseguiria explicar de maneira mais concreta em minha vida.

Por esse motivo, não posso nem mentir, nem duvidar da capacidade dos meus interlocutores, leitores, e dizer que o que escrevo não é parte inerente da minha existência.

Sou eu quem vê o mundo de maneira pessimista e as pessoas de maneira otimista. Sou eu quem acredita nos relacionamentos, no amor, nos sorrisos e quem duvida das próprias capacidades de ajudar quem precisa. Que deixa tudo para ser feito pelo Regente do universo e por isso, só se preocupa em dançar, nem sempre bem, nem sempre mal, mas danço.

Ah! Tem também as crises! Essas são tão companheiras em minha vida como a Tina Sorriso de Menina. Por mais que eu tente fugir, evitar, a minha personalidade “cobrona”, meu desejo idiota de perfeccionismo, me impedem de ver as luzes, que só ganham potência por meio das pessoas.

Contudo, não se pode fazer muito. Não podemos fugir de nós mesmos, muito menos dos nossos limites, pois no final, por mais que eu não queira ou insista, serei sempre um pseudo-poeta-jornalista.

Il ragazzo ed il suo amico invisibile – Prima parte

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C’era una volta un ragazzo abbastanza strano da cui nessuno sapeva molto. Quel che dicevano è che aveva un amico invisibile e l’ho avevano trovato alcune volte a chiacchierare con lui.

Il ragazzo che aveva l’amico invisibile non aveva mai pensato troppo su di se, ma l’età che man mano arrivava lo spingeva a pensieri nuovi e la mancanza concreta di risposte sembrava, ogni tanto, che ne lo farebbero diventare ancora più matto.

Ecco, un giorno, in uno di quei pomeriggi in cui il sole vuol litigare con la luna per rimanere nel cielo blu, il ragazzino si è messo a chiacchierare nuovamente col suo amico.

Lui non riusciva a capire perché aveva alle volte dei pensieri così cattivi su di se, sulle persone, il mondo… non sapeva da dove venivano. Quel che Lui dopo ha raccontato, è una storia, che vi metto quaggiù:

C’era una volta un uomo molto generoso. Aveva tanto soldi, forse tutto nel mondo era suo. Ma, in uno dei suoi terreni c’era una piantagione di rose molto belle… Un giorno, correndo sulle terre, un bambino che non sapeva di queste rose, è caduto e si è fatto male nelle spine delle rose… piangeva molto e si è arrabbiato con la situazione… Dopo che è stato curato, è andato dal dono del terreno e li ha chiesto come mai aveva di quelle piante con spine.

L’uomo, molto tranquillo li ha detto che quelle erano i fiori più belle del mondo… ma che, mentre crescevano, non ci si poteva immaginare, perché gli spine nascondevano le rose che arriverebbero dopo il tempo.

Il ragazzino, molto curioso, è tornato dopo alcune mesi ed ha visto quei bellissimi fiori… non aveva mai visto qualcosa uguale ed ha capito l’importanza della pazienza… perché dietro le cose apparentemente cattive, si nascondono veri tesori, ma c’è bisogno d’imparare ad aspettare.

Questa storia è stata uno dei momenti più forti della vita del ragazzo, frutto dal bel rapporto costruito con il suo amico invisibile.

Aveva capito l’importanza di aspettare le stagione affinché possa accadere le grandi trasformazione…

A abelha e a margarida

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Todos os dias a abelha percorria o mesmo (e longo) trajeto para se alimentar do pólen da margarida, que também possibilitaria o crescimento da Grande Colméia. Era só o Sol nascer, a brisa fresca da manhã bater em suas asas que ela voava em direção à linda flor que há tempos embelezava o Grande Jardim.

Contudo, o inverno foi chegando, mas a abelha continuava a ir retirar seu alimento todos os dias na margarida. O grande problema era que as visitas diárias da abelha não permitiam que a flor se recolhesse e se protegesse do forte frio que assolava o jardim. Quando começava a pensar no como se proteger a abelha chegava e obrigava a margarida a manter-se aberta, para que não lhe faltasse alimento.

Aos poucos o inverno começou a castigar a margarida. Sim, é verdade que a flor encontrara o porquê da sua existência fornecendo o pólen para a abelha, mas ela precisava também desse momento consigo para sobreviver ao inverno. O tempo foi passando e a abelha continuava a voltar, todos os dias, para retirar o pólen da margarida, até que um dia a flor não estava mais lá.

Ao perceber a abelha se desesperou, sabia muito bem o que aquilo significava. A necessidade que tinha de estar constantemente se alimentado do pólen da margarida acabou sendo maior que a importância de respeitar as necessidades específicas da flor, mas agora era tarde.

Depois de algumas semanas sem o pólen a abelha foi enfraquecendo. Sentia uma grande dor por não ter pensando um só momento na flor e nos seus últimos dias de vida, desejou ao menos encontrá-la no paraíso da fauna e da flora.

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