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29 dias no país do Tsunami – Parte 16: Conhecendo Nias

Esculturas do museu de Nias

Esculturas do museu de Nias

O almoço foi delicioso. Quase me fez pensar não estar na Indonésia.

Depois de comer e esperar quase duas horas, fomos com Ponty em uma espécie de museu local. Muito simples, mas bonito.

Foram acompanhando algumas amigas de Ponty e pudemos conhecê-las melhor.

Na volta nos encontramos com um casal irlandês da Caritas (que faz um lindo trabalho de reconstrução junto com a comunidade local). Durante a conversa fiquei irritado com a prepotência dos dois. Com eles explicamos o nosso plano de ajuda nas comunidades de Nias.

À noite fomos a uma festa de inauguração de uma casa, organizada pela Caritas.

Pediram para que nós disséssemos alguma coisa e eu, com Giuseppe, me apresentei, agradeci a acolhida e disse um pouco quem somos e o que estamos fazendo ali.

No outro dia, acordamos depois de ter dormido quase dez horas.

Ago com os outros chegaram de avião e foram tomar café da manha. Fomos saudar-los e ficamos um pouco desiludidos, pois eles queriam descansar até o almoço.

Eu, Eugênio e Giuseppe já tínhamos descansado demais. Queríamos nos colocar logo a serviço das pessoas aqui… tem muita coisa pra fazer.

É engraçado, mas também perder a própria idéia faz parte desse trabalho “para os outros”. Se não se começa a fazer isso nas pequenas coisas, parece que qualquer coisa que fazemos perde em genuidade.

As 16h vêm alguns voluntários locais com os quais tentaremos entender o que fazer nos próximos dias aqui.

29 dias no país do Tsunami- Parte 15

Depois de esperar um pouco, entramos no navio que nos levaria a Nias. Não poderíamos esperar um lugar tão bom.

O navio, no inicio parecia estranha, superlotada, perigosa, mas quando entramos no nosso quarto, quase não acreditávamos: duas camas (com colchão) maravilhosas. O “miltiplo” (mil vezes recompensável) depois de uma viagem de carro tão cansativa.
Chegando em Nias...
Chegando em Nias…

Fomos imediatamente descansar e ali ficamos até hoje cedo, quando finalmente chegamos em Nias.

Uma visão fantástica…. a praia… tudo. Parecia que estávamos chegando em um pequeno paraíso.
Vista matinal do alojamento das irmãs franciscanas
Vista do alojamento das irmãs franciscanas
Fomos para os nossos alojamentos. Uma bela casa de irmãs franciscanas que acolhem todos os voluntários que vêm à ilha. O quarto é maravilhoso e a visão inesquecível.

Tomamos banho (aos moldes indonésios) e depois fomos conhecer a cidade.

Impressionante.

Não acreditava naquilo que meus olhos viam. Uma cidade toda destruída pelos terremotos. Casas, escolas, tudo “no chão” o parcialmente arrasado.

Primeiro contato com a destruição

Primeiro contato com a destruição

Foi o meu primeiro contato com a destruição daquele país e me veio uma grande tristeza pensar quais perspectivas teriam os sobreviventes num lugar extremamente pobre como aquele e me dou conta do quanto terei que trabalhar aqui.

Voltando para os alojamentos fico pensando no que vi, enquanto espero o almoço.

29 dias no país do Tsunami – Parte 14: um banheiro diferente

O primeiro banho a gente nunca esquece

O primeiro banho a gente nunca esquece

Imagine-se do outro lado do mundo.

Depois de ter viajado 11 horas de avião, sofrido com comidas no mínimo estranhas em um país vizinho. Chegado num país com outra cultura, dormido a primeira noite da vida no chão e enfim, ter viajado embaixo de um calor de 40 graus, por 10 horas. O que você mais iria querer pra relaxar?

Um bom banho.

Foi a primeira coisa que pensei assim que chegamos a Sibolga. Cumprimentei os muitos familiares de Ponty e logo perguntei onde poderia tomar um banho.

Entramos numa espécie de Bar e, ao fundo, meu amigo me mostrou uma portinha e disse que ali poderia me lavar. Peguei minhas coisas… toalha, sabonete… estava feliz, finalmente poderia tomar uma bela ducha, mas assim que entrei no banheiro, levei um bom susto.

Os azulejos de um vermelho escuro cobriam o chão do local de paredes brancas, bem sujas. Um buraco no chão em que eram feitas as necessidades fisiológicas e a minha direita, um grande tanque com água parada e uma vasilha.

Demorei alguns segundos para entender que seria ali e daquela maneira que deveria tomar banho. Após os segundos de asco pessoal tomei coragem e fui me despindo.

Ensaboei-me procurando estar atento aonde pisava, era uma sensação nova, estranha, curiosa e, por que não, “de aventura”.

Com o corpo ensaboado, mergulhei a bacia naquela água turva e comecei a me lavar. Naquele momento já estava até me divertindo. A água renovava também o meu espírito e a minha vontade de estar ali para me doar aquelas pessoas.

Meus pudores ocidentais começavam a se desfazer a cada “baciada d’água”. Era como um batismo necessário para quem quisesse mergulhar profundamente na pobreza e na dor daquele povo que encontraria na ilha de Nias.

Saí do banho sorrindo, contente e pela primeira vez, naquele país, redescobri o verdadeiro sentido de “estar na essência das coisas” e não me deter nas dificuldades vãs.

Só que essa era só a primeira delas…

29 dias no país do Tsunami – Parte 13: Em direção à Nias

Cobra no café a lá Indonésia

Cobra no café a lá Indonésia

As 6:30h partimos com a pickup…

Depois de uma noite difícil, com os pernilongos e o chão duro (Todo o período em que estive na Indonésia dormi chão) tivemos que viajar dez horas de carro até a cidade praiana em que pegaríamos a balsa para Nias.

Foi uma viagem incrível que começou na cidade, cheia de pessoas, sem sinalização alguma, quase como a periferia de São Paulo e depois nas montanhas que fazem parte de uma cadeia da Ilha de Sumatra.

Claro que, antes de sair da cidade, paramos para mais um café da manhã oriental. Agora um pouco diferente. Com frutos do mar, mas também arroz, pimenta e uma deliciosa COBRA!! Isso mesmo: COBRA!!!

Porém, na Indonésia, um dos meus problemas acabaram: o de me sentir obrigado a comer o que não gosto. Na hora que vi o pessoal se servindo chamei o Ponty de lado e pedi que ele providenciasse pão, leite, algo o mais ocidental. Rsrsrs

No caminho rumo a Sibolga

No caminho rumo a Sibolga

Chegando quase em Sibolga (cidade praiana) nos deparamos com uma paisagem paradisíaca. Lagos, cascatas, muito verde e uma parada para comer “indonesian food” e tirar fotos.

Realmente me senti muito bem nesse país… com o clima, as pessoas, a simplicidade das coisas e sobretudo estando com Ponty me sinto mais livre.

As 16:50h chegamos à Sibolga, suadíssimos e cansados.

Encontramos muitos familiares de Ponty que nos esperavam e em uma espécie de bar, tomamos banho pela primeira vez naquele país, mas paro por aqui, porque quero reservar um tópico só para esse acontecimento.

29 dias no país do Tsunami – Parte 12: Chegando na Indonésia

Eugenio, eu e Giuseppe com a faixa de Salamat Datang

Eugenio, eu e Giuseppe com a faixa de Salamat Datang

As 19:20 eu, Giuseppe e Eugênio pegamos o avião pra Medan, capital de Sumatra, a grande ilha indonésia.

A Silk Airlines, companhia aérea de Singapura é belíssima e a viagem de uma hora passa rápido.

Chegando na Indonésia, pagamos pelo nosso visto e pegamos nossas malas.

Quando saimos do aeroporto encontramos Ponty que estava nos esperando. Realmente um dos momentos mais fantásticos vividos longe de casa. Reencontrar um irmão depois de tanto tempo. Nos batemos, abraçamos… uma grande festa.

Senti realmente a potência que um relacionamento em Deus produz nas pessoas, algo que permanece por toda a vida.

Depois entramos no carro em direção a casa em que dormiríamos uma noite. Ficamos estarrecidos com aquilo que vimos… as ruas, as pessoas, tudo harmônicamente organizado de acordo com a exigência local.

Chegando naquela casa os jovens do Movimento nos esperavam com colares, flores e uma faixa com os dizeres Salamat Datang (bem vindos). Foi maravilhoso perceber esses irmãos que se encontram em todo lugar que vamos.

Após nos apresentarmos, ficamos algumas horas com eles e agora vamos dormir, porque amanhã, as 7h viajamos para Nias.

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