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[vidaloka] De volta ao Brasil – Parte 1

volta

Depois de duas semanas de provas “destruidoras” em que estudo e vida “anti-social” foram necessários para que eu acabasse o meu primeiro ano de mestrado, o que eu mais almejava era encontrar a minha amada e voar de volta para minha terra natal para encontrar as pessoas que sentia tanta falta e que são parte importante da minha vida.

Ótimo! Foi isso o que aconteceu, mas o que não esperava era ter a mala extraviada com todas as minhas roupas e pertences pessoais “impagáveis”, como meu HD externo com todas as fotos, trabalhos, artigos e etc.

Claro que a primeira coisa foi pensar… Como sou zicado!, mas logo uma tranqüilidade de que achariam rápido a minha mala. Depois, pensei, pelo menos não foi a mala da Flavia, que já estava vindo para um país que não é o dela e sem as malas as coisas seriam ainda mais “traumáticas”… hehe

Mas enfim… cheguei, contente, tranqüilo, mas sem a minha mala.

Ainda sinto o incomodo e a angústia em pensar que ela não será encontrada. Convite imediato para colocar em prática a minha compreensão de fé e de não deixar que nada atrapalhe esse período tão importante aqui no Brasil.

Engraçado que realmente nada sem “dor” encontra sentido profundo, verdadeiro. A vida não é feita de um romantismo ingênuo e as dificuldades são as tais “catapultas” para que a gente possa crescer e amar conscientemente, livremente, os outros e Deus.

Bom… agora é curtir.

Pude sentir um amor enorme da minha família, da minha mãe que logo foi comprar algumas coisas de primeira necessidade, roupas, com um sorriso gostoso que realmente só mãe tem.

Agora vamoquevamo… comer, dormir e descansar de tudo isso.

29 dias no país do Tsunami – Parte 35: Laços familiares

Hoje acordamos tarde e não fizemos nada de muito importante. Fui antes do almoço com Arckan e os ingleses ver meus emails.

Quando voltamos, almoçamos rápido e depois fomos jogar com as crianças em uma creche perto de casa.

Foi realmente outro dos muitos momentos especiais. Estar com todos aqueles meninos mulçumanos sem nem perceber.

Uma coisa que realmente me impressionou é que os intensos laços familiares dessa cultura permitiram que quase todas as crianças que perderam seus familiares no Tsunami fossem acolhidas em uma “nova casa”. Provavelmente de um tio ou tia de segundo ou terceiro grau.

No final da tarde fomos para casa e esperamos até a hora da missa. A segunda desde que chegamos na Indonésia e em uma igreja totalmente destruída, vazia, verdadeiro sentimento de “abandono”.

Logo depois, para festejar a nossa presença fomos convidados pelas focolarinas a comer na KFC e a minha fome “ocidental” me fez comer que nem doido.

Voltamos para casa bem cansados, sobretudo interiormente, conversamos um pouco e fomos dormir.

 

[vidaloka] Fim do primeiro ano de mestrado

Depois do retorno de Lisboa, aonde fui para participar do Seminário Internacional News & You, eis-me aqui novamente em Loppiano para os últimos dias de estudo antes de voltar pro Brasil.

A experiência em Portugal foi ótima, mesmo que cheia de questionamentos, sofrimentos e descobertas.

“Nessuno può conoscersi totalmente da se stesso: sono gli altri, sempre, a completare la visione che noi – come singoli e come popoli – abbiamo di noi stessi; sono gli altri in diversi modi, a dirci chi veramente siamo”*.

Essa frase do prof. Antonio M. Baggio esprime bem essa a minha grande conclusão desses dias, no ver que muitas pessoas têm a si mesmas como única dimensão da própria vida. Que só fazem ou se envolvem em algo que possivelmente serve de benefício a si.

Novamente me dei conta de que a nossa maior riqueza é sempre “estar em relação”. È essa a melhor maneira de conhecer melhor o mundo e a si mesmo.

Hoje começa a maratona de estudos. Serão 6 provas em 2 semanas (10 dias). De qualquer forma tenho procurado estar realmente tranqüilo, dar tudo e ser DOM verdadeiro, sem me preocupar com os resultados.

Cada coisa que vivi aqui não se limita aos 30, 29, 28… as verdadeiras experiências não são quantificáveis e mesmo aquelas que são, na verdade servem de Luz para um encontro cada vez mais profundo no mistério da vida.

Começa agora um momento decisivo aqui em Sophia, que quero viver bem para poder estar inteiro nas próximas experiências que farei no Brasil, na Suiça… espero que consiga!

*BAGGIO, A.M. – Principio dimenticato – L’idea di fraternità tra due rivoluzioni: Parigi 1789 e Haiti 1791;

[vidaloka] A paixão por Sophia

Passei os meus últimos dois dias refletindo sobre a minha vida de estudante no Istituto Universitario Sophia.

Faz parte da experiência o processo de compreensão do que significa estar aqui (realmente) fazendo uma experiência que é estudo, mas também VIDA!

O paradoxo de uma convivência comunitária na diversidade (communitas) é algo que muitas vezes sufoca. As minhas explicações para isso são de natureza analítico – contemporânea, pois vejo que culturalmente vivi grande parte da minha vida em um ambiente que me impulsionou a manter uma postura individualista, mesmo rodeado de outros 20 milhões de “cúmplices do cotidiano”.

Essa característica se confronta com o paradoxo comunitário justamente porque coloca em contraposição o desejo de unidade, vivido depois concretamente na unicidade. Explico. Nós, seres humanos, temos a real necessidade “do outro”, de estar em relação, é próprio da nossa natureza e é aquilo que substancialmente dá significado a nossa vida. Contudo, é uma relação que culturalmente é exprimida com algo que não pode me causar “perdas”. Relaciono-me com “o outro” até que ele não me faça mal.

Mas o amor comunitário em que fui convidado a viver aqui em Sophia  é uma tentativa de colocar em pratica um conceito que engloba “a ferida do outro”, o outro que me faz mal, não porque quer, mas porque é diferente, pensa diferente.

Na vida de comunidade aqui, não a unicidade (feita da simples soma das partes diferentes que não se relacionam), mas a unidade (união das partes para formar um todo com significado único) é o objetivo primário.

Entender isso significou primeiramente não conseguir me  ver “à altura” da experiência, mas depois me ajudou a entender que ela só é possível quando aceito “mergulhar” nas relações, no outro – diferente, fonte da verdade nova, desvelada (aletheia).

A experiência concreta que me levou a concluir que realmente ESTOU AQUI foi o fazer e o retorno do vídeo da nossa viagem da universidade. Colher as pessoas, significou entender a beleza de Sophia, que é sim o estudo, o empenho constante em mergulhar no mundo teórico, mas que se encarna nas relações, no outro que é diferente e por isso, maravilhoso.

Viver em Sophia é se apaixonar pelo outro, pelas diferenças e entender a importância e a complementaridade delas, mas que depois também nos faz perceber “únicos”.

Estar feliz aqui custa muito, pois é muito dolorosa a mudança conceitual da “unicidade em unidade”, mas cada momento que passo aqui, com essas pessoas, me faz entender que no final, vale a pena.

[vidaloka] Momento de passagem…

A influência dos meus estudos teológicos foi determinante na escolha dos argumentos tratados nos meu últimos textos do eLe.

Durante o primeiro trimestre de 2011 pude encontrar em dois grandes personagens da história da humanidade novas perspectivas e compreenssões a respeito da minha fé e do pensamento científico.

Paulo de Tarso e Galileo Galilei deram o tom desse período de estudos e me fizeram descobrir o verdadeiro sentido de ser cristão e o quanto é necessário o pensamento científico, iluminado pela fé, para entender como levar adiante a nossa sociedade fragmentada.

Agora, nas “férias” de Páscoa ( pois é cada vez mais claro para mim que na Europa dá-se alguns dias para estudar mais e não para descansar) voltei a minha segunda pátria – Confederação Helvética – e aqui pude vivenciar concretamente tantas dessas descobertas, no amor construído concretamente com Flavia e a sua família.

Difícil pensar que em dois dias voltarei para Loppiano, principalmente porque oque me espera daqui pra frente são semanas “difíceis”… de muito estudo e trabalho… mas é a última gota de suor até o meu retorno ao Brasil… por 6 semanas.

Tenho sentido uma felicidade impossivel de medir… algo novo, nada eufórico, mas pleno, PAZ. Felicidade que se constrói cotidianamente… com tantas dores, dificuldades, desafios, mas se não fosse assim seria mentira.

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