Category: Co-agir com o mundo Page 19 of 38

O Espírito escolhe, os cardeais elegem

01-san-pietro-sotto-i-riflettori

Amanhã, 12 de março, no período da tarde, terá início um dos momentos mais importantes da Igreja Católica dos últimos 50 anos.

Enquanto a mídia internacional, baseada quase exclusivamente na opinião dos vaticanistas (jornalistas que cobrem os acontecimentos relacionados ao Vaticano), continua a especular nomes para o possível Papa, os 115 cardeais eleitores e elegíveis têm a missão de nomear um líder capaz de “se deixar” conduzir pelo Espírito que orienta a mais antiga instituição do planeta. O desafio é enorme porque essa inspiração faz uso de homens, pecadores, incapazes e, muitas vezes, ambiciosos e vaidosos.

Este momento histórico em que se encontra a Igreja Católica pode sim ser considerado dramático. As alas de cardeais conservadores e a dos progressistas precisam estar unidos para que o tal Espírito manifestado, seja, contudo, acolhido.

No século XX, o Concílio Vaticano II revolucionou o catolicismo, atualizando-o, ao menos na teoria. Este novo milênio exige que as mudanças propostas em 1965 sejam assumidas por toda comunidade eclesiástica, sobretudo o alto clero, para que a mensagem do Evangelho continue atual, revolucionária.

As especulações em torno do nome do Cardeal de São Paulo, Odilo Scherer, como próximo “sucessor de Pedro”, não parecem ter muito sentido. Três nomes, ao meu ver, são “fortes: o do cardeal austríaco Christof Schönborn, o do italiano Gianfranco Ravasi – ambos com 70 anos – e o do canadense, Marc Ovellet, dez anos mais jovem.

Mas, o que a comunidade leiga internacional – e os jornalistas – ainda precisa entender é que cabe ao Espírito Santo escolher o novo Papa. É também Ele a força capaz de dar vigor, inteligência, carisma, ao homem certamente limitado que será eleito.

A partir de amanhã o mundo olha com apreensão para o Vaticano e os católicos rezam para que o Conclave seja um momento de Deus, para que o Espírito Santo e os cardeais “trabalhem” juntos e o resultado dê os frutos esperados.

Lugar de “louco” é no manicômio


torcedor-mirim

O título pode parecer exagerado e a culpa do Corinthians, instituição, no episódio ocorrido na Bolívia, pode nem ser exclusiva. O fato é que as consequências do fanatismo corintiano denigrem, ainda mais, o futebol brasileiro.

Somado ao triste acontecimento na final da Copa Sul-Americana, envolvendo São Paulo e Tigre, a tragédia que tirou a vida do menino de 14 anos dá mais uma má impressão para o mundo de que, em matéria de respeito ao outro somos “Terceiro Mundo”, somos bárbaros.

Como comentou o Lance! “A Libertadores é a Copa do Vale Tudo. É a Copa da Impunidade. Das garrafas e pilhas lançadas sobre os jogadores na cobrança de escanteio aos ônibus depredados próximos aos estádios; dos tumultos em vestiários antes e depois do jogo, ao confronto de torcidas, tudo é visto como “normal”. Inclusive pelos clubes, e por parte da mídia. “Isso é Libertadores!”, quantas vezes você não ouviu essa expressão em tom ufanista?”

O pior de tudo, ao meu ver, foi ouvir a declaração do Sr. Mário Gobbi, presidente do Sport Club Corinthians, querendo se abster da própria responsabilidade pelo incidente. Uma vergonha.

No campeonato brasileiro do ano passado, no jogo Palmeiras x Corinthians, os torcedores palmeirenses, não os bons, os marginais, destruíram o estádio do Pacaembu. O clube, que nada tem a ver com isso (pois – usando o argumento do goleiro Cássio – não foram os jogadores que quebraram cadeiras e alambrados) foi penalizado com a perda de mandos e multa.

É assim que as coisas funcionam no futebol. As responsabilidades que envolvem o jogo são dos clubes. Ou todos irão querer uma “militarização” dos estádios? Se a PM, no caso do Brasil, é despreparada para lidar com qualquer pequeno conflito, imagina se dermos à ela a responsabilidade dentro dos estádios.

A única declaração que merece ser ouvida é a do lateral corintiano Fábio Santos. O único que colocou a vida acima de tudo, de maneira racional, humana.

O Corinthians e o San José devem ser punidos de maneira drástica. Ambos – não só o Corinthians – excluídos do torneio para servir de lição, pois futebol e violência, mesmo que não intencional, não podem mais caminhar juntos. Não dá pra tolerar esse tipo de coisa.

Não foi um “simples” ato de vandalismo, foi um crime, uma vida perdida. Tudo por conta de um fanatismo doente, tipicamente corintiano, que não diminui a grandeza (evidente) do clube, mas que precisa ser tratado.

Steve Jobs: gênio como qualquer ser humano e humano como qualquer gênio

biografia-steve-jobs-258x400

Steve Jobs;  Walter Isaacson; Cia. das Letras.

 

Acabei de ler a biografia autorizada de Steve Jobs e me apaixonei pela sua história.

Jobs não era gentil, bondoso e muito menos carismático, mas transformou o mundo, para melhor com a sua capacidade de unir ideias e pessoas para gerar bons produtos.

O autor e chará, Walter Isaacson, mostrou de maneira equilibrada e aparentemente verdadeira o quanto a genialidade pode ser usada para produzir avanços marcantes na sociedade.

Perfeccionismo doente, controle absoluto sobre todo o processo de produção e a necessidade de excelência e comprometimento cego de seus colaboradores. Três pilares fundamentais para o sucesso de Jobs e da Apple, hoje uma das empresas mais valiosas do mundo.

Na vida pessoal, menos brilhantismo. O grande “palco” aonde atuava o Steve Jobs “ser humano”. Com falhas graves, com a necessidade de ser perdoado, de recomeçar e perceber que não é nem um pouco melhor que seus iguais. Jobs era tão gênio como qualquer ser humano e tão humano como qualquer gênio da história da humanidade.

Fechei o livro com uma alegria estranha e a sensação de tê-lo conhecido pessoalmente, graças ao talento de Isaacson. Um livro recomendadíssimo para aqueles que gostam de biografias e são apaixonados por seres humanos especiais.

No respeito à diversidade

jorge f
Por Valter Hugo Muniz – Revista Cidade Nova – Agosto de 2012
Formado em psicologia e teologia, o português Jorge Manuel Dias Ferreira vive há muitos anos em Genebra, na Suíça, onde é o representante oficial de New Humanity (ONG do Movimento dos Focolares, que possui status consultivo no Conselho Econômico
e Social das Nações Unidas – ECOSOC). Contudo, essa não é a única tarefa que oferece a Ferreira a oportunidade de conviver com pessoas num ambiente multicultural. Como formador de professores pela Secretaria de Educação local, ele se depara com uma realidade que engloba jovens estudantes e pais originários de 147 países, que falam cerca de cem diferentes idiomas.
Qual é o seu trabalho na ONU?
Como representante de New Humanity, encontro-me atuante num espaço privilegiado para promover o mundo unido. Mantenho
contato com dirigentes de diversos setores das Nações Unidas, com representantes dos 193 países-membros e com dezenas de ONGs. Acompanho e procuro contribuir na defesa dos direitos humanos, por meio de intervenções escritas e orais que exprimem a fraternidade universal e a cultura do mundo unido.
E na Secretaria de Educação de Genebra?
Trabalho na formação dos professores e com os alunos e pais de diferentes países. A minha atuação visa favorecer a integração e o sucesso escolar dos alunos, promovendo a unidade de todo o sistema educativo no respeito à identidade e à diversidade cultural de cada um.
Pode citar alguma experiência mais significativa?
Nos últimos 24 anos atuei na orientação escolar e profissional de alunos estrangeiros e no acompanhamento de suas respectivas famílias, bem como na formação de professores. Contudo, posso dizer que uma das mais importantes conquistas obtidas foi o compromisso do Estado Suíço de que as crianças sem visto legal (clandestinas) terão acesso à escola pública, em conformidade com a Convenção sobre os Direitos da Criança, assinada pela Confederação Helvética. Outra iniciativa que destaco foi a criação, em 2009, com o apoio do Vaticano, do Fórum das Organizações Internacionais de Inspiração Católica, que reúne 25 ONGs e dão um testemunho de unidade no respeito à diversidade.
O que significam essas atividades profissionais profundamente ligadas a ambientes multiculturais?
Para mim esse trabalho significa servir, amar concretamente e colocar todo o meu ser, meus talentos, a serviço da humanidade. A prática da fraternidade universal e o engajamento na construção de um mundo unido são soluções verdadeiras para os problemas do mundo de hoje.

Consciência do preconceito com o negro

Faltam alguns minutos para o tal Dia da Consciência Negra acabar, mas não sei se ficou claro que, como o nome diz, é o dia da CONSCIÊNCIA e não o dia dos negros…

Essa diferença, aparentemente banal, diz muito do motivo e da BOA razão da data, que não se limita ao fato de termos mais um feriado nesse país.

A burguesia brasileira, essencialmente branca (pouco cabocla, mameluca ou mulata) é visivelmente ignorante a respeito de muito daquilo que está a mais de dois palmos dos seus olhos e por isso é necessário anualmente clamar uma renovada consciência.

Neste dia, como acontece na polêmica das cotas universitárias, o discurso não se limita simplesmente ao fato racial, pois todos sabemos que outras raças, como a dos imigrantes, por exemplo, também foram e ainda são exploradas e prejudicadas (bolivianos, peruanos..). Também as mulheres não têm os mesmo direitos que os homens e, aqui em São Paulo, os nordestinos são constantemente humilhados.

Não… o dia 20 de novembro não “festeja” o simples fato de alguém ser negro (ou não), mas o significado e as consequências históricas no Brasil de uma grande exploração de seres humanos. O dia das mulheres remete à luta das mulheres, mas relembra principalmente as 130 tecelãs que morreram carbonizadas em uma fábrica em Nova Iorque, por exigirem melhores condições de trabalho.

A dignidade da mulher, como a do negro, foi (e ainda é) historicamente negada e o preconceito ainda é vivíssimo na sociedade. Basta ver quantos negros se formam nas melhores universidades do país, basta contar quantos negros e mulheres são presidentes de grandes empresas ou ocupam importantes cargos políticos.

Conscientizar as pessoas ajuda a romper essas barreiras do preconceito. Hoje a dignidade da mulher parece mais reconhecida na sociedade, mas a dos negros ainda tem um longo caminho na nossa sociedade.

O preconceito no Brasil é travestido de um sarcasmo e de brincadeirinhas inconscientes, mas ele existe! Mas para enxerga-lo é fundamental que as pessoas tenham, antes de mais nada, consciência.

Page 19 of 38

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén