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29 dias no país do Tsunami – Parte 19: Um mergulho inesquecível

 

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Você nadaria aqui? Eu nadei!

As 17h… FUTEBOL! Estava morto para jogar mas com o incentivo dos meus companheiros de viagem fiquei pelo menos um pouco com as crianças.

Depois fomos para a praia e essa experiência ficará marcada para sempre nas minhas recordações.

Imagine um dia de trabalho duro… sob um sol de 40 graus, depois de viajar umas 10 horas.

Suado, cansado, ao saber que iríamos para o mar, fiquei feliz demais, afinal de contas, nem sabia se naquele lugar haveria água limpa para tomar banho…

Junto com os trabalhadores que estiveram conosco todos os dias fomos caminhando até a tal “praia”, mas há alguns quilômetros de distância, comecei a sentir um cheiro terrível de esgoto. Quanto mais nos aproximávamos, mais o cheiro aumentava.

Chegando naquele que era, antes do Tsunami, um porto para desembarcar pesqueiros, fiquei abismado e disse comigo mesmo “Não vou nadar nesse lugar nem a pau”.

Quando terminei essa frase dentro de mim… meus colegas italiano e ingleses já haviam tirado o tênis e se jogado no mar. Segundos de desespero tomaram conta de mim. Todos gritavam me chamando… me olhavam… “não poderia fazer essa “desfeita” com o convite”.

Aqueles minutos tirando o tênis, as meias, foram os mais longos da minha vida… queria chorar, correr, mas não, ali podia só mergulhar, naquelas águas turvas, certamente cheia de impurezas perigosas, porque não com corpos no fundo? Mas, mais que isso, nadar com aquelas pessoas era mergulhar na realidade dura que meus irmãos indonésios estavam vivendo.

Tampei a boca e, ao pisar na areia, me enojei com o lodo que passava entre os meus dedos e decidi: vou nadar até não dar mais pé… e foi o que fiz…

Depois foi tranqüilo… passamos 30 ou 40 minutos nadando, brincando com aquele pessoal, as crianças. Estar com eles é sempre formidável. Acredito que esse nosso tentar ser um deles foi bem entendido.

Voltando para casa fomos nos perguntando se teríamos um lugar onde poderíamos tomar banho… e claro… até aqui Deus foi bem generoso. Depois do banho com água limpa, fomos jantar.

29 dias no país do Tsunami – Parte 18: Chegando em Lahewa

Carregando muita areia durante a terraplanagem

Carregando muita areia durante a terraplanagem

Hoje vivemos um dia incrível.

Acordamos cedo e viajamos até Lahewa, um paraíso perdido no meio da ilha de Nias.

Durante a viagem era incrível ver a beleza do lugar contrastada com a pobreza e a destruição do Tsunami.

Depois da viagem difícil de duas horas chegamos e fomos acolhidos de maneira incrível. Um lanche e fomos logo trabalhar.

Tem um enorme terreno para limpar, terraplanar, para a construção de uma escola. Ficamos por meia hora trabalhando ali, sob o sol forte. Foram os 30 minutos mais longos da minha vida. Machuquei as minhas duas mãos com a enxada (as mãos dos ocidentais mostram a fragilidade física da nossa cultura), mas dentro de mim estava muito contente de, pela primeira vez, poder suar por aquele povo.

Temos muito o que fazer. Está mesmo tudo destruído por conta do Tsunami e do terremoto que aconteceu três meses depois.

À tarde continuamos a trabalhar na terraplanagem do terreno. Fiquei muito cansado, mas também impressionado em ver tantas crianças trabalhando ali, na reconstrução do próprio vilarejo… bem pequenos, mas fortes.

(As crianças do vilarejo de Lahewa iam para a escola todas as manhas e à tarde trabalhavam junto com os adultos na reconstrução do que foi destruído pelas catástrofes naturais)

Mãos trabalhadoras...

Mãos trabalhadoras…

29 dias no país do Tsunami – Parte 17: Preparando-nos para a missão em Nias

Momentos de reflexão pré viagem!

Momentos de reflexão pré viagem!

Antes da chegada dos voluntários, (que na verdade eram os responsáveis pelos trabalhos da Caritas em Nias) vieram alguns amigos luteranos de um dos nossos acompanhantes. Conversamos com eles, contamos um pouco quem éramos e porque estávamos ali. Um momento especial onde pudemos doar o Ideal da Unidade, mas principalmente conhecê-los.

Ao final eles nos perguntaram se era possível estar conosco aqueles dias e vimos juntos que seria ótimo. Então, a ideia é sairmos amanhã com um primeiro grupo as 7h para uma pequena cidade, mais ou menos três horas de distância. Ficaremos lá até sábado a noite ou domingo.

Agora entendo o porquê Deus nos fez descansar nesses dias, a aventura começa amanhã.

Depois do encontro com aqueles jovens fui com Ponty descarregar algumas das fotos que já havia tirado, na casa de um amigo seu. Além dele estava toda a sua família e enquanto esperávamos copiar as fotos em cd, tocamos e cantamos. Eu cantei algumas músicas em português e logo se estabeleceu um clima de festa.

Gosto demais do povo indonésio. Sempre contentes, abertos… me sinto em casa e com uma vontade imensa de ficar aqui, vivendo com eles.

Amanhã começa a verdadeira aventura… ao menos no quesito “suor”.

29 dias no país do Tsunami – Parte 7: As reflexões continuam

Do outro lado do mundo o céu é mais azul, pois existe tempo de notá-lo

Do outro lado do mundo o céu é mais azul, pois existe tempo de notá-lo

Continuação da história começada na parte 6:  http://vartzlife.wordpress.com/2009/05/21/uma-experiencia-na-experiencia/

(…)

Tudo era especial, novo. Assim fomos juntos para começar uma grande aventura.

(…)

… Chegando na Europa, Amsterdam, capital holandesa.

Decidimos dar uma volta pelos arredores do aeroporto e claro, como se fosse possível que aconteçam “causos” com grande parte de viagem turística, vivemos uma situação inusitada, com um jovem, todo metido a “malandrão” que vinha nos oferecer um saquinho com ervas, verdes… maconha “da boa” segundo ele.

Depois de alguns momento de tensão, seguidos de brincadeiras e risadas, decidimos voltar para o interior do aeroporto e dali há algumas horas já estávamos viajando para a Itália.

No aeroporto de Roma, uma van estava nos aguardando e de lá fomos diretamente para Castelgandolfo, cidade na região dos Castelos Romanos em que está localizado o centro de convenções do Movimento dos Focolares.

Entregues aos nossos alojamentos eu e Fernando (pois as meninas foram para um outro local) nos surpreendemos com nossos companheiros de quarto: dois italianos da região de Trento, norte da Itália, engraçadissimo e bem interessados em interagir com a gente.

Não sabíamos nada além de “grazie”, “buongiorno” e outras expressões que todo mundo aprende nesses novelas temáticas da televisão brasileira, mas isso não foi sequer um problema para esse começo de intercâmbio cultural…

(…)

Terminei de escrever esse capítulo da minha chegada na Europa sentado olhando o mar do oceano índico. Estava do outro lado do mundo e imaginava: o que será que os meus amigos estão fazendo agora?

29 dias no país do Tsunami – Parte 17: Retorno

Fiz essa poesia durante a viagem…

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Retorno

Tenho medo de perder

de deixar,

E mesmo amando o recomeçar

Somos apegados ao ter

Se tenho que doar com alegria

Quero aprender de cor

Não quero perder tempo

Porque tenho uma vida só

O meu medo é acordar do sonho

Vendo que todas as minhas mudanças

Eram sussurros do momento

Por isso procuro viver bem cada instante

Fazendo com que o medo

Não me impeça de fazer bem minha parte

E principalmente acreditando

Que Deus vai me dar a esperada graça.

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