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Nem só de futebol é feita a Copa – Revista Cidade Nova – Junho 2010

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ÁFRICA DO SUL A Copa do Mundo não tem apenas o desafio de mostrar ao mundo a riqueza cultural e humana do continente africano, mas deve também levar benefícios econômicos e sociais à população do país que a sediará

A Copa do Mundo não é só mais um campeonato de futebol como costumamos acompanhar pela televisão. O evento esportivo mais popular do planeta se apresenta, sobretudo, como uma importante oportunidade de captação de investimentos para o desenvolvimento da infraestrutura, aumento na oferta de trabalho e, consequentemente, crescimento econômico para o país-sede.

Todos esses benefícios socioeconômicos se apresentam como solução paliativa, principalmente, para a África do Sul, a maior economia do continente africano, que sofreu uma retração de 6,4% no ano passado por conta da crise mundial.

Mas a pergunta que também interessa a nós brasileiros por conta da Copa do Mundo de 2014 no Brasil é: como fazer com que toda a riqueza depositada no país, durante essas grandes manifestações esportivas, seja efetivamente “partilhada” com a população local?

Como resposta concreta a esse questionamento, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, junto com o ex-presidente sul-africano, Thabo Mbeki, e em parceria com a União Europeia, criaram o projeto “Win in Africa, With África” (Vença na África, com a África). “A iniciativa tenta garantir que a Copa do Mundo da FIFA 2010 deixe um legado duradouro para a África do Sul e para o continente africano”, explica o presidente da principal organização do futebol mundial. A proposta faz parte de um grande projeto da FIFA, o “Futebol por um Mundo Melhor”, que tenta fazer do esporte um recurso para o desenvolvimento social.

Além de construir diversos campos de futebol em todas as regiões do continente, a FIFA tem feito parcerias com universidades africanas, que oferecerão cursos de gestão esportiva e organização de eventos, além de promover o desenvolvimento da medicina do esporte.

Na área da comunicação, o “Win in Africa, With África” fez uma parceria com a Fundação AFP, da agência France-Presse, para realizar um treinamento a fim de formar centenas de jornalistas africanos para a cobertura da Copa do Mundo deste ano. “Graças à nossa parceria com a Fundação AFP, cerca de 300 profissionais de mídia de todas as regiões da África estão sendo treinados em cursos de jornalismo de alta qualidade nos últimos 12 meses”, afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Outro importante legado social para o continente e para os outros países participantes foi a primeira Copa do Mundo de Meninos de Rua. (www.streetchildworldcup.org). Organizado por diversas ONGs, o projeto levou oito times de crianças de rua vindos da África do Sul, Brasil, Índia, Ucrânia, Nicarágua, Tanzânia, Reino Unido e Filipinas para participarem de um evento em Durban, cidade sul-africana localizada na costa do Oceano Índico.

Durante o evento, além das atividades esportivas, foram feitas oficinas de vídeo onde os meninos contavam suas histórias por meio da arte, além de uma conferência com diversos representantes políticos e personalidades envolvidas nas ações em prol das crianças de rua. No final do encontro, foi criado o Manifesto da Criança de Rua, assinado por todos que lá estavam. A próxima edição da Copa do Mundo de Meninos de Rua acontecerá em 2014, no Brasil.

Ações de formação, trabalhos de infraestrutura e de educação. Todo esse massivo investimento na África tem, por outro lado, a necessidade de continuidade. Uma das principais preocupações parte justamente da geração de milhares de empregos temporários para, por exemplo, a construção de estádios, que pode gerar um grave problema social após o fim dos jogos. Durante os últimos anos, esses milhares de trabalhadores conquistaram um padrão de vida que não será mantido depois do evento.

Outro problema está nos chamados “Elefantes Brancos”, expressão usada para obras que só têm utilidade específica e temporária, sendo que em grande parte dos casos, ao final do evento, acabam abandonados pelo alto custo de manutenção, como é o caso dos modernos estádios construídos para sediar os jogos da Copa.

Copa para os africanos

Todos os trabalhos e o legado que a Copa do Mundo quer deixar para os africanos não exclui a preocupação para que o povo do continente também possa desfrutar diretamente do evento propriamente dito.

Porém, de acordo com o Comitê Organizador da Copa, a procura por ingressos pelos africanos tem sido muito baixa, mesmo diante do fato de que a África do Sul sediará um dos Mundiais mais baratos da história para a população local. Na categoria 4, reservada apenas para sul-africanos, o custo será de 140 rands (moeda local), o equivalente a pouco mais de 30 reais, enquanto os ingressos para estrangeiros variam de 80 dólares (cerca de 140 reais) nos lugares mais baratos para os jogos da primeira fase, até 900 dólares (mais de 1500 reais) no lugar mais caro da final.

A fraca presença de público foi um dos principais pontos negativos da Copa das Confederações, evento “pré-Copa, realizado na África do Sul em julho de 2009. O único jogo que teve lotação total foi o confronto entre Brasil e Itália, ainda pela primeira fase.

As dificuldades sociais são uma das muitas justificativas para a pouca participação da população na compra dos ingressos. Por isso, para amenizar esse problema foi criado o Fundo de Ingressos, uma iniciativa inédita nos 80 anos de história da Copa do Mundo da FIFA que, como primeira medida, prometeu que cada um dos 20 mil operários receberá dois ingres-sos para uma partida no estádio que estiver ajudando a construir.

“O objetivo do Fundo de Ingressos é tornar as partidas da Copa do Mundo da FIFA 2010 acessíveis àqueles que não teriam meios ou outra forma para adquirir ingressos. Os bilhetes não serão doados gratuitamente, mas concedidos como uma forma de recompensa ou incentivo, especialmente para os jovens sul-africanos que participam ou contribuem em atividades de desenvolvimento humano e social”, explica o site oficial da FIFA (www.fifa.com).

Também as crianças poderão adquirir um melhor conhecimento de questões ambientais, como a importância da reciclagem, aprenderão sobre a prevenção contra o vírus HIV, entre outras questões importantes, que são projetos apoiados pelo Fundo de Ingressos e estão se realizando nas escolas sul-africanas.

“A Copa ajudará o nosso país, principalmente em alguns negócios. Muitas pessoas, de modo especial aquelas com um espírito empreendedor, se beneficiarão, mas não é um segredo que, com suas políticas de negócio e licenças, a FIFA monopoliza as oportunidades e acaba sendo a mais beneficiada” – contrapõe João Ladeira, sobre o trabalho social realizado pela FIFA na África do Sul.

Assim, quando o apito soar, no próximo dia 11, para a partida inaugural entre os anfitriões e a seleção mexicana, não estará em jogo só o título de campeão da Copa do Mundo de futebol, mas também será possível observar a capacidade de fazer de um evento de entretenimento uma oportunidade de prover bem-estar para a população, carente não apenas de reconhecimento no campo esportivo, mas principalmente de recursos para o desenvolvimento como país.

[vidaloka] Dejà vu

Dejà vu!

A expressão não só soa bem aos meus ouvidos, pois é a chave de transição do meu filme preferido (THE MATRIX), mas também porque acontece com freqüência na minha vida.

E eis me aqui, novamente no Centro Mundial dos Jovens do Movimento dos Focolares, desta vez como visitante “veterano”, cheio de histórias e saudosismo do maravilhoso período vivido aqui.

Depois de reencontrar Aurelio Saglia, Miguel Bringas e suas respectivas esposas. Depois de reencontrar Flavia após sobreviver aos três meses de saudade, me vejo uma outra vez percorrendo os mesmos caminhos, saudando as mesmas pessoas conhecidas cinco anos atrás.

E aí podem me perguntar: “Como você está?”

E sem pensar responderia: “MARAVILHOSAMENTE FELIZ”.

Grottaferrata é uma cidade simples, pequena. Um “paesino” na região dos Castelos Romanos, mas cheia de charme e de boas recordações, inesquecíveis de certa forma.

Refazer os mesmos caminhos, com a mesma bicicleta é como comer brigadeiro depois de 2 anos de Europa. É uma sensação única de perceber que experiências vividas intensamente não passam.

Há cinco anos estava aqui com um holandês, um espanhol e um italiano. Divertíamo-nos contando historias dos nossos países, discutindo política e trabalhando, jogando bola. Agora os personagens são outros: um napolitano, um milanês originalmente do Sri Lanka e um colombiano de Bogotá. Paolo, Eduardo e José.

Mesmo assim a alegria é a mesma, a sensação de estar onde deveria estar se repete.

Dejà vu!!

Semana que vem, a partir de quinta-feira, começo a participar do Congresso de NetOne. Grupo de comunicadores de todo o mundo que querem resgatar o sentido de serviço e a fraternidade por meio dos meios de comunicação.

Tenho trabalhado esses dias na organização do congresso, dos aspectos práticos, as discussões. Vou contar também a minha experiência como estudante e aprendiz de jornalistas nas empresas que trabalhei.

Porém, um momento especial foi meu reencontro com Chiara! A fundadora dos Focolares que faleceu há dois anos está sepultada no Centro Mundial do Movimento, em Rocca di Papa. Foi um momento especial estar diante dela. Do túmulo de uma mulher, simples, que levou o Amor (Deus) há tanta gente. Um amor que continua frutificando.

Vou trabalhar de bicicleta, como muito macarrão e risoto. Reencontro tantos velhos amigos, me enrolo no expressar-me em italiano. Mas, estou feliz!

Dejà vu!

Vítimas do desenvolvimento tecnológico

Chegou-me em mãos hoje um artigo a respeito dos casos de suicídio na fábrica de Longhua, dirigida atualmente da sociedade taiwanesa Foxconn.

O texto apresenta uma relação feita por alguns jornais desses suicídios com a etapa final de produção do grande lançamento da Apple em 2010: o IPAD.

Visto com bons olhos pelos profissionais de TI, a “mesa portátil” da multinacional norte americana tem na fábrica de Longhua seu grande pólo produtor.

O interessante é que este produto, evidenciado como sinônimo de DESENVOLVIMENTO, não vem apresentado levando em consideração seu processo de produção, típico de grandes potências mercadológicas que usam de grandes complexos industriais para desenvolvê-lo de forma subumana.

Interessei-me então pelo assunto e encontrei outro texto (http://www.gizmodo.com.br/conteudo/relatos-de-um-infiltrado-no-inferno-fabrica-da-foxconn) que conta a experiência de um repórter de um grande jornal chinês para entender as verdadeiras causas desse crescente número de suicídios.

Contudo, o que falta em tudo o que li sobre o assunto é uma importante relação desses suicídios com a cultura oriental da eficácia. Da busca incansável pela perfeição e o êxito. É conhecido de todos que esse perfeccionismo é exigido já com crianças e que vem acentuado na entrada ao Mercado de trabalho.

No site do programa da ONU que se ocupa da prevenção ao suicídio (http://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/suicideprevent/en/) é possível perceber que estão na Ásia os maiores índices de suicídio. Em contrapartida tanto na África, como nas Américas Central e do Sul, onde as condições de trabalho são péssimas, esses índices não são tão altos.

É importante olhar universalmente para esses casos, como o do IPAD, procurando entender também os aspectos culturais e sem fazer ataques diretos a uma empresa ou produto específico.

O que precisa ser combatido é justamente o sentido de fazer com que a necessidade de produtos de consumo valha mais que o ser humano.

Não sei se dentro do Capitalismo, onde a cultura do sucesso é difundida além de qualquer valor, isso é possível.

De qualquer forma, seguem alguns links com as notícias:

http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4452090-EI15608,00-Fabricante+chines+de+eletronicos+enfrenta+o+suicidio.html

http://info.abril.com.br/noticias/mercado/fabricante-de-iphone-quer-conter-suicidios-25052010-47.shl

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/empresa-de-taiwan-toma-providencias-para-frear-onda-de-suicidios.html

[vidaloka] A viagem

Avião e o céu CINZA de Amsterdam

Viagens continentais sempre têm um sabor especial, mesmo que seja uma das experiências mais desconfortantes.

Despedir da minha família foi surpreendentemente simples, sem choro, pois afinal de contas todos já esperávamos que esse dia chegaria.

O mais especial foi perceber que mesmo aqui, do outro lado do Atlântico, permanecemos unidos nessa nossa maravilhosa família e na alegria de poder um viver pelo outro, independente da distância.

Cheguei em Amsterdam as 11:25h, hora local, esperando um dia aberto, ensolarado, pois é o que se espera de um dia de primavera. Porém, ao olhar o monitor da temperatura externa, ainda dentro do avião, me surpreendi com os doze graus. Olhando pela janela, algo ainda mais desolador: tempo fechado e garoa! Primeiros lapsos de nostalgia do nosso país tropical.

Agora estou aqui, sentado na espera para o embarque para Milão, depois de ter sobrevivido aos primeiros questionamentos a respeito da minha estadia na Europa pela polícia holandesa.

Enquanto isso, no monitor do aeroporto holandês, aparecem imagens da minha cidade natal. O mais interessante é que apresentam o estado de São Paulo (com praias, plantações de laranja e cana), como se fosse a cidade.

(…)

Depois de um atraso de quase uma hora o avião decolou em direção à Milão. Uma viagem bem tranquila de quase duas horas.

Cheguei bem cansado, peguei minhas malas e fui atrás do ônibus que leva do aeroporto de Malpensa à Stazione Centrale de Milão.

O que imaginei que seria difícil não aconteceu. Encontrei o guichê, comprei a passagem e em 40 minutos estava na estação central da capital econômica italiana.

Em 20 minutos aconteceria o primeiro ESPERADO reencontro…

(continua)…

[vidaloka] Livre para voar

Malas quase prontas

Eu sempre ouvi dizer que as boas escolhas trazem alegria e serenidade. Pois bem, essas são as duas palavras que resumem o meu estado de alma algumas horas antes de “voar” para uma nova fase da vida.

Essa sensação incrível de liberdade, de infinitas possibilidades, se entrelaça naquilo que rege a vida de nós todos: o mistério.

Mistério. “algo secreto, escondido, de significado ou causa oculta; um fenômeno que ocorre e não se tem conhecimento de quais as causas; algo que não se pode explicar.”

Não sinto que estou indo embora, nem que deixo tudo, sensações bem presentes nos últimos dias. Hoje o sentimento é de continuidade. Afinal de contas a vida me trouxe aqui, as minhas escolhas me colocaram nesse ponto  e o que me resta: viver!

Existe um plano por trás de tudo. Durante o tempo que vivi aqui muitas experiências me fizeram descobrir quem sou, meus talentos, aquela participação pessoal no Maravilhoso Jogo que não posso esperar de ninguém. Cabe somente a mim seguir este caminho, essa missão.

Por isso, haja felicidade!!!! De reencontrar um pedaço de mim do outro lado do oceano, de poder construir caminhos em direção a tão sonhada vida no continente africano… Tudo é possível quando a se acredita, mas antes de tudo, tudo ACONTECE quando nos deixamos levar pelo Dono do Jogo. Assim a Sua felicidade e a nossa se sintetizam e se bastam.

As 19:05h de hoje vôo para dar continuidade a vida que escolhi para mim. Pensando bem… a vida que Ele escolhe e eu aceitei, para o bem da minha felicidade.

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