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Jovem brasileiro é o que tem mais esperança no futuro

O Brasil é o país em que os jovens têm mais esperança no futuro. A conclusão é do Instituto Gallup World Poll, que pesquisou o chamado “índice de felicidade presente e futuro” em 132 países, e foi divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).A reportagem é de Pedro Dantas e publicada no jornal O Estado de S. Paulo, 03-09-2008. O tema também é destaque do jornal O Globo, 03-09-2008.

De acordo com o estudo, apesar de viver no País que ocupa a 52ª posição em renda per capita do mundo, o brasileiro de 15 a 29 anos é o jovem mais otimista quando pensa em sua vida daqui a cinco anos. Os jovens foram questionados sobre como classificavam sua expectativa em relação ao futuro na escala de zero a 10. A média dos jovens brasileiros ficou em 9,29, superando o otimismo dos norte-americanos (9,11), que ficaram em segundo lugar, seguidos pelos venezuelanos (8,87), franceses (8,78), dinamarqueses (8,78) e canadenses (8,0).

Na população até 80 anos, os brasileiros também estão em primeiro lugar em otimismo, com uma média de 8,29.

“Isso tem relação com o espírito brasileiro. Afinal, o Brasil é um país jovem e acreditar no futuro é ser jovem”, avaliou o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas Marcelo Néri. Ele ressalta que o otimismo pode ser resultado do crescimento da renda dos jovens, que, segundo o pesquisador, é conseqüência da maior presença deles no mercado de trabalho. Entusiasmado com os dados que mostram a evolução dos jovens no estudo e no trabalho,o pesquisador da FGV criticou o tratamento dado pela sociedade às pessoas nessa faixa etária. “Tratamos o jovem como problema quando ele é parte da solução.Agora, que superamos o desemprego, o momento é de qualificar essas pessoas para combater o apagão da mão-de-obra”, disse.

O pesquisador acredita que o momento favorável da economia estimula o otimismo entre a juventude. Segundo ele, mesmo durante o período de estagnação econômica de 1992 a 2006, os jovens entre 15 e 21 anos freqüentaram mais a escola e aumentaram a média de estudo em 3,1 anos. A média histórica era de um ano e meio de ano de estudo a cada 15 anos. A conseqüência do aumento da escolaridade, de acordo com Néri, foi que dos 1,6 milhão de empregos gerados com carteira assinada em 2007, 93% foram para jovens de até 29 anos. “Isso explica o crescimento de renda de 10,5 % anuais nos últimos quatro anos entre pessoas dessa faixa etária”, afirmou.

FELICIDADE HOJE

Os números da pesquisa parecem reforçar a crença de que o Brasil é o “País do futuro”. No ranking da felicidade presente, os jovens brasileiros despencaram para a para 53º lugar, após atribuírem nota média de 6,6 para a felicidade atual na escala de 0 a 10. Os jovens mais felizes do mundo são os israelenses , seguidos por holandeses e finlandeses. Entre os latino-americanos, os porto-riquenhos são os melhores colocados na ranking da alegria, com a quinta posição.

O índice de felicidade atual da população total, que inclui pessoas até 80 anos, eleva o Brasil para a 23ª posição. Costa Rica é o país latino-americano mais feliz na 18ª posição. De acordo com este ranking, os dinamarqueses são os mais felizes do mundo, seguidos por finlandeses, suíços, holandeses, canadenses e noruegueses.

A pesquisa aponta ainda que jovens e adultos das nações africanas são os menos felizes e mais pessimistas em relação ao futuro. A nação menos feliz seria o Togo, para a população até 80 anos. Os jovens mais tristes seriam os angolanos, seguidos pelos de Serra Leoa e do Iraque. Mergulhado em grave crise política, o Zimbábue aparece como o país onde jovens e adultos possuem menos esperança no futuro. Entre os jovens, os haitianos estão com o segundo lugar entre os mais pessimistas.

O RANKING DA FELICIDADE FUTURA*

OS MAIS OTIMISTAS

BRASIL
Venezuela
Dinamarca
Irlanda
Jamaica
Canadá
OS MENOS OTIMISTAS
Zimbábue
Camboja
Paraguai
Haiti
Bulgária
Etiópia
O RANKING DA FELICIDADE PRESENTE

OS MAIS FELIZES HOJE

Dinamarca
Finlândia
Suíça
Holanda
Canadá
BRASIL (está na 22ª posição)

OS MAIS INFELIZES HOJE

Togo
Benin
Chad
Camboja
Serra Leoa
Tanzânia
*A expectativa daqui a 5 anos

Fonte: Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, usando dados do Gallup World Poll e O Globo, 03-09-2008

Olimpíadas das mulheres do Brasil

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Um olhar concentrado e um sorriso. Segundos seguidos de passadas firmes e a festa por uma vitória conquistada com muita superação. O salto fantástico, 7,4m e o choro emocionado ao ouvir, pela primeira vez o hino brasileiro, no lugar mais alto do pódio em uma olimpíada.

Contrastes e momentos emocionantes. Finalmente uma brasileira, que treinou, sofreu e se superou em seu país, agora VENCEU. Uma mulher que viveu as dificuldades provenientes da falta de incentivo no esporte, que obriga os atletas do Brasil a se conformarem e se renderem ou lutarem.

A Olimpíada de 2008 pode ser considerada a Olimpíada das mulheres. Capazes de surpreender e não decepcionar, Maurren Maggi, no salto em distância; Marta e Cristiane, símbolos da equipe feminina de futebol e a judoca Ketleyn Quadros mostraram, respectivamente, o controle emocional, o amor e a dedicação, que faltaram a grande parte dos atletas da delegação brasileira na China.

Certamente essa olimpíada ficará marcada como um dos maiores fiascos entre os desempenhos de atletas brasileiros, por conta da expectativa herdada dos Jogos Pan-americanos do Rio. Mas, a festa de poucos momentos felizes, não será facilmente esquecida.

“Meu Deus, o que foi que eu fiz” disse Marta, minha nova “ídola” do futebol. Gosto de gente que joga com amor, com vontade, que quer ganhar a todo custo, com humildade, valorizando as adversárias, mas confiando na própria força.

As cenas da vitória de Maurren Maggi no salto em distância, a concentração e os gritos antes do salto, o choro ao ouvir o hino e o maravilhoso sorriso de “missão cumprida”, me emocionaram muito. Foi diferente de um contentar-me com os bronzes e as pratas, foi diferente da emoção após o desabafo do judoca Eduardo Santos, pois foi um desempenho vitorioso.

Derrotas ou vitórias, para nós, torcedores do Brasil, têm um significado relativo. Para uns pode ser motivo de muita alegria, para outros, pura alienação. Mas para os atletas é diferente. A vitória, a medalha de ouro, é, sobretudo, um presente a eles, pelo esforço, a superação e a alegria de fazer bem aquilo que gostam.

O esporte, em especial esses exemplos femininos, mostrou o verdadeiro valor da vitória para quem luta e o verdadeiro valor da luta para quem ama. Que esse mês, esses Jogos Olímpicos, fiquem marcados na história do esporte brasileiro como a Olimpíada em que as mulheres puderam mostrar que não basta força ou talento, é preciso AMAR o país, para ser brasileiro.

Balanço olímpico

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Teve gente que me chamou de pessimista, inexperiente, ingênuo.
Outros disseram concordar com a transmissão Global que produz sentimentos, que se transformam em pontos na audiência.
Mas no final, fica a vergonha.

E senão bastassem os fracassos no judô, boxe, basquete e na ginástica, temos que engolir uma goleada incrível da seleção masculina de futebol, contra os nossos arqui-rivais argentinos.
O que dizer diante disso tudo?
O importante é competir?

Deixo minhas conclusões para os amantes do esporte. Pessoas que praticam ou já praticaram alguma modalidade, que já competiram e sabem que a vitória não é um valor, mas uma compensação pelo trabalho realizado.

Pior que a participação brasileira nas olimpíadas só a transmissão da “grande mídia”.
O Stadão e a Rede Bobo não cansam de confundir os leitores misturando matérias esportivas, com outras de cunho político. Por mais que o esporte tenha sim sua abrangência em outras ciências, instrumentalizá-lo para denegrir o esforço chinês de produzir um grande evento, é uma lástima.

Já recebi umas dez correntes com “motivos para não assistir as olimpíadas” e acho que isso só serve para aliviar corações invejosos e pré – conceituosos.

Infelizmente a participação vergonhosa nos jogos olímpicos é a nossa realidade. Conseguimos (ainda) um certo destaque nos esportes coletivos, mas é muito pouco até em relação ao Cazaquistão.

E não venham usar como exemplo o campeão olímpico Cielo. Ele só nasceu no Brasil, pois mora nos Estados Unidos. Preparou-se todo tempo lá, poderia ter competido na equipe de 4X100m do super medalhista Michael Phelps, mais um Michael entre os americanos que faz historia.

Não sei o que dizer, mas o orgulho que tenho de ser brasileiro, nesta olimpíada, tem sido menor que a grande sensação de fracasso.

Por que o importante é competir? (corrigido por André Lima)

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Mais uma segunda. Daquelas longas e tristes, pois não se sente nem o descanso do final de semana, nem a alegria da sexta-feira. O cansaço tem se mostrado ainda mais presente na vida dos brasileiros nos últimos dias, por conta da transmissão dos jogos olímpicos, que, durante a madrugada, convida insistentemente os telespectadores a sacrificarem algumas horas de sono para ver os atletas competindo por uma desejada medalha.

Porém, para os brasileiros, essa não tem sido uma boa olimpíada. Mesmo com a maior delegação da história dos jogos (277 atletas), passados 10 dias do início da competição, o Brasil só conquistou 6 medalhas, sendo 5 bronzes e um ouro, inédito por sinal, com o “velocista” da natação, César Cielo.

Os números da olimpíada de Atenas em 2004 apontavam um desempenho superior, não só no número de medalhas, mas na quantidade de vezes que o Brasil esteve no topo do pódio (5), o que rendeu a 16ª colocação no quadro geral.

Até começarem os jogos olímpicos na China, o Brasil somava nas suas 19 participações em olimpíadas: 17 medalhas de ouro, 21 pratas e 42 bronzes, quantidade muito inferior ao desempenho de outras nações mais tradicionais, como os Estados Unidos e a China, que até agora, só nos jogos olímpicos chineses, já somaram 37 e 19 ouros, respectivamente.

Não se pode tirar o mérito e nem a glória dos “atletas do bronze” brasileiros, mas depois do desempenho nos Jogos Pan-americanos do Rio, em 2007, onde o Brasil conquistou 161 medalhas, sendo 54 ouros, os torcedores e principalmente a mídia, pareciam mais otimistas a respeito da participação brasileiras nas Olimpíadas de Beijing.

Victor Ribeiro, estudante de jornalismo da PUC-SP, vê claramente a diferença em relação aos dois eventos esportivos: “A nossa participação nos Jogos Pan-Americanos foi muito acima do esperado. Muitas medalhas, novos atletas, modalidades. Todo mundo ficou empolgado, achando que seria também muito bom o desempenho brasileiro na China. Mas não tem como compararmos o Pan às Olimpíadas. O nível do jogos olímpicos é muito mais alto“, falou o jovem.

Entre as maiores decepções na China, estão o basquete feminino e a equipe de ginástica. Enquanto uma mostrou garra e força de vontade durante o pré-olímpico, mas acabou conquistando somente uma vitória em 5 jogos disputados na Olimpíada, a outra era considerada umas das melhores equipes de ginástica do planeta, com os campeões mundiais Diego Hypolito e Daiane dos Santos, mas ambos passaram em branco, e nos restou torcer e nos maravilharmos com os recordes batidos e medalhas conquistadas pelo fenômeno estadunidense Michael Phelps, principal atração dos Jogos de Pequim.

Contudo, a jornalista da Gazeta Mercantil, Luciana Collet tem uma visão mais positiva da participação brasileira nos jogos chineses: “Chegou-se a comentar que alguns bons atletas brilhariam, como o Thiago Pereira e a Edinanci, entre outros nadadores e judocas, mas até agora vimos apenas poucas medalhas de bronze. Por outro lado, chegamos a uma final olímpica de ginástica artística, feito histórico para um País que não tem tradição nesse esporte. As meninas ficaram na pior colocação entre as finalistas, mas por que não comemorar o fato de terem desbancado outras equipes, com muito mais tradição? Além disso, nos esportes coletivos, em que costumamos ganhar medalhas, bem como no atletismo e na vela, as finais ainda não chegaram“.

O clima de otimismo produzido pela transmissão “Global” dos jogos olímpicos vem adquirindo um caráter dúbio. A exaltação das vitórias pessoais, mesmo sem medalhas, segue juntamente com o questionamento a respeito da impossibilidade de mostrar claramente o fracasso visível de grandes esperanças brasileiras de medalhas na Competição.

Enquanto imperar essa mentalidade de comemorar uma medalha de bronze o Brasil vai continuar sendo insignificante nos jogos olímpicos. A atuação do país é pífia e pra falar a verdade não me surpreende“, disse o também estudante de jornalismo da PUC-SP, João Pontes, sobre os jogos olímpicos e acrescenta: “Muitos foram iludidos com a campanha brasileira nos jogos Pan-Americanos, a mídia como um todo exaltava a natação brasileira, o “fenômeno” Tiago Pereira, a heróica vitória frente a nossos rivais argentinos no handebol, entre outras conquistas, mas o Brasil não tem a mínima estrutura esportiva, não existe investimento em nada, faltam quadras em milhares de escolas, faltam complexos olímpicos, as federações esportivas estão afundadas em crises e dívidas. Mesmo nesta conjuntura, por mais que existam méritos nessas conquistas de bronze, celebrar essas “vitórias” é se curvar diante da mediocridade olímpica brasileira“, argumenta o jovem.

Até o momento, o Brasil ocupa a 36ª colocação do quadro geral de medalhas da olimpíada chinesa, com Etiópia, Geórgia, Cazaquistão e Zimbábue em melhores colocações. Mesmo que o futebol e o vôlei masculino, questionados antes do início das olimpíadas, venham mostrando muito potencial e resultados surpreendentes, ainda é difícil crer que nenhum dos quase 200 milhões de brasileiros, tenha a possibilidade ou interesse em levantamento de peso ou luta greco romana, esportes menos tradicionais, que possibilitaram as boas colocações desses países considerados “pequenos”.

Ainda estão sendo procuradas algumas respostas para os questionamentos em torno do “fracasso olímpico” da delegação brasileira, especialmente porque os jornais dizem que algumas leis de incentivo ao esporte ajudaram diversos atletas que agora estão em Pequim.

O engenheiro da Petrobrás, Carlos Sebok argumenta: “Falta um pouco mais deste espírito esportivo em que o importante é competir! Lógico que o ideal seria conseguir com que o “alegrar-se com as vitórias dos outro”s fosse uma realidade, mas o mero fato de se alimentar o espírito esportivo é louvável pois, além desta questão, muito investimento se tem feito no país neste campo e algumas grandes conquistas foram conseguidas, mas não dá para ser imediatista neste campo! O mundo todo investe no esporte. O que faz alguém achar que nós somos mais do que o resto do mundo?”.

As opiniões divergem entre otimistas e realistas, assim, enquanto os jogos olímpicos vão acontecendo, é possível se contentar com a beleza das construções, as novas técnicas, os corpos esculturais, porque no quesito “torcida”, só mesmo com o espírito do “importante é competir”.

Importante é competir

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Mais uma quarta-feira, daquelas longas e tristes, pois não se sente nem o descanso do final de semana e nem a alegria da sexta-feira.

O cansaço tem se mostrado ainda mais presente na vida dos brasileiros por conta da transmissão dos Jogos Olímpicos, que durante a madrugada, convida insistentemente os telespectadores a sacrificarem algumas horas de sono para ver os atletas superando limites, muitas vezes difíceis de acreditar.

Porém para os brasileiros essa não tem sido uma boa olimpíada. Mesmo com a maior delegação da história dos jogos, até agora, o Brasil só conquistou três míseras medalhas de bronze.

Tudo bem, não podemos tirar nem o mérito e nem a glória de nossos “atletas do bronze”, mas juro que esperava um pouco mais dos brasileiros na competição.

Talvez as maiores decepções sejam no basquete feminino e na equipe de natação. Enquanto uma mostrou garra e força de vontade durante o pré-olímpico, a outra era considerada umas das melhores equipes da natação da história brasileira, mas ambas passaram em branco até agora e nos restou torcer e se maravilhar com os inúmeros recordes batidos pelo estadunidense Michael Phelps, principal atração nos Jogos de Pequim.

Claro, a equipe feminina de ginástica foi excelente. Até mesmo o futebol e o vôlei masculino, questionados antes do início das olimpíadas, têm mostrado muito potencial e resultados surpreendentes, mas, ainda se sente um gosto amargo na boca em ver que até o Cazaquistão está na nossa frente no quadro de medalhas.

Sim, é verdade que as vitórias vieram em esportes poucos expressivos, mas, posto que somos quase 200 milhões de habitantes, é difícil crer que nenhum de nós, brasileiros, teve a possibilidade ou interesse em levantamento de peso ou luta greco romana.

Não sei se é possível encontrar muitas respostas para os questionamentos que me vêem em torno desse “fracasso olímpico” da delegação brasileira, especialmente porque os jornais dizem que algumas leis de incentivo ao esporte ajudaram diversos atletas que agora estão em Pequim.

O que percebi nas provas que pude assistir é que sim, melhoramos muito o nosso desempenho em relação ao que pudemos fazer em outras olimpíadas, mas os demais países, principalmente os Estados Unidos, a China, além dos europeus e asiáticos, tiveram um aumento no potencial de disputa muito superior ao brasileiro.

Assim, enquanto os Jogos Olímpicos vão acontecendo, nos contentamos com a beleza das construções, as novas técnicas, os corpos esculturais, porque se for para torcer mesmo, só com o espírito do “importante é competir”.

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