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Amor binacional: Experiências cotidianas de um casal binacional

Na Suíça, sou suíço? Os primeiros passos de uma jornada de inculturação

Suíça

Desde o dia 1º de abril quando deixei, com minha esposa, as terras africanas, voltei a ser “cidadão europeu”, morando na Suíça. Mesmo já tendo vivido alguns anos no Velho Continente, não é a mesma coisa aterrissar por aqui com a família.

Vida na Suíça

SuíçaNunca sonhei em viver na Europa, não só porque sempre estive bem no Brasil, principalmente na minha São Paulo, mas porque desenvolvi sérias críticas em relação aos valores que moldam o estilo de vida dos habitantes desse continente.

Mas… quis Deus (e eu, claro) que eu me casasse com uma cidadã europeia, mesmo considerando-a muito diferente da maioria dos seus conterrâneos. Depois de um pouco mais de um ano vivendo juntos no Brasil, por motivos familiares e profissionais, decidimos passar um tempo aqui, na Suíça.

Chegar aqui, principalmente no pós África, é se deparar com um mundo completamente diferente do que 99% das pessoas estão acostumadas. A Suíça é, sem sombra de dúvidas, o país mais rico (não em PIB, mas em bem estar social) e melhor organizado que conheci. Mas, e aí? Isso basta para ser feliz aqui? Não! Não basta!

Vida no Brasil

SuíçaDesde que decidimos juntos deixar o Brasil, país repleto de limites organizacionais, impermeado de uma corrupção que assola a maioria da população, senti um certo medo (que ainda não se dissipou). Principalmente porque experimentei as diferenças, já sabia o que me aguardava dessas partes do Atlântico.

O Brasil é um país dos relacionamentos. Podem duvidar, criticar, questionar essa afirmação, mas ela é feita em comparação com outros países que conheci. Não são as estruturas, a burocracia, a corrupção que fazem dele “abençoado por Deus”, mas a alegria, a coragem de lutar e as esperança que cada brasileiro carrega dentro de si.

Valores comunitários porque compartilhados

Uma das “encarnações de conceito” mais importante que trouxe comigo da África é que um povo nada mais é que um coletivo de indivíduos, unidos em torno a valores compartilhados.

Na Suíça existe, acima de tudo, o respeito. Respeito pelo bem público, pelo bem privado, que preserva as coisas e pessoas. Mas, da mesma forma que o respeito é um grande valor, muitas vezes ele pode servir de obstáculo para a construção de relacionamentos.

Para “não atrapalhar”, parece que “culturalmente” as pessoas “daqui” permanecem distantes, não oferecem ajuda, raramente são espontâneas. Isso parece inibir grande partes dos relacionamentos, que se limitam a uma cordialidade e simpatia constantes, mas sem tocar profundamente, sem amor e sem ferida. O Outro permanece lá, no seu espaço privado, com seus direitos e deveres, mas o próximo, o necessitado (não só materialmente) passa despercebido.

O desafio da inculturação

Essa visão, talvez preconceituosa, a respeito da cultura europeia, como um todo, é que eu desejo amadurecer por aqui, nos próximos anos. Percebi que a África tem muito a ensinar ao mundo, sobretudo no que diz respeito a uma vida comunitária. Algumas lições que aprendemos lá, desejamos promover aqui, a partir do nosso testemunho como família.

É um grande desafio a tal da inculturação porque somos frutos de “algo” que edifica nossos esquemas psicológicos. É sempre uma visão “de fora” e por mais que queira, nunca serei essencialmente suíço. Mas, isso não quer dizer que não amarei essa minha segunda pátria, com o mesmo ardor e amor que tenho pelo Brasil. Para tudo é fundamental ter paciência, porque leva tempo e eu, como aprendi em Man, farei uso do “tempo africano”.

Casar é ser livre e feliz: reflexões sobre a liberdade na vida à dois

Casar

Casamento é uma experiência curiosa. É um exercício constante de autoconhecimento e de dilatar o coração para acolher o outro com seus limites e qualidades. Enganam-se os pessimistas libertários que pensam que casar é sinônimo de privação definitiva! Tem gente que acredita que deve se divertir, curtir a vida e somente quando já tiver feito, sozinho, tudo de bom possível,  é que vale a pena se casar.

A falácia do prisioneiro

CasarFalácia, por definição, é um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. É verdade que as condições de vida individual se transformam, de maneira radical, após a união entre duas pessoas, completamente diferentes, mesmo que essencialmente iguais.

No casamento as decisões não são mais expressão de uma única vontade. Passa-se a negociar cada coisa pensando, em primeiro lugar, na família. Contudo, negociar as individualidades não é condenar-se à prisão, mas lançar-se em uma vida aventurosa, repleta de desafios constantes.

Quem relaciona o casamento à prisão é aquele que rejeita, de todas as maneiras, negociar. O individualista quer preservar os seus direitos, acima de tudo, rejeitando os “sufocantes” deveres que qualquer relação incute.

O pior de tudo isso é que existem muitas pessoas que decidem casar motivadas por interesses arbitrários sem algum sentido. Essa atitude é, porém, garantia de nulidade do casamento (ao menos no aspecto religioso), pois é uma união que não parte do desejo comum de viver junto e, negociando, construir um “novo”, fruto da soma e síntese das individualidades existentes.

Casar é ser livre e feliz

Hoje eu completo 13 meses de casado e, no próximo dia 8 de fevereiro, festejarei com a minha esposa 4 anos de união.

Nos últimos quatro anos eu concluí meu mestrado no estrangeiro e, minha esposa, a graduação. Trabalhei em projetos internacionais, participei de seminários e, minha esposa, trabalhou em uma organização não governamental na favela, na câmera de comércio Suíço-Brasileira. Viajamos pela Europa e pelo Brasil inúmeras vezes. Passamos muito tempo juntos, construímos muitas amizades com pessoas de diferentes lugares do mundo, estivemos próximos de nossas famílias. Infinitas experiências. Vividas juntos, mas de maneira livre, fantástica e, principalmente, feliz.

O ápice desta fase inicial, iremos viver daqui a duas semanas: realizaremos o sonho, individual e familiar, de passar alguns meses no solo sagrado do continente africano, na Costa do Marfim.

A liberdade está em viver pelo outroCasar

Difícil explicar o tamanho da nossa felicidade em poder viajar juntos para a África. Mais fácil é, contudo, explanar a respeito do que nos faz viver, mesmo casados, uma vida aventurosa e desapegada de coisas e pessoas.

Para nós, certamente, a liberdade está em viver, juntos, pelos outros, oferecendo cada experiência, conquistas, talentos, para a construção de uma sociedade melhor, mesmo que em “pequena escala”.

Desde o início do nosso caminho juntos percebemos que é esse o caminho da felicidade. Que não adianta vivermos preocupados com coisas que não dependem absolutamente de nós. O importante é fazermos a nossa parte com simplicidade e dedicação  e nos “abandonarmos” ao amor de Deus (ou Força), capaz de nos levar “lá onde a felicidade repousa”.

Casamento pode ser sim sinônimo de liberdade e aventura! Basta querer juntos e perceber que viver com “o outro” é, acima de tudo, um convite à plena felicidade.

2013: descobrindo um Brasil que agora é nosso | Valter Hugo Muniz

2013

Desde 1998 eu escrevo um resumo anual daquilo que vivi, para ter um registro dos anos, que passam tão rápidos e trazem tantas experiências e aprendizados. Olhar para esses textos, que agora chegam a 15ª edição, é fazer uma retrospectiva de METADE da minha vida. Mas, em 2014, eu começo uma nova fase, a dos trinta. Por isso, a partir deste anuário, não farei um resumo do meu ano, mas daquilo que nós vivemos em família, porque em 2013 o Brasil não foi meu, mas nosso.

2013: fim da áurea juventude e início da vida em família

Não me sinto velho, longe disso, mas sei que ter “vinte e poucos anos” é poder desfrutar de uma juventude descompromissada, livre, aventurosa e, principalmente, sadia. Em 2013, de um modo particular, eu e minha esposa vivemos assim.

Decidimos passar o nosso primeiro ano de casado no Brasil, meu país natal. Foi simplesmente fantástico estar próximo da minha família depois de mais de dois anos distante. Essa experiência me fez perceber o quanto a gente colhe aquilo que plantou. Explico abaixo.

2013A minha família não é perfeita, nunca foi, mas crescemos juntos, unidos. Festejando com simplicidade as vitórias e sofrendo com as dificuldades e derrotas de cada membro. Acho que 2013 foi um ano cheio de alegrias, principalmente por isso, pois nada é mais especial do que partilhar a nossa vida com as pessoas que a gente ama profundamente.

Um aceno especial vai para a nossa comunidade, feita da família alargada (primos e tios) e de amigos maravilhosos que, em todos os momentos, estiveram do nosso lado, fazendo da vida uma sucessão de experiências fantásticas, encontros, comunhões.

Um ano de muitas saudades

Por outro lado, em 2013, vivemos de saudades. Casamentos binacionais vivem constantemente esse sentimento, pois nunca as duas famílias estão próximas. Ou é uma, ou é a outra. Assim, do outro lado do Atlântico, deixamos de viver experiências e acompanhar de maneira assídua a realidade da nossa família europeia.

Sentimos um pouco essa “distância” quando voltamos para as festas de final de ano. Ao mesmo tempo em que foi fantástico reencontrarmo-nos e ver que, em geral, todos estão bem, vimos situações pontuais que talvez tivesse sido melhor acompanhar fisicamente próximos.

Um Brasil que agora é nosso

Eu sou brasileiro, paulistano, então 2013 foi um ano de retorno à minha casa. É difícil explicar o quanto foi bom pedalar pelas ruas dessa imensa metrópole, diariamente, para ir e voltar do trabalho. Poder desfrutar de inúmeras atrações culturais, infinitos serviços. Mesmo tendo morado em diferentes lugares do estrangeiro, ainda acho que São Paulo é uma cidade incomparável nesse aspecto.

Contudo, o mais especial disso tudo foi voltar a ser paulistano com a minha esposa. Crescida em uma cidade de 15 mil habitantes, eu tinha um certo receio em pensar se ela se adaptaria a essa imensa metrópole, duas vezes mais populosa que a sua pequena Suíça.

Surpreendentemente ela deu show. Trabalhou na periferia, aprendeu a pegar “busão”, metrô e trem lotado. Encarou a burocracia e a ineficiência das Instituições brasileiras da melhor forma possível. Por isso, posso dizer que o Brasil, São Paulo, não é mais o meu país, mas é nosso.

2014 – Um ano que promete

2013Não só pelo iminente hexacampeonato brasileiro e o vice Suíço, mas este novo ano certamente será muito especial. Muitas experiências maravilhosas nos aguardam, principalmente porque decidimos retornar ao Velho Continente para, agora, sermos família na pátria da minha esposa. Os últimos dois meses de 2013 foram de reflexão e achamos que seria importante fazer essa nova experiência, por motivos profissionais e familiares.

Não é fácil recomeçar a vida, deixando as seguranças e confortos que conquistamos com esforço e muito trabalho. Mas, de certa forma, nos sentimos levados a não nos acomodarmos e, enquanto tivermos força e coragem, ir ao encontro do outro, de diferentes culturas, realidades, perspectivas, para aprender a doar aquilo que aprendemos.

2013 foi maravilhoso, mas parece que 2014 será ainda mais. As escolhas estão aí para serem feitas e a Felicidade verdadeira, continuaremos a buscar, com simplicidade e na companhia de muitas pessoas amadas.

Bodas de papel: a importância de uma família voltada para os outros

Bodas de papel

Estamos na semana em que eu e minha esposa iremos comemorar um ano de casados. Mas, eu me pergunto, o que as nossas bodas de papel têm a ver com um texto de blog? Qual a importância de um evento familiar para pessoas que irão ler esse post e, possivelmente,  nem nos conhecem?

Vivemos em uma sociedade em que a vida pública e privada se confundem, principalmente pelo fato de que os contextos de socialização ganharam, com o universo virtual, uma amplitude particular. Claro que isso não tira das famílias –  e, principalmente, dos pais – a responsabilidade de saber dosar o virtual e o real, como diria a cara Mariana Assis.

Um dos maiores protagonistas da exposição da vida familiar contemporânea é o famoso Facebook. Dentro desta rede social nos “mostramos” de uma maneira nova. Compartilhamos nossas experiências em um ambiente que acreditamos, muitas vezes, privado, sem saber, contudo, que as informações têm uma difusão difícil de controlar.

Privacidade, partilha e promoção de valores

Bodas de papelOlhando a questão da privacidade, no interior das redes sociais, deve-se, de certa forma, temer, ou melhor, agir com prudência quando postamos alguma coisa. Existem sim pessoas mal intencionadas que podem fazer mau uso das informações que colocamos na internet. Por isso, é importante ter consciência e conhecimento para não se prejudicar ou prejudicar a própria família. Não vou explorar esse argumento, para expor um outro “lado” das redes sociais.

Um importante aspecto que as pessoas acabam esquecendo, às vezes por temor ou até por egoísmo, é que a família também é constituída por uma dimensão comunitária. Isto é, necessita partilhar as experiências com pessoas próximas ou mesmo àquelas que se afastaram de alguma forma, para prosperar, crescer, superar os momentos de dificuldade que atingem qualquer relacionamento. As redes sociais podem sim ser um meio de partilha profunda, que ajuda a manter o contato com pessoas que, por diversos motivos, estão fisicamente longe.

Outro aspecto bonito da “vida pública” familiar nas redes sociais é a possibilidade de, por meio de um testemunho positivo, promover valores em escala exponencial. A internet é e será sempre uma ferramenta que pode ser usada, tanto para rebaixar o ser humano e a família, como para promovê-los, ressaltando a rica complexidade e a capacidade de difundir o bem comum. Depende muito do modo como nós a usamos.

Um ano de aventura comunitária

Dessa forma, vale sempre (com prudência e tomando cuidado em não expor a família de maneira negativa) usar todos os meios, inclusive os virtuais, para mostrar a beleza das dinâmicas familiares.

Junto com a minha esposa, estamos descobrindo, aos poucos, como testemunhar “ao mundo” o amor que acreditamos. Um amor que é bonito porque vivido com tantos amigos queridos, famílias maravilhosas e pessoas que, mesmo longe, nos ajudam a não perder o foco e a nossa essência; ajudam-nos a lembrar de que existe uma “missão” para cada família dentro da sociedade em que vivemos.

As nossas bodas de papel

Bodas de papelTenho que dizer, de coração, que o primeiro ano de casado superou as minhas expectativas. Claro que, quando pensei que estaria ao lado da pessoa que mais amo, 24 horas por dia, já imaginava o quanto 2013 seria bom, mas a felicidade não pode ser mensurada.

A vida juntos é uma aventura incrível. No nosso caso, enriquecida pelas diferenças continentais, é ainda mais uma descoberta contínua, um exercício de compaixão, de comunicação, respeito e principalmente um esforço cotidiano para vivermos voltados, cada um, para a felicidade do outro.

Ao completar um ano de casado, segundo a crença popular, comemoram-se as bodas de papel. No advento de completar essas bodas, posso afirmar, que no nosso caso, não é um simples papel, mas um lindo origami.

2 reflexões antes de começar um relacionamento binacional | Valter Hugo Muniz

relacionamento binacional

Ontem, o post do escrevologoexisto.com “3 motivos para casar com estrangeiro” bateu todos os recordes relacionados ao número de visitantes e de visualização de um artigo. É bonito perceber o quanto o tema do casamento e a relação entre pessoas de países/culturas diferentes interessam a uma enorme quantidade de pessoas, não só do Brasil, mas de todo o mundo.  Porém, passado um dia, e estando mais consciente da grande repercussão do texto, pensei se, como casal, eu e minha esposa não acabamos simplificando uma relação que é muito complexa.

Dessa reflexão surgiram dois aspectos, importantíssimos, que precisam ser pensados antes de iniciar uma relação binacional. Saber o momento certo de começar, procurando não se deixar levar somente pelos impulsos sentimentais e usando o mínimo de razão, pode definir o futuro deste tipo de relacionamento.

littlefeelings (29)Tem hora certa para sofrer

Na nossa história – minha e com a minha esposa – muitas coisas aconteceram até que decidíssemos nos aventurar juntos, primeiro no namoro e agora no casamento.

Mesmo se de modo bem jovial, principalmente no quesito “maturidade”, nos conhecemos há quase dez anos. A amizade inicial transformou-se em paixão, na medida em que a partilha profunda das nossas vidas tornou-se cotidiana e com uma intensidade quase incontrolável.

Porém, mesmo apaixonados, éramos jovens demais, de países diferentes e não existia nenhuma possibilidade ou projeto concreto de um viver na nação do outro. Por isso, sem nos envolvermos – isto é, sem nenhuma manifestação física do sentimento – decidimos não alimentarmos mais o sentimento. Continuarmos sim, amigos, mas nada que excedesse a essa amizade.

Claro que, naquele momento, essa decisão foi, inicialmente, uma fonte inesgotável de lágrimas, ainda mais porque, na adolescência, as emoções estão mais afloradas. Por outro lado, temos a certeza de que, o sofrimento daquele momento, preservou os aspectos mais importantes do que sentíamos e cultivamos.  Assim, quando nos reencontramos, 5 anos depois, mais maduros e com possibilidades concretas de iniciar um relacionamento mais comprometido, as chances de sucesso eram bem mais reais.

56Mais a perder

Além de saber a hora certa de iniciar um relacionamento binacional, como mencionei em “A fundamental temporalidade dos relacionamentos à distância” é essencial que a distância entre dois amantes tenha um prazo determinado. O relacionamento sem um projeto comum, visando a proximidade física, está determinado a falir.

Contudo, como já desenvolvi o tema da distância nesse outro post, queria me concentrar aqui sobre a seriedade que envolve um relacionamento binacional.

Os aspectos positivos, apresentados pela minha esposa, para o sucesso de um casamento binacional, são verdadeiros e muito importantes. Contudo, pelo fato de, antes do casamento, não se ter uma vivência íntima cotidiana, que auxilia no conhecimento profundo e recíproco um do outro, no namoro, a distância geográfica tem um papel decisivo em um relacionamento binacional.

Mas no namoro não! Neste caso, a distância mal calculada pode gerar sérios ruídos na comunicação do casal, como a indiferença em relação às demandas do outro, além de  fatores que podem minar a harmonia de uma relação, impedindo que ela seja duradoura.

Esses dois aspectos não podem, de jeito algum, serem ignorados. Eles são o primeiro passo para se chegar ao Grande Sim, que também é outro “primeiro passo”, mas que iremos, aos poucos, partilhar com quem lê o escrevologoexisto. Aos poucos.

eLe

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