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Que a demência fracasse

coreia do norte

Uma imagem que sempre me pareceu curiosa é a da pesagem feita pelos lutadores de boxe (e agora, do MMA) antes de uma luta.

Aqueles dois brutamontes, olhando-se nos olhos, somente alguns centímetros de distância. A tensão e o desejo recíproco de intimidar são, na verdade, já o início do combate.

Essa mesma tensão da “encarada” do boxe tem aumentado, entre as duas Coréias, nas últimas semanas.

Com a iniciativa da Coréia do Norte, que sacramentou o fim das relações com a “irmã” do Sul, esse agravamento de crise, fez nascer em toda a comunidade internacional, o temor de que basta uma demência, para que a tensão se transforme em conflito no oriente.

A demência marcou a história da humanidade moderna… Hitler, Stalin e Slobodan Milosevic são nomes de dementes famosos, responsáveis pela morte de milhares de inocentes e justificadas por ideologias que submetiam o ser humano as ideias, sobretudo, racistas.

Hoje, o problema é maior pelas possibilidades nucleares. Assim, qualquer guerra entre duas potências colocam em alerta toda a humanidade.

Alguns especialistas acreditam que a Coréia do norte está blefando, na tentativa de conseguir um acordo de paz que respeite a sua soberania. Contudo, o que precisa ser sempre analisado, é que esse braço de ferro do poder político coloca seriamente em perigo os seres humanos.

De grandes proporções ou não, o conflito bélico não resolve as diferenças, mas elimina vidas, gera ódio e desejo de vingança. A paz é um valor a ser negociado, sem jamais excluir a importância de cada homem, mulher, criança…

Esperamos que a demência não sufoque os inúmeros avanços da racionalidade, que nos fez perceber “iguais” em direitos (e deveres).

Lembranças três meses depois…

3 mesi

Depois de passar a última noite “solteiro”, acordei animado, pois o dia mais aguardado da minha juventude tinha finalmente chegado.

Enquanto a noiva, no quarto ao lado, não queria sair dos seus aposentos, temendo ficar ainda mais nervosa, eu, não tive tempo de pensar muito. Levantei apressado, tomei banho e fui cuidar dos últimos preparativos do casamento.

Uma preocupação particular era com a decoração. Tínhamos nos arrependido de quem decidimos contratar, mas era tarde demais. Por isso, naquela manhã do dia 22 de dezembro, eu fiz algumas viagens até o local da nossa festa. Em uma delas, algo inesperado aconteceu. Manobrando o carro para retornar para onde estávamos hospedados, um dos pneus estourou.

Com muitas coisas para termina e a cabeça “cheia”, eu quase me desesperei. Mas, a presença solidária do ajudante do “salão” me tranquilizou. Com calma e empenho ele me auxiliou na troca do pneu e assim eu pude voltar “são e salvo”.

Faltava pouco para o início da celebração e tudo estava caminhando direitinho, muito melhor do que esperávamos.

Uma alegria especial tomou conta de mim quando eu entrei na igreja e encontrei minha família (brasileira e suíça) empenhada em fazê-la delicadamente bonita, para o nosso grande dia.

Abujamra entrevista Ana Maria Haddad no “Provocações”

anna haddad

Desde 2003 eu procuro acompanhar, sempre que posso, as entrevistas do fantástico Antônio Abujamra. Surpreendo-me toda vez com seu ar debochado, perguntas indiscretas que, porém, nunca perdem o respeito ou denigrem a imagem do entrevistado.

Abujamra não é superficial, bonachão, polêmico como um Jô Soares, uma Maria Gabriela e, mesmo se esses não são entrevistadores medíocres, são bem inferiores ao apresentador do “Provocações” da TV Cultura.

No programa 605, que eu assisti ontem, gravado no dia 5 de março, a entrevistada foi a, professora universitária, Ana Maria Haddad Baptista, que falou sobre o perfil do estudante universitário brasileiro.

Em alguns momentos eu realmente tive dúvida se ela entendeu a dinâmica do programa, o significado das perguntas, mas a “palidez” da entrevistada foi colorida pelas intervenções do entrevistador. Como poucas vezes eu pude ver, Abujamra parecia mostrar “ele mesmo”, suas opiniões e a revolta diante de um país que esputa nos seus jovens, uma educação superficial, tecnicista, incapaz de produzir estupor diante do saber.

O discurso de Ana Haddad é fraco… pouco provocador, morno como é uma “grande parte” – para usar um termo constantemente repetido por ela na entrevista – dos intelectuais brasileiros, incapazes de partilhar seu conhecimento com a vivacidade e dinâmica dos instrumentos tecnológicos.

Como sempre, vale a pena conferir! Neste caso, mais pelo entrevistador, que pelo entrevistado.

Bloco1:

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Bloco2:

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Bloco 3:

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Casos que destroem o que é a Família

familia

Ainda não me conformo com esses casos de família horrendos, em que os esposos se agridem ou até se matam. Pais que matam filhos, filhos que matam pais, namorados que se matam. Sinais escandalosos de que a principal célula da sociedade está no culmine da degradação.

Os casos Nardoni, Richthofen e, atualmente, Mizael e o do goleiro Bruno ganharam destaque na imprensa, mas, infelizmente, o que não é levantada, na maioria das vezes, é a dimensão social deles.

A mídia brasileira é (propositalmente?) superficial e não estimula a pensar o mal profundo que se esconde por trás desses acontecimentos. As consequências da desintegração da Família fragmentam alguns valores fundamentais para a vida em sociedade.

No Velho Continente, mais por conta do consumismo e do individualismo, que da violência, a perda de valores promovidos pela Família colocou a Europa em uma crise sem precedentes e aqui no Brasil, sem vergonha, estamos rumando para o mesmo triste caminho.

É um absurdo aceitar passivamente a destruição da Família. Concebê-la sem pai nem mãe, sem calor humano, respeito, dignidade, sacrifício, renúncias. Se nós queremos preservá-la, nenhuma dessas dimensões pode ser ignorada.

Impressiona que muitos jovens que cresceram em famílias tradicionais, hoje defendam uma família desfigurada. Se eles se consideram felizes, realizados, muito, certamente, é por conta do modelo “tradicionalista” que, acima de tudo, considera fundamental ter pai e mãe (paternidade e maternidade) em casa, mesmo que imperfeitos.

O que se vê hoje são relacionamentos individualistas, narcisistas, regados de interesses egoístas, doentes, ao ponto de fazer pagar com a vida quem, livremente, não aceitar as imposições de uma das partes.

Abolir a família “tradicional” não é um mal relativo, mas evidente e grave. É ela que preserva os valores que constroem a sociedade. Claro que este “modelo” não está acima das pessoas, intrinsicamente passíveis de falhas, desvios, porém, isso não justifica a depreciação do seu valor e importância.

O milagre de Francisco

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Hoje de manhã, logo que me levantei, olhando a sacada do apartamento onde vivo, avistei o vaso (excedente) em que estava a flor que eu minha esposa presenteamos os padrinhos no dia do nosso casamento. Logo depois que a flor do vaso morreu, nasceu um pequeno broto, que agora já é uma nova planta.

Observando, rapidamente, aquele pequeno vaso, eu me maravilhei com a dinâmica da vida. Basta uma sementinha, um pouco de água e luz, e tudo renasce, recomeça.

Aqueles segundos de contemplação são difíceis de explicar, mas exprimem a felicidade diante da beleza da relação cooperativa entre a vida e a morte, sentimento que se aproxima bastante da euforia após o Annuntio vobis gaudium Magnum (Anuncio-vos uma grande alegria) de que um novo papa havia sido escolhido.

A escolha de Francisco coloca a Igreja católica em um novo contexto e renova as esperanças de uma mudança necessária na comunidade eclesial.

Enquanto, infelizmente, o mundo laico fala somente em permissão de casamento entre pessoas do mesmo sexo, fim do celibato e o diaconato de mulheres (e no dia de hoje, as dificuldades com o governo argentino e acusações de o antigo cardeal ter violado os direitos humanos, durante a ditadura), o que emergiu, de maneira mais evidente e simbólica, é a “conversão” para um caminho de humildade e simplicidade.

O Clero (ao menos uma boa parte dele), repleto de vaidades, intrigas pelo poder, corrupção e outros tantos problemas, se vê agora “convidado” a retomar sua dimensão original de serviço, pobreza e humildade. O simbolismo da escolha do nome Francisco pelo então cardeal argentino Jorge Bergoglio, remete-se, de maneira bonita, ao seu xará de Assis, que há mais de 800 anos, foi chamado a renovar a igreja dos “poderosos”.

A escolha de um papa “não europeu”, ou melhor, latino-americano, opera uma revolução difícil de mensurar. Em toda a história da Igreja Católica, nunca um representante de outro continente ocupou o posto mais alto da instituição mais antiga do mundo.

O momento histórico, como todos sabem, é difícil. As chagas da pedofilia, a corrupção e intrigas pelo poder, feriram fortemente a imagem da Igreja. Contudo, pelo que se viu ontem, parece que tudo concorre para uma grande mudança.

O contexto é propício, a vontade é grande, só faltava um líder preparado para realizar o renovamento da vida da Igreja, neste “ambiente” em que ela está inserida.

O milagre de Francisco é a sua vida, é ser a semente, pequena, simples, mas perfeitamente pronta para fazer renascer a vida, o amor, que foram propostas por seu fundador, Jesus Cristo.

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