Category: [Eu] Page 80 of 81

Valter Hugo Muniz… por Clara Caldeira da Silva

Valter Hugo Muniz

“… There was a boy

A very strange, enchanted boy

…A little shy and sad of eye

But very wise was he…”

(Nature Boy – Eden Ahbez)

Nascer jornalista é difícil, mas crescer jornalista é possivel e de fato acontece. Valter Hugo Muniz Tenório Silva tem 23 anos e faz jornalismo na PUC – SP. Ele é uma dessas pessoas que tem o jornalismo quase como uma característica intrínseca. Desde pequeno a tendência se manifestou naturalmente nele quando, na escola, vibrava com as aulas de literatura e história. Os livros sempre foram seus companheiros, talvez pelo fato de sua mãe ser professora polivelente do ensino fundamental. E quem sabe o pai, que trabalha com informática, o tenha influenciado quanto ao caráter interativo e acelerado da profissão.

Dividindo seu dia entre as sete horas que passa em seu trabalho, na editora Análise que se localiza no centro da cidade e as horas restantes que passa na faculdade, Valter não deixa de lado seus projetos pessoais. Parece que ele atingiu seus objetivos de infância unindo a história – já que a editora em que trabalha se dedica à produção de anuários – à escrita – quando finalmente, nos finais de semana, se dedica às atividades da faculdade – mas para ele não é o suficiente. Valter ainda encontra tempo para a produção de seu boletim virtual, o Provocação. Com esta inicitiva ele conquistou liberdade para veicular suas opiniões, podendo fazê-las chegar aos olhos de outras pessoas. Seu blog também é mantido com o objetivo de estimular discussões e debates além de publicar é claro seus poemas e escritos de todas as naturezas.

O fato de Valter Ter optado pelo jornalismo encontra explicações também nas carreiras que seguem seus melhores amigos, todos voltados para as humanas, estudando publicidade, multimeios e relações internacionais. Ele também encontra em sua namorada, que faz relações públicas, correspondência quanto à área de atuação escolhida. Mas em casa a situação é diferente. Apesar de sua mãe ser professora e seu pai trabalhar com informática, as irmãs – sim porque ele tem duas – optaram por coisas bem diferentes. Uma faz moda e a outra é formada em enfermagem e quem sabe Valter, em busca da auto-afirmação como único homem entre os filhos, resolveu escolher algo que o diferenciasse de suas irmãs.

Quando o assunto é musica Valter prefere as internacionais. Ele sente em inglês, italiano, espanhol e escreve em portugues. Um garoto de diversas facetas, sem sombra de dúvida. A cada novo ângulo do qual o olhamos vemos um novo Valter e a cada novo Valter que vemos passamos a olhá-lo de outro ângulo. Sorridente, brincalhão, debochado, Valter é quase um menino, que esconde por detrás da alegria a idade que não aparenta ter. Inquieto, profundo, reflexivo, Valter é quase um poeta, que esconde por detrás da alegria a seriedade daqueles que não conseguem deixar de sofrer. “A very strange, enchanted boy”.

Clara Caldeira: construindo um mundo mais belo

Clara Caldeira

1 pessoa, 10 minutos de conversa, algumas palavras, que tentam definir: uma vida. Clara Joséphine Figueirdo Caldeira da Silva, ou só Clara Caldeira mesmo, tem 19 anos, francesa de nascimento, mas brasileira de registro. Ajudada pelo método construtivista de ensino, cresceu livre para traçar seus caminhos e realizar dois grandes sonhos: mudar o mundo e reavivar o jornal e a produtora do avô falecido.

Quando se olha para os belos olhos claros, penteado moderno, roupas estilo hippie, dificilmente percebe-se a pouca idade, ainda mais “disfarçada” pela maturidade e a transparência da jovem Clara Caldeira.

Nascida em Paris, fruto de um relacionamento entre dois arquitetos que migraram para França a fim de realizar estudos de pós – graduação, transferiu-se com seis meses para o Brasil, mais exatamente no bairro de Perdizes em São Paulo, onde vive até hoje.

Clara Caldeira teve o método construtivista do Colégio Vera Cruz como suporte para a formação da sua educação. A liberdade de construir o conhecimento foi importante para ela, que, ao aprender como se escreve um texto dissertativo na oitava série, entendeu que talvez seria o Jornalismo o caminho a seguir profissionalmente.

O falecido avô, jornalista, foi um dos grandes modelos para a Clara Caldeira. “Eu escrevia textos desde pequena e meu avô corrigia” – diz a jovem que também foi estimulada pela presença dos pais, que, apesar de arquitetos, escrevem muito bem. Ela, além do jornalismo, tem interesse pelas artes, o que ela mesma define como uma tendência à valorização da estética.

A jovem Clara Caldeira mora com a mãe e o irmão de 16 anos após a separação dos pais, que tem outro filho de três anos de um outro relacionamento. Trabalha há um mês em três publicações direcionadas da Editora Monte Castello e chegou a trabalhar na ong Cenpec em 2006, em que ela considera ter sido uma boa experiência.

Clara Caldeiraquer ser jornalista, pois acredita que escrever é um dos seus talentos. Que através da escrita pode realizar seus sonhos: mudar o mundo e reavivar a publicação “Jornal Verde” e a produtora Jaraguá Filmes, do seu falecido avô. Tem como objetivo escrever, preferencialmente em uma publicação mensal, sobre cinema ou política e quer aproveitar ao máximo as experiências de estágio para descobrir o que gosta.

Salvem as nossas famílias

famílias

Os últimos episódios de violência no Brasil e no mundo têm assombrado a nossa sociedade e agora, os mesmos, adquirem ainda mais caráter de caos, pois a natureza começa a reagir aos maus tratos feitos pelo homem, não somente entre os seus semelhantes, mas com o Criado.

Contudo, um pequeno esforço faz perceber que existe uma raiz para todos esses problemas: o descaso pela família.

Recebemos de herança da geração nascida na metade do século XX o desejo de liberdade. Contudo essa vontade de Ser, indivíduos, nos tornou enfim, individualistas. Com mais direitos que deveres; mais eu, que nós e assim, o antro da vida compartilhada, da “divisão de bens” (materiais e espirituais), passou a ser mais um subterfúgio para a realização de prazeres pessoais.

Salvar a família, como dizia um político italiano Igino Giordani,é salvar a civilização.

O descaso e o desrespeito dos filhos em relação aos pais, o autoritarismo ou o excesso de “liberdade” dos pais para com os filhos são já atitudes fracassadas e que evidenciam a necessidade de pegar novos caminhos.

Se construirmos famílias enriquecidas de amor e cumplicidade verdadeiras, podemos dar os primeiros passos para resolver o problema da violência, do respeito, da importância que existe em cada ser humano.

Somos assassinos

Somos assassinos

Ligo a TV me assusto com aquilo que o mundo virtual quer me impor… São muitos watts de informação mastigada, superficial e sem escrúpulos.

O episódio do assassinato do menino, brutalmente arrastado por quase 10kms. é um exemplo fresco.

Assistindo o Fantástico ontem, senti certo repúdio no modo como os meios de comunicação dramatizam um acontecimento tão sério, um problema crônico.

Apontar um culpado, incriminar de forma revoltosa os adolescentes que praticaram o roubo que resultou na morte do menino de 6 anos é simplificar a realidade que existe e assola o Brasil há muito tempo.

Ninguém se sente assassino por estar omisso e passivo em relação à pobreza, a desigualdade social, que para muitos, meia dúzia de assistencialismos resolvem o problema e acalmam a alma de quem os pratica.

Certamente esses adolescentes pagarão com as suas vidas pela morte desse garoto… serão talvez estuprados, massacrados, pelo horrendo ato que cometeram, mas NADA vai trazer de volta a vida daquele menino e a alegria da sua família.

Andando pelas ruas do centro de São Paulo, no caminho para o meu trabalho, vejo ao menos uma meia dúzia de mendigos, bêbados, deitados e jogados pelo chão… porém o que mais me incomoda são as crianças… imundas, esparramadas pelas calçadas, como lixo.

Essas crianças sem futuro, sem oportunidades, sem pais, certamente não se importam em perder sua liberdade e suas vidas, porque nunca tiveram nada. Elas crescem banalizadas, refugo social, mas procuram seu espaço, que é sempre negado pela nossa postura egoísta, omissa e passiva.

A culpa é desses meninos?? Não… é minha.

Como salvar o mundo

salvar o mundo

Depois do enforcamento brutal do ex líder iraquiano Saddam Hussein a sociedade novamente refletiu sobre as execuções sem ou com concessões.

No advento do Natal de 2006 outra morte gerou discussão no mundo. A eutanásia aplicada pelo médico italiano em um paciente que estava “vegetando” por muitos anos e a resposta do Vaticano vetando o enterro religioso do mesmo, nos faz pensar sobre o poder que o Estado ou indivíduos têm de tirar a vida de cidadãos, ou a própria vida.

Existem centenas de casos comprovados de execuções provas suficientes, mas o desejo de vingança, ou melhor, acerto de contas, contribui no contínuo ciclo de intolerância, que permanece através da nossa omissão diante dos acontecimentos.

A sociedade aprova atos como este, no qual a vida adquire “valor de troca”, produto que pode ser aproveitado e descartado de acordo com a necessidade… é o ápice do capitalismo selvagem.

Imersos nessa realidade cada vez mais desesperadora é sempre difícil acreditar que o Amor pode fazer algo, mas só ele pode salvar o mundo.

Quando se ama e esse amor entra nas pessoas se constrói já um mundo novo, pois se descobre o outro e se entende que a nossa força está nessa união gerada.

Amar, o amor, é a única maneira de salvar o mundo e fazer com que a sociedade se dê conta da impossibilidade de manipular as vidas, de que nada é nosso e por isso não podemos fazer usufruto do que somos de forma depreciativa.

Descobrir COMO amar é o maior desafio…. Em cada momento surgem inúmeras oportunidades de viver pelas outras pessoas, de ajudar, com atos ou pensamentos, orações… Quanto mais somos oportunistas, mais poderemos contemplar esse Novo Mundo.

Page 80 of 81

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén