As 17h… FUTEBOL! Estava morto para jogar mas com o incentivo dos meus companheiros de viagem fiquei pelo menos um pouco com as crianças.
Depois fomos para a praia e essa experiência ficará marcada para sempre nas minhas recordações.
Imagine um dia de trabalho duro… sob um sol de 40 graus, depois de viajar umas 10 horas.
Suado, cansado, ao saber que iríamos para o mar, fiquei feliz demais, afinal de contas, nem sabia se naquele lugar haveria água limpa para tomar banho…
Junto com os trabalhadores que estiveram conosco todos os dias fomos caminhando até a tal “praia”, mas há alguns quilômetros de distância, comecei a sentir um cheiro terrível de esgoto. Quanto mais nos aproximávamos, mais o cheiro aumentava.
Chegando naquele que era, antes do Tsunami, um porto para desembarcar pesqueiros, fiquei abismado e disse comigo mesmo “Não vou nadar nesse lugar nem a pau”.
Quando terminei essa frase dentro de mim… meus colegas italiano e ingleses já haviam tirado o tênis e se jogado no mar. Segundos de desespero tomaram conta de mim. Todos gritavam me chamando… me olhavam… “não poderia fazer essa “desfeita” com o convite”.
Aqueles minutos tirando o tênis, as meias, foram os mais longos da minha vida… queria chorar, correr, mas não, ali podia só mergulhar, naquelas águas turvas, certamente cheia de impurezas perigosas, porque não com corpos no fundo? Mas, mais que isso, nadar com aquelas pessoas era mergulhar na realidade dura que meus irmãos indonésios estavam vivendo.
Tampei a boca e, ao pisar na areia, me enojei com o lodo que passava entre os meus dedos e decidi: vou nadar até não dar mais pé… e foi o que fiz…
Depois foi tranqüilo… passamos 30 ou 40 minutos nadando, brincando com aquele pessoal, as crianças. Estar com eles é sempre formidável. Acredito que esse nosso tentar ser um deles foi bem entendido.
Voltando para casa fomos nos perguntando se teríamos um lugar onde poderíamos tomar banho… e claro… até aqui Deus foi bem generoso. Depois do banho com água limpa, fomos jantar.