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Vamos todos esquecer o Haiti

Demorei para esboçar um raciocínio, o menos emotivo possível, a respeito da catástrofe que estamos vivendo nos últimos dias, junto aos haitianos.

A notícia do desastre foi uma péssima “boas vindas” após 25 dias de descanso no Recife.

Claro que seria muito mesquinho, beirando a estupidez, reclamar meu desconforto diante da situação, por preferir ter chegado em São Paulo com ares mais tranqüilos.

Mas como não podemos fazer escolhas deste tipo, acabei precisando engolir, em doses homeopáticas, a desconfortante cobertura da imprensa desse que foi considerado pela ONU “um desastre histórico”.

Imediatamente coloquei-me a pensar nos desastres que venho observando desde o meu primeiro lapso de consciência. Na cabeça vinha… El Niño, Katrina, Etna e como esquecer do Tsunami?

Este último, pude ver com meus olhos a dimensão da catástrofe. Sim! Os estudos geológicos afirmam que aquela zona de choque entre placas tectônicas está sujeita a catástrofe como a que dizimou algumas regiões praianas, sobretudo a província de Aceh, em um dos pólos da ilha indonésia de Sumatra.

A porta voz da ONU, Elisabeth Byrs, disse estes dias em Genebra, na Suíça, que “nunca antes na história das Nações Unidas enfrentamos um desastre deste tamanho. Não é comparável a nenhum outro”.

Ler essa afirmação me incomodou… primeiro porque quase imediatamente vinham as recordações daquele mês vivido no sudoeste asiático, testemunhando a fragilidade do ser humano perante a natureza.

Depois, claro, porque desta vez estou aqui, sentado no meu computador, no conforto do meu lar, enquanto apodrecem milhares de corpos (já são estimados, provisoriamente 50.000 mortos, 250.000 feridos e 1,5 milhão de desabrigados).

Ta e aí? Devem perguntar os poucos interessados que chegaram até esse ponto da minha explanação. O que eu posso fazer?

Bem… sinceramente eu estou cansado de algumas coisas, mas principalmente em ver que grande parte da Imprensa, sobretudo A GRANDE, faz uma apuração tão desconfortante, tão absurda, que em vez de nos aproximar daquela realidade, em vez de concentrar esforços para fazer uma análise profunda desse acontecimento, procurando dar sentido para nós, brasileiros, fica constantemente mostrando números e números, situações de salvamento, mortos, confusão, transformando a catástrofe em fenômeno, quase um filme, enquanto lá, naquele país, existem histórias que terão um desfeche desolador.

Será que isso pode ser um motivo para continuar aqui sentado na minha cadeira, mais incomodado que sensibilizado com a situação desses nossos irmãos “americanos”?

Não sei.

Sei que um desastre tem a excelente capacidade de nos fazer esquecer outros. Já nem lembro mais com clareza o que aconteceu em Angra, no Ano Novo e aposto que grande parte das pessoas não sabe que, até agora, o número de mortos por causa da chuva, no Brasil, é já o dobro do ano passado (hoje morreram outras pessoas por conta de deslizamentos na Grande São Paulo)

Mas, na verdade, o que mais me preocupa é justamente essa distância que sinto do povo Haitiano. Convivi por um ano com um senhor daquele país… alegre, sorridente, como tenho no meu imaginário o povo da América Central.

Será que as pessoas sabem que no Haiti se fala Francês? Que o país conta com um pouco mais de 8 milhões de pessoas? Que tem dez departamentos (estados) e que é o país que rivalizou com o Brasil no Sec. XVII, junto com as Antilhas, no período da exportação de açúcar?

Bom… muitas coisas a respeito do país eu não sabia, não sei. Pior, provavelmente, daqui há alguns meses, como aconteceu no pós Tsunami, a maioria das pessoas não vai nem lembrar do que está acontecendo agora nessa ex colônia francesa.

Agora todo mundo se mobiliza, faz isso ou aquilo, dá dinheiro, mas não consigo imaginar se as pessoas têm noção de que, para recuperar um país de um desastre como esse, é necessário mais de uma década. Quem não vai esquecer disso?

Como fazer com que não vivamos tapando buracos, mas cuidando dos lugares por onde passamos? Como fazer com que as pessoas entendam que TODOS temos culpa desse terremoto, que é muita covardia dizer que é um fenômeno natural, enquanto diversos estudos mostram que grande parte das catástrofes podem ter origem no nosso modo de viver que vem ocasionando o “entediante” AQUECIMENTO GLOBAL?

Claro, ficar sentando aqui não vai resolver muita coisa, foi por isso que decidi escrever. Assim quem sabe podemos nos ajudar a não esquecer de que a solução começa em nós.

E aquele projeto ainda estará no ar por Laura Barile

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Laura Barile não é só uma garota formidável, uma amiga divertida e prestativa, é também uma grande profissional.

Lembro-me bem da primeira vez que conversamos e ouvi de sua boca um “eu não quero ser jornalista, mas quero fazer cinema”.

Quem diria que um dia estaríamos nos formando juntos, não no que ela sonhava, mas no tal jornalismo que ouvi, também da sua boca, no dia da apresentação do seu documentário um “eu gostei de me formar nisso”.

Fora esses detalhes, acho que vale a pena propagandear esse filme… longo como o meu, mas muito interessante, pois falas das inúmeras possibilidades da TV, pontuados por grande nomes da “indústria da imagem”.

Segundo ela … “O documentário apresenta uma reflexão sobre a possibilidade de qualidade na tv brasileira, a partir da atuação de duas produtoras da década de 1980: TVDO e Olhar Eletrônico”.

[vimeo=https://vimeo.com/23758205]

Luto palmeirense na dinâmica do perde-ganha

A vida é movida pela magia de um jogo de perde-ganha, apaixonante para quem gosta de jogar.

Somos lançados ao acaso dentro de um imenso tabuleiro e passamos grande parte do tempo tentando entender o que fazer para chegar a tal (desconhecida) linha de chegada.

Crescer é também um processo de compreensão complexa em que, se somos sábios, percebemos que não importa tanto as vitórias e as derrotas, elas se alternam de forma imprevisível, por isso o que vale mesmo é participar do jogo e também, hora concorrer, hora cooperar com nossos semelhantes.

Essas características da vida têm ligação direta com o jogo de futebol. Nele, cada time defende uma bandeira, uma tradição, uma história, valores próprios que diferenciam os “jogadores” durante as partidas.

É aí que está guardada a magia do futebol. Que gera paixão, sofrimento, alegrias que muitas vezes podem substituir fracassos e perdas, ou mesmo as dificuldades ainda insuperáveis na vida real de cada um.

Só que, como no universo real, somos livres para jogar da maneira que quisermos, até o ponto de poder também desistir do jogo. Suicídio, eutanásia são algumas das formas que o ser humano encontrou de “parar de jogar”, de desistir.

Sim, essa liberdade perante a própria vida é questionável, pois ninguém é completamente desconexo da realidade, e sair do jogo também transforma as jogadas das outras pessoas.

Mas, pior que decretar o fim da própria vida é destruir o jogo do próximo. Guerras, genocídios são presentes na historia da humanidade e, em certa maneira, no cotidiano em que estamos imersos guardadas as devidas proporções, claro.

Toda a tentativa de acabar com o jogo, tira completamente a magia dele.

É assim que me sinto hoje como torcedor do Palmeiras, amante do futebol.

Há tempos estava um pouco desmotivado com o esporte… pelo dinheiro envolvido, a corrupção, a violência, a falta de competitividade e identidade entre profissionais com o clube que defendem.

O futebol é uma escola de valores que incute a importância que existe em competir, lutar, do espírito de equipe, do coleguismo, do profissionalismo, do respeito ao outro, da humildade e tantos outros valores que o mundo real quase não consegue enxergar.

Mas, justamente naquilo que acho mais verdadeiro, genuíno nesse esporte que tanto amo, fui ferido ontem.

A atitude do flamenguista Obina e do Mauricio violaram toda a magia que ainda guardava pelo futebol. Me senti completamente desrespeitado como torcedor, como amante da bola, como ser humano.

Não dá para não me sentir envergonhado em ver o quanto somos capazes de destruir o jogo, os sonhos de um enorme grupo de pessoas, desvalorizar o trabalho de outras tantas, por não sabermos controlar os próprios impulsos.

Estou repensando a minha relação com o futebol depois do que vivenciei ontem… Foi a morte, o fim da magia, de algo que sempre acreditei.

Sofri menos quando o Palmeiras caiu para a segunda divisão, pois havia luta, havia magia na vontade de vencer. Ontem, houve um desprezo à história, aos valores e aos sonhos que existiam nessa grande e maravilhosa família palmeirense.

Estou de luto!

escrevo Logo existo – 50.000 visitas!!!

50.000

Não que essas marcas tenham um valor tão significante, principalmente se tratando de um cenário em que BLOGs e sites alcançam números muito mais expressivos. Escrevo, Logo existo – 50.000 visitas

Mas só de saber que essa enorme quantidade de pessoas parou, as vezes por engano ou mesmo curiosidade, para ler através da minha “lente” muitas das conclusões, experiências e sentimentos vividos, sinto um grande orgulho.

Durante esses 3 anos encontrei muitos amigos, outros que decidiram tornar-se “leitores” e receber diariamente as atualizações por email e vi que o eLe era uma desculpa à mais para construir relacionamentos, uma ponte entre pessoas que pensam diferente de mim, em muitos aspectos, mas que também se deliciam em conviver NESSAS diferenças.

Claro que ninguém lê tudo… afinal de contas, acho difícil alguém acompanhar esse meu anseio inescrupuloso de compartilhar a vida, mas isso pouco importa, afinal de contas a intenção e o estímulo que tenho e que me faz “tocar” o eLe até hoje é poder ser uma “ilha” de esperança, de um olhar otimista, em um mundo tão vazio de respostas.

Obrigado… simplesmente muito obrigado.

Você conseguiria solucionar a Crise Financeira?

jogo criseMuita gente sabe que ainda estamos em crise, mas não tem noção de como ela começou e porque gerou um colapso mundial.

Agora imagine que, além de entender todo o rolo, você pudesse solucionar o problema mundial.

“A pequena grande crise” é um jogo online onde você toma decisões estratégicas, com a consultoria de dois conselheiros (um tradicional e outro moderno), como presidente do Banco Central norte americano.

No jogo é você quem conduz a economia em reuniões, baixa na taxa de juros e liberação de verbas.

Quem se arrisca?

http://www.apequenagrandecrise.com.br/

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