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29 dias no país do Tsunami – Parte 33: Rumo à Banda Aceh

Existem algumas experiências particulares que fazemos durante a nossa vida que de certa forma ficam marcadas, pela profundidade ou pela estranheza.

Uma dessas experiências estranhas eu vivi  em Aceh, naquela noite em que chegamos na cidade.

Depois de comer bem, afinal de contas sentia um certo merecimento depois de quase doze horas de viagem com Ponty dirigindo pelas estradas de Sumatra, no caminho de Medan à cidade que sofreu com os catastróficos Tsunamis de dezembro passado.

Mas enfim, depois daquela “buonissima” refeição no KFC fomos a um mercadinho comprar algo que não havia entendido o quê.

Estranhei ao ver Ponty cochichar algumas palavras no ouvido do vendedor e tive um lapso de medo ao pensar o que ele poderia tera pedido (Ponty sempre foi imprevisível).

Depois de alguns minutos o vendedor chegou com passos apressados e um saco preto na mão que em alguns segundos já estavam no porta-malas do nosso carro.

O que será que tinha nele? Preferi parar de pensar!

No caminho para casa Ponty começou a explicar que estávamos em uma cidade di tradição muçulmana e que teríamos de ter alguns cuidados especiais para respeitar aquele ambiente.

Foi interessante ouvir tudo aquilo. Saber que a Indonésia era o país mais muçulmano do mundo e fazer o esforço cultural de entrar em um ambiente que não estava acostumado.

De qualquer forma continuava curioso em saber o que havíamos comprado com tantos cuidados.

Chegamos em casa, Ponty tirou cuidadosamente o saco preto do porta malas, levou até a mesa da cozinha da casa em que estávamos hospedados e quando abriu…

… Um susto e muitas risadas!

Aquilo que havíamos comprado ilegalmente, no contexto muçulmano, eram somente algumas garrafas de cerveja.

[vidaloka] Istituto Universitario Sophia depois de dois meses

A imersão na vida de estudo me fez descobrir o prazer existente numa vida à sós, não tanto na sua totalidade, mas no contemplar a pergunta existencial que passa pelo exercício quotidiano (e na solidão) de concentração racional, de meditação sobre aquilo que se aprende, mas que a resposta e o sentido é só possível encontrar no relacionamento, na vida com o próximo e em/com Deus.

No início tive muita dificuldade em acreditar na possibilidade de encontrar Deus por trás do pensamento teórico. Aqui entendi que o que vale não é a Teoria, mas a TEORÉTICA, que vai além dos modelos simplesmente teóricos que se auto justificam, mas que não incorporam o imprescindível interesse no agir. Aqui se busca uma vida de pensamento, relacionada ao exercício de partilha, de reciprocidade.

Mas mesmo havendo consciência dessa nova realidade não conseguia superar o limite pessoal de não encontrar uma resposta concreta que tornasse interessante, prazeroso o estúdio. Não havia nada que mi doasse aquele sentido de divino, de realização pessoal, que encontrava sobretudo (e talvez exclusivamente) nos relacionamentos.

Perceber que era justamente ali, escondida nessa paixão (incontrolável) pelos relacionamentos, que o estudo me impulsionava a encarar novas etapas, novos desafios, me ajudou a entender que poderia, enriquecido por uma consciência teórica amadurecida, iluminada, levar uma luz mais límpida as pessoas.

Dessa forma, estudar não era simplesmente um encontrar respostas aplicáveis que servem somente à minha vida, à minha felicidade. Deixava na outra margem do rio a instrumentalização do saber, que de maneira niilista rouba o sentido unitário das coisas e faz com que o amor ao saber se transforme em produto descartável, que se serve para mim uso até que não serve mais e depois jogo fora.

Não, na experiência de estudo que faço em Sophia o saber é luz verdadeira quando vivido na dinâmica trinitária do ser, tantas vezes, silencio, escuta, mas outras tantas, palavra, comunhão. Dessa relação verdadeira, profunda, O Espírito, a Luz, ilumina a teoria e faz nascer dela o Deus que existe em si.

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O meu caminho teórico, então, é aprender a fazer as perguntas certas (a mim mesmo e ao pensamento que estudo), porque somente assim é possível chegar aonde se quer, ou melhor, onde é preciso chegar, fazendo minhas as palavras de Agostinho: “Procuramos aquilo que temos que encontrar e procuramos aquilo que já encontramos”.

Ma le domande portano sempre qualcosa di dolore, perché spesso le domande giuste ci portano a delle risposte che non volevamo trovare, per paura, per egoismo. Ma è  un cammino che ci si deve passare. E che, personalmente, posso dire che vale la pena!

Mas as perguntas geram sempre uma certa dor, porque quase sempre as perguntas certas nos levam a respostas que não gostaríamos de encontrar, por medo, egoísmo. Mas é um caminho que precisamos atravessar. E que, pessoalmente, posso dizer que vale à pena!

[vidaloka] Sophia dopo 2 mesi!

L’immergermi nella vita di studio mi ha fatto scoprire il piacere d’una vita sola, non tanto nella sua totalità, ma nel contemplare la domanda esistenziale personale che passa attraverso l’esercizio quotidiano (e di solitudine) di concentrazione razionale, di meditazione su ciò che si impara, ma che la risposta (il vero senso) può solo essere trovata in rapporto, nella vita con il prossimo e in/con Dio.

All’inizio facevo fatica in credere nella possibilità di trovare Dio dietro la teoria. Qui ho capito che ciò che vale non è essa ma la “TeorEtica”, che va oltre i modelli teoretici di auto giustificazioni in cui manca l’imprescindibile interesse nell’agire. Qui si cerca una vita di pensiero vincolata all’esercizio di condivisione, reciprocità.

Ma, pure consapevole di questa nuova realtà, non ero ancora in grado di trovare una risposta che rendesse bello, piacevole, lo studio. Non avevo nulla che mi portasse quel senso di divino, di realizzazione personale, che trovavo soprattutto (e magari esclusivamente) nei rapporti.

Rendermi conto di che era proprio lì, nascosto in questo “innamoramento” dai rapporti, che lo studio mi proponeva nuovi salti, nuove sfide, mi ha permesso di capire che potevo veramente avere la ricchezza di una conoscenza teorica maturata, illuminata, per così portare una luce più limpida alle persone.

Allora, studiare non era semplicemente un trovare risposte applicabili soltanto alla mia vita, alla mia felicità. Lasciava dall’altra riva del fiume la strumentalizzazione del sapere, che di maniera nichilista toglie il senso unitario delle cose e fa con che l’amore al sapere diventi prodotto “usa e getta”, che se serve per me lo tengo fino a quando non serve più e dopo lo butto via.

No, nell’esperienza di studio che faccio a Sophia il sapere è vera luce quando vive nella dinamica trinitaria di essere spesso silenzio, ascolto, ma altre volte parole, comunione. Da questa relazione vera, profonda, Lo Spirito, la luce, illumina la teoria e fa emergere Iddio che esiste in essa.

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Il mio cammino teorico, allora, è imparare a fare le domande giuste (a me stesso ed al pensiero che studio) perché soltanto così si arriva dove ci si vuole, anzi, dove ci si deve arrivare, facendo mia le parole di Agostino: “Cerchiamo ciò che dobbiamo trovare e cerchiamo ciò che abbiamo trovato”.

Ma le domande portano sempre qualcosa di dolore, perché spesso le domande giuste ci portano a delle risposte che non volevamo trovare, per paura, per egoismo. Ma è  un cammino che ci si deve passare. E che, personalmente, posso dire che vale la pena!

29 dias no país do Tsunami – Parte 32: Amigos pernilongos

Como poderia contar às pessoas tudo aquilo que vivi hoje?

Depois de tentar dormir com uma infinidade de pernilongos que mi picavam durante toda noite partimos em direção à Banda Aceh.

Chegamos em uma pequena vila e ajudamos os moradores na construção de barcos e pela primeira vez avistei o mar do Tsunami.

Tenho que admitir que imaginava ver uma situação mais catastrófica, cenas de verdadeira destruição, mas não, felizmente aquela região não sofreu tanto com as ondas gigantes. Tudo ainda era muito verde e bonito.

A grande aventura, na verdade, foi entrar nos barcos que ajudamos a construir e fazer um passeio, depois de ter participado de um verdadeiro banquete que foi preparado para nós.

Em seguida pegamos de novo a estrada e viajamos em direção à Banda Aceh, a capital da província.

Depois de uma longa e muito perigosa viagem com Ponty chegamos e fomos diretamente à Igreja para assistir à missa. Foi realmente um momento especial poder receber a Eucaristia dois dias seguidos na Indonésia.

Após a missa fomos comer no famoso KFC local. Há muito tempo não comia tanto… dois “chicken burgers”, batata frita, Pepsi e sorvete.Tudo ENAK (“delicioso” em Bahasa).

Agora estamos em casa, alugada pela comunidade dos Focolares. Muito bonita e grande. Tomamos banho e agora vamos dormir.

[vidaloka] Dinâmica da vida e estudo

Já começaram as aulas no Instituto Universitario Sophia há mais de um mês, mas só agora parece que começo a me dar conta da dimensão que tem a experiência universitária da qual faço parte.

Por muito tempo procurei algo que me proporcionasse um desenvolvimento intelectual que pudesse não só permitir um crescimento pessoal, mas que me levasse a encontrar respostas mais “gerais”, caminhos comunitários que servissem de resposta (ou caminho) para um mundo tão desigual.

“Viver aquilo que se entende e entender aquilo que se vive”. Não basta só se enfurnar nos estudos, ser um erudita (pois intelectual não tem relação direta com “alguém que estuda”), ter um coração cheio de boas intenções e projetos de “conquista do mundo” e não viver concretamente pelas pessoas, não ser capaz de lavar os pratos, limpar um banheiro e, por outro lado, não basta ser um “operário” que faz, faz, mas não consegue refletir sobre o sentido profundo de cada coisa. Não! A máxima que inicia essa frase explica justamente aquilo que podemos experimentar em Sophia. ESTUDO E VIDA!

Claro que, diante de uma proposta que é maior que a nossa humanidade, os nossos limites, acaba sendo difícil não se sentir incapaz. Mas aqui é a vida de comunidade que ilumina os dois aspectos e é a abertura à experiência que permite que, aos poucos, ela se plasme na vida cotidiana até que um se dá conta da maravilha e o privilégio de estar aqui.

Vejo que a experiência em Sophia tem relação direta com a minha vida. Opera também no meu coração, naquilo de mais valioso que acredito, vivo, dando um outro tom, mais maduro, pensado, e porque não, MAIS VERDADEIRO.

Em menos de um mês começarão as provas, todas orais. Outra nova experiência para um estudante tão pouco acostumado ao “alto nível” de aplicação que o mestrado aqui vem me proporcionando… mas estou tranqüilo… tentando fazer a minha parte… estudando e vivendo pelos outros. Uma sensação indescritível.

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