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Neymarzice global

neymar

Hoje, sem sombra de dúvidas, os dois maiores jogadores de futebol da atualidade falam uma língua latina. Lionel Messi e Cristiano Ronaldo duelam há, no mínimo, dois anos pelo prêmio de maior craque do ano. Mesmo que muitas pessoas tentem colocar os dois no mesmo patamar, números e títulos mostram que o “hermano de Rosário” é, certamente, duas vezes melhor que o lusitano.

As duas estrelas do futebol mundial duelam também no quesito “faturamento”.  Messi é o segundo e Ronaldo o terceiro, ficando, ambos, atrás do inglês David Beckham.

Olhando ambos os jogadores, analisando idade, conquistas (pessoais, profissionais e financeiras), é difícil acreditar que a Rede Globo insista em endeusar o jovem Neymar.

O menino é bom de bola? Sim. Tem potencial para ser um grande? Sim. Mas já é? Nem no mais fantástico sonho.

Neymar pode ser, talvez, considerado o melhor jogador brasileiro da atualidade, mas, em um contexto em que o futebol do país pentacampeão é cada vez mais coadjuvante, ser bom no Brasil não é lá grande coisa.

Contudo, toda vez que o garoto do Santos assovia, tropeça, boceja, a Globo faz uma matéria ou nota no seu site. E o pior… Fala do seu penteado, da namorada, das festas que frequenta, as fotos que “posta” nas redes sociais, mesmo que isso não tenha relevância social e, muito menos, acene ao que ele mais sabe fazer: jogar futebol.

A Neymarzice global é uma doença que se manifesta na falta de referências, ídolos, modelos, dentro e fora de campo. Por isso, quer construir, à força, um mito que não existe, ainda não está preparado e que é extremamente imaturo, como pessoa e jogador de futebol. Para exemplificar essa imaturidade, pode-se pensar no fato de Neymar ter sido pai tão jovem e, no aspecto futebolístico, não conseguir brilhar em partidas internacionais.

Neymar não é uma estrela, não é craque, não é modelo, mesmo que a Globo insista em afirmar ambos. Ele é só um menino, como milhares de outros, apaixonado por futebol, extremamente talentoso, mas que ainda precisa crescer muito e se descobrir pessoal e profissionalmente.

O Brasil é exemplo em quê?

domesticas

“O Brasil se tornou uma referência internacional em relação aos direitos dos trabalhadores domésticos, afirma a OIT (Organização Internacional do Trabalho)”.

A matéria da BBC, feita pela jornalista Daniela Fernandes, revela a ironia que existe entre a elaboração, sempre fantástica, das leis no Brasil e a aplicação prática das mesmas.

No país das emendas constitucionais está sendo agora exaltada a “PEC das domésticas”, uma medida justa, importante, mas que precisa ser respeitada e, sobretudo, fiscalizada.

O que pouco se diz, porém, é que a mesma OIT já tinha aprovado, em 2011, em Genebra, na Suíça, a convenção dando aos trabalhadores domésticos os mesmos direitos dos demais trabalhadores. Dessa forma, o Brasil, sendo signatário da organização, tem o dever de cumprir o que foi estabelecido, em português claro: o país não fez mais que a sua obrigação.

Toda vez que vejo o Brasil sendo considerado exemplo, sinto certo calafrio, pois, a realidade parece passar muito, mas muuuuuuuuuuuito mais longe do que a teoria. Isso não quer dizer que estou sendo pessimista. Muito pelo contrário. Tenho plena consciência de que a situação está melhorando muito, mas o caminho a percorrer é mais comparável à “maratona” do que uma “10k”.

Enfim, o tempo vai dizer o quanto esse importante avanço legislativo irá transformar em mais respeito e qualidade de vida para os trabalhadores domésticos, que na sua maioria, vêm de uma situação social menos privilegiada.

Até lá, continuemos no nosso devido lugar, pretendendo, sim, ser exemplo, mas, ao menos por enquanto, aceitando ser um país “cheio de boa vontade” de desenvolvimento.

Que a demência fracasse

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Uma imagem que sempre me pareceu curiosa é a da pesagem feita pelos lutadores de boxe (e agora, do MMA) antes de uma luta.

Aqueles dois brutamontes, olhando-se nos olhos, somente alguns centímetros de distância. A tensão e o desejo recíproco de intimidar são, na verdade, já o início do combate.

Essa mesma tensão da “encarada” do boxe tem aumentado, entre as duas Coréias, nas últimas semanas.

Com a iniciativa da Coréia do Norte, que sacramentou o fim das relações com a “irmã” do Sul, esse agravamento de crise, fez nascer em toda a comunidade internacional, o temor de que basta uma demência, para que a tensão se transforme em conflito no oriente.

A demência marcou a história da humanidade moderna… Hitler, Stalin e Slobodan Milosevic são nomes de dementes famosos, responsáveis pela morte de milhares de inocentes e justificadas por ideologias que submetiam o ser humano as ideias, sobretudo, racistas.

Hoje, o problema é maior pelas possibilidades nucleares. Assim, qualquer guerra entre duas potências colocam em alerta toda a humanidade.

Alguns especialistas acreditam que a Coréia do norte está blefando, na tentativa de conseguir um acordo de paz que respeite a sua soberania. Contudo, o que precisa ser sempre analisado, é que esse braço de ferro do poder político coloca seriamente em perigo os seres humanos.

De grandes proporções ou não, o conflito bélico não resolve as diferenças, mas elimina vidas, gera ódio e desejo de vingança. A paz é um valor a ser negociado, sem jamais excluir a importância de cada homem, mulher, criança…

Esperamos que a demência não sufoque os inúmeros avanços da racionalidade, que nos fez perceber “iguais” em direitos (e deveres).

Casos que destroem o que é a Família

familia

Ainda não me conformo com esses casos de família horrendos, em que os esposos se agridem ou até se matam. Pais que matam filhos, filhos que matam pais, namorados que se matam. Sinais escandalosos de que a principal célula da sociedade está no culmine da degradação.

Os casos Nardoni, Richthofen e, atualmente, Mizael e o do goleiro Bruno ganharam destaque na imprensa, mas, infelizmente, o que não é levantada, na maioria das vezes, é a dimensão social deles.

A mídia brasileira é (propositalmente?) superficial e não estimula a pensar o mal profundo que se esconde por trás desses acontecimentos. As consequências da desintegração da Família fragmentam alguns valores fundamentais para a vida em sociedade.

No Velho Continente, mais por conta do consumismo e do individualismo, que da violência, a perda de valores promovidos pela Família colocou a Europa em uma crise sem precedentes e aqui no Brasil, sem vergonha, estamos rumando para o mesmo triste caminho.

É um absurdo aceitar passivamente a destruição da Família. Concebê-la sem pai nem mãe, sem calor humano, respeito, dignidade, sacrifício, renúncias. Se nós queremos preservá-la, nenhuma dessas dimensões pode ser ignorada.

Impressiona que muitos jovens que cresceram em famílias tradicionais, hoje defendam uma família desfigurada. Se eles se consideram felizes, realizados, muito, certamente, é por conta do modelo “tradicionalista” que, acima de tudo, considera fundamental ter pai e mãe (paternidade e maternidade) em casa, mesmo que imperfeitos.

O que se vê hoje são relacionamentos individualistas, narcisistas, regados de interesses egoístas, doentes, ao ponto de fazer pagar com a vida quem, livremente, não aceitar as imposições de uma das partes.

Abolir a família “tradicional” não é um mal relativo, mas evidente e grave. É ela que preserva os valores que constroem a sociedade. Claro que este “modelo” não está acima das pessoas, intrinsicamente passíveis de falhas, desvios, porém, isso não justifica a depreciação do seu valor e importância.

O milagre de Francisco

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Hoje de manhã, logo que me levantei, olhando a sacada do apartamento onde vivo, avistei o vaso (excedente) em que estava a flor que eu minha esposa presenteamos os padrinhos no dia do nosso casamento. Logo depois que a flor do vaso morreu, nasceu um pequeno broto, que agora já é uma nova planta.

Observando, rapidamente, aquele pequeno vaso, eu me maravilhei com a dinâmica da vida. Basta uma sementinha, um pouco de água e luz, e tudo renasce, recomeça.

Aqueles segundos de contemplação são difíceis de explicar, mas exprimem a felicidade diante da beleza da relação cooperativa entre a vida e a morte, sentimento que se aproxima bastante da euforia após o Annuntio vobis gaudium Magnum (Anuncio-vos uma grande alegria) de que um novo papa havia sido escolhido.

A escolha de Francisco coloca a Igreja católica em um novo contexto e renova as esperanças de uma mudança necessária na comunidade eclesial.

Enquanto, infelizmente, o mundo laico fala somente em permissão de casamento entre pessoas do mesmo sexo, fim do celibato e o diaconato de mulheres (e no dia de hoje, as dificuldades com o governo argentino e acusações de o antigo cardeal ter violado os direitos humanos, durante a ditadura), o que emergiu, de maneira mais evidente e simbólica, é a “conversão” para um caminho de humildade e simplicidade.

O Clero (ao menos uma boa parte dele), repleto de vaidades, intrigas pelo poder, corrupção e outros tantos problemas, se vê agora “convidado” a retomar sua dimensão original de serviço, pobreza e humildade. O simbolismo da escolha do nome Francisco pelo então cardeal argentino Jorge Bergoglio, remete-se, de maneira bonita, ao seu xará de Assis, que há mais de 800 anos, foi chamado a renovar a igreja dos “poderosos”.

A escolha de um papa “não europeu”, ou melhor, latino-americano, opera uma revolução difícil de mensurar. Em toda a história da Igreja Católica, nunca um representante de outro continente ocupou o posto mais alto da instituição mais antiga do mundo.

O momento histórico, como todos sabem, é difícil. As chagas da pedofilia, a corrupção e intrigas pelo poder, feriram fortemente a imagem da Igreja. Contudo, pelo que se viu ontem, parece que tudo concorre para uma grande mudança.

O contexto é propício, a vontade é grande, só faltava um líder preparado para realizar o renovamento da vida da Igreja, neste “ambiente” em que ela está inserida.

O milagre de Francisco é a sua vida, é ser a semente, pequena, simples, mas perfeitamente pronta para fazer renascer a vida, o amor, que foram propostas por seu fundador, Jesus Cristo.

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