Category: Homem mundo Page 5 of 20

[vidaloka] Saudades da Paulinha, aniversariante do dia

Saudades.

Eh palavra que resume muitos momentos de uma vida. Parece que a gente passa mais tempo querendo ter o que não pode, que aceitando o “dom” quotidiano que vivemos.

Mas hoje a saudade é diferente e exprime bem tudo aquilo que rodeia o meu coração nos últimos meses.

O motivo: Hoje a minha amiga Paulinha completaria mais um ano da sua vida, que porém, na Cidade dos Homens, foi interrompida há quase quatro anos.

Lembro-me bem do meu ultimo encontro com ela na sala do hospital, ela já respirava por aparelhos, mas a sua presença ainda me dizia tantas coisas.

Saí daquela despedida com o coração apertado, mas certo de que ela estava nos deixando porque era vontade de Alguém que a esperava com aquele mesmo sorriso que somente ela sabia dar.

Passados todos esses anos, ainda hoje me emociono quando me lembro daquela menina cheia de vida… das nossas conversas, as risadas, as vezes em que a carreguei após um “mal estar”… a Paulinha mudou profundamente a minha vida.

Hoje, muitos quilômetros longe do meu país, daqueles que amo, festejo a Paulinha, meu anjo da guarda. Amiga que me dá força e coragem pra não desistir e acreditar no amor de Deus, vivendo a vida “com as dores e alegrias, cada dia”.

[vidaloka] Dentro quente e fora abaixo de zero

Enquanto o tempo escorre em uma velocidade difícil de acompanhar, eu tento estar intensamente imerso em cada “gota de momento”, vivendo aquilo que deve ser vivido e sonhando aquilo que deve ser sonhado.

Estamos já em fevereiro e semana que vem festejo com Flavia o nosso segundo ano juntos. Fora o fato de ser um recorde pessoal, vejo que a vida com ela vai se plasmando em um “sempre novo” na medida em que conseguimos a nos conhecer (e nos amar) mais, mas sobretudo aprender a perdoarmos um ao outro para que o amor possa  se renovar.

Neste momento me encontro em Wohlen, cidade da família da Flavia, disfrutando de um frio abaixo de zero, com muita neve, panorama ideal para estar dentro de casa, ver um filme, tomar um chazinho e conversar.

Inúmeros os motivos de, nas pequenas coisas, nos sentirmos felizes e acho que redescobrir a felicidade no quotidiano é a salvação da humanidade, pois só assim é possível desenvolver a consciência de que somos um milagre neste mundo.

Algumas coisas concretas do casamento estão se resolvendo aos poucos, com naturalidade e simplicidade. Deus vai abrindo as portas que nós, humanamente, não conseguimos e isso nos dá uma sensação incrível de que temos o melhor “assessor” de casamentos do mundo.

Na próxima semana voamos para Budapeste. A capital húngara, primeira cidade do leste europeu que conhecerei, é especial não só pelas sete pontes e por ser o “próximo palco” do encontro de jovens do Movimento dos Focolares, mas também porque hospeda meu grande “irmão branco” Cristian.

Este sem dúvidas foi o meu melhor presente de natal da vida. Encontrá-lo significa uma oportunidade de “confronto” com todos os passos e caminhos percorridos até agora.

Até lá terei um final de semana intenso de estudo… dois dias de “relações internacionais” com o meu querido Kindle Fire… Realismo, Liberalismo, Construtivismo… bem interessante.

Que [vidaloka]!

29 dias no país do Tsunami – Parte 37

País do Tsunami. As 7hs estávamos de pé porque em meia hora chegariam as focolarinas para nos buscar para aquela que seria a viagem mais cansativa até então: 15 horas de estradas sinuosas e esburacadas de Aceh até a capital Medan.

Estávamos apertadíssimos no carro, porém eu e o napolitano Leonardo pudemos ao menos conversar um pouco sobre aquilo que havíamos vivido durante a nossa estadia na região mais afetada pelo Tsunami.

Porém, não foram somente as boas recordações que eu levarei dessa última viagem em solo indonésio.

Na metade do caminho decidimos parar em um pequeno restaurante de beira de estrada para almoçar.

Assim que me sentei percebi que a natureza estava me chamando para realizar umas das atividades fisiológicas mais importantes: o vulgo “número 2”.

Naquele momento me dei conta que as diferenças culturais diminuíram bastante, pois mesmo do outro lado do mundo os banheiros de restaurantes de “beira de estrada” são bem sujos. Porém ali haviam alguns acréscimos notáveis, que a pressa (e o estômago) me fizeram esquecer.

A primeira “diferença” era a ausência de vaso sanitário. Tive que tirar as calças e pendurá-las em algum lugar limpo para fazer minhas necessidades. Olhando para o chão imundo decidi não pisar descalços. Apoiei os pés no meu tênis e pronto, agora sim poderia realizar a minha importante missão.

Depois de alguns minutos satisfatórios, lembrei-me da segunda diferença: Na Indonésia não se usa papel higiênico. Dentro do tanque ao lado do buraco para as fezes, um balde mergulhado em uma água imunda, que eu deveria usar para me limpar.

Estava no final da viagem e alguns pudores “ocidentais” já não serviam. Peguei um pouco de água e me limpei, ajudado pela mão esquerda e tentando não fazer com que a água escorresse pelas minhas pernas, pois não tinha uma toalha para me secar.

Missão realizada e novamente outra ficha caiu: Como voltaria para a mesa, almoçar, com a mão fedida?

Olhei ao meu redor e não encontrei nenhum sabonete ou algo que pudesse limpar as mãos. Após alguns minutos desesperado encontrei um xampu que simbolizou a salvação.

Lavei as mãos e voltei à mesa mais leve (em todos os sentidos) e pronto para almoçar. Aventura inesquecível.

Chegando depois de muito tempo em Medan fui saudar Luce, focolarina brasileira que vivia na capital da ilha de Sumatra.

Amanhã vamos embora da Indonésia e já sinto uma dor grande de deixar esse país que se tornou pátria.

[vidaloka] Novo ano em Loppiano

A primeira semana de 2012 em Loppiano já faz parte do passado.

Depois de uma longa viagem de trem de Genebra em direção à Incisa Val d’Arno tive que mergulhar novamente em uma realidade onde, espiritualmente, eu me distancio cada dia mais.

Porém, em contrapartida, percebo uma necessidade de conversão, de recomeço e sobretudo de procurar estar aberto às pessoas, às dificuldades, ao ambiente que nem sempre “acolhe”.

O período de férias com a família Ganarin me ajudou muito a descansar e me preparar para esse ano muito especial para mim e Flávia. Pudemos estar juntos, com toda a família, conversar e sentir a alegria que só uma família pode proporcionar.

Aqui em Loppiano a lógica mudou um pouco… fui obrigado a me colocar na postura de não esperar, de procurar antes de tudo fazer a minha parte, intercalando as obrigações e necessidades pessoais àquelas coletivas.

Interessante ver que realmente um ambiente colaborativo depende de uma mínima reciprocidade. Se uns fazem mais que outros por muito tempo, movidos intrinsecamente por um ideal, o cansaço é iminente. Muitos dos meus companheiros de residência estão em um estado de cansaço preocupante e precisam repousar.

Eu tenho alguns trabalhos nas próximas duas semanas antes de voltar pra Suíça. Nesta semana que passou consegui dar entrada no meu “Permesso de soggiorno”, a carteira de identidade do estrangeiro que deve ser renovada a cada ano.

Tivemos aulas bem interessantes de Relações Internacionais e finalmente consegui decidir um título provisório para a minha tese: Identidade e Comunicação. Aspectos éticos relacionais da comunicação jornalística em uma Sociedade de Massas.

Longo, complexo, mas terei 5 meses para trabalhá-lo. Estou lendo um manual de comunicação e assim terei as primeiras linhas de como prosseguir.

Vamoquevamo

[vidaloka] Depois da tempestade a calmaria

Eu e Flávia com uma família espanhola amiga, em Genebra

Há uma semana em Genebra, só agora eu finalmente me sinto plenamente aqui.

Em Loppiano, pequeno “distrito” de Incisa Val d’Arno, cidade há 40 minutos de trem de Florença, vivemos meses difíceis por conta das exigências de estudo, mas principalmente na gestão dos problemas e desafios de adaptação com os estudantes do novo ano acadêmico.

No Istituto Universitario Sophia, além das muitas matérias e do exigente estudo, vivemos (os garotos) em uma residência estudantil. Somos 17 de 9 países diferentes (Brasil – S.Paulo, Salto, Rio de Janeiro, Belém e Manaus – Congo, Burundi, Cuba, Filipinas, Rep. Tcheca, França, Egito, Itália) e temos que rapidamente encontrar um modelo “standard” de convivência que considere toda essa diferença cultural.

No ano passado essa fase foi muito menos traumática, não pela ausência de diversidade, mas provavelmente pela disposição de quem chegava e quem já estava em casa.

Desta forma, os primeiros meses do ano acadêmico 2011-2012 foram repletos de conflitos, dificuldades pessoais, motivo pelo qual cheguei exausto na minha amada Suíça da minha “suíça amada”.

Interessante perceber a necessidade de  um processo de “purificação”. Dentro de mim existia uma tensão estranha, um cansaço que me bloqueava e que só agora vejo diminuído, com ajuda e a compreensão da Flávia e na possibilidade de encontrar outras pessoas.

Outro desafio que tive de enfrentar foi para conseguir dormir bem em Loppiano! Por um mês convivi com com um colega de quarto que tem algum tipo de doença respiratória que o faz roncar muito. Muito mesmo! Procurei ser agradável o quanto pude, coloquei tampão nos ouvidos, mas foi um período complicado.

Bem… mas apesar das tantas dificuldades, esse período (como tudo na vida) passou… neste momento estou na biblioteca da Universidade de Genebra lendo um livro de antropologia filosófica “O Problema do Homem” de Gevaert, muito bom…

Depois, em geral, estou teantando fazer tudo com calma, descansar e aproveitar a presença da Flávia.

Logo logo é o momento de escrever o anuário de 2011, ano com certeza mais importante da minha vida, de decisões e passos sonhados por tanto tempo e uma alegria fundamental. Mas até lá tenho muito trabalho pela frente.

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