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Amor binacional: Experiências cotidianas de um casal binacional

Vida de casado: depois de um mês ainda vale a pena

Vida de casado

Parece que as coisas mais importantes da nossa vida a gente só entende com o passar do tempo. Foi assim no relacionamento com os meus pais e tem sido assim na minha vida de casado.

Hoje, eu e a Flavia festejamos nosso primeiro mês da nossa vida de casado. Quis Deus (ou o destino, para aqueles que não creem Nele) que nós estivéssemos fisicamente distantes nessa primeira comemoração. Enquanto eu estou em São Paulo trabalhando, Flavia está participando de um projeto de prevenção às drogas, na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá.

Esse acontecimento, aparentemente bananal, simboliza bem o significado do casamento para nós. Um amor que se alimenta não só do desejo recíproco de estarmos sempre juntos, mas que é pronto a sacrificar um pouco desses momentos maravilhosos, por amar também os mais necessitados, à humanidade.

Isso não é filantropia, voluntariado. Esses somos nós. E hoje, mais do que nunca, percebo também a importância disso.

O primeiro mês como marido foi, sem dúvidas, o mais bonito da minha vida, cheio de descobertas e de uma crescente consciência da importância de ouvir, acreditar, mesmo que, em certo momento, as renúncias não façam muito sentido.

Hoje, nesta vida de casado, a felicidade é imensa. Especialmente porque, agora, entendemos o significado de cada momento de espera, que fez crescer o amor de maneira intensa, na simplicidade.  Foi esse esperar que nos tornou capazes de dilatar o coração para os outros e nos ajudou a entender que, a nossa família, da mesma forma que nos faz felizes, é fonte de felicidade para aqueles que encontramos.

neocasados

Os relatos e a emoção de um neocasado

Tem gente que cresce sonhando em se casar. Eu não. Eu já sabia que isso iria acontecer, mas não do jeito que foi. Como neocasado, queria dividir, com simplicidade, a alegria que senti nesse dia mágico.

Os preparativos

Na semana anterior ao casamento um calor sufocante e, com ele, a preocupação com nossos familiares europeus, que vinham de um frio “abaixo de zero”.

Só que na semana do casamento: chuva, muita chuva e o medo dela atrapalhar o nosso tão esperado dia.

O mais interessante de tudo isso não é o temor em relação ao tempo, mas o fato curioso de que a gente ás vezes esquece que existe uma força capaz de mudar as previsões para realizar o melhor, para nós e para os outros.

Assim, no dia do casamento não choveu.

O grande Dia

No dia pós “fim do mundo” eu acordei tranquilo, mesmo sabendo que o “meu mundo” estava prestes a viver uma mudança definitiva.

Algumas corridas na igreja para ver o grupo dos nossos irmãos e amigos que se ocuparam de deixá-la simplesmente MARAVILHOSA. Viagens até o local da festa,  e a certeza de que, bem ou mal, já havíamos feito tudo o que podíamos.

O tempo foi passando tranquilo, até que chegou o momento de me trocar.

Antes, rezei um terço. E entre ave-marias e pai nossos, uma alegria verdadeira, profunda… Uma serenidade fantástica tomou conta de mim. Faltava menos de uma hora para o meu mais importante SIM.

Vestido, cheguei à igreja. Os convidados entrando: cumprimentos, abraços, sorrisos. Até que chegou a hora de entrar. De braços dados com minha mãe, passos lentos, emoção, que ficou ainda maior quando me virei e vi entrando, dois a dois, as pessoas mais importantes da minha vida.

Um filme se desenrolou em poucos minutos. Viagens, escolhas, relacionamentos, sorrisos, lágrimas, dor, felicidade. Tudo misturado, intenso, mágico, mas pouco, se comparado ao sentimento de ver a mulher da minha vida entrar.

Flavia estava linda, sorridente, radiante, o maior presente que Deus me deu. Minha melhor amiga, grande companheira, infinitamente amada.

Na cerimônia, um turbilhão de sentimentos atenuou a emoção. Mas, ajoelhados depois da Eucaristia, as lágrimas escorreram. Diante do meu Deus, daquele que mais me amou, a certeza de que só Ele sabia o significado daquele SIM, só Ele entendia a minha certeza interior de que é esse o MEU CAMINHO.

A emoção aumentou vendo meus melhores amigos cantando. Pessoas com as quais caminhei junto e se cheguei até aqui são extremamente culpadas

Mais alguns minutos, a benção e estávamos oficialmente casados. O fim de um percurso, o começo de outro…

O nosso sim foi pessoal, recíproco, comunitário. Não foi como pensamos, imaginamos, sonhamos, foi muito mais, muito melhor. 

Falta um mês para o grande dia!

Daqui a exatamente um mês estarei, junto com a Flavia, dando o passo mais importante da minha vida. Falta pouco para o Grande dia.

Impossível não sentir uma felicidade nova e querer festar essa manifestação concreta do amor de Deus por mim, diante do percurso vital que me trouxe até esse tão esperado momento.

Escolhas. Algumas fáceis, outras nem tanto, me levaram a conhecer pessoas e lugares diferentes e fundamentais paro o discernimento do que era “melhor pra mim”.

Dores, lágrimas e medo não faltaram! Sobretudo por me sentir sempre tão pequeno, incapaz… Quando, enfim, descobri que construir uma família nada tem a ver com meritocracia, mas com o esforço cotidiano de amar o máximo que puder, perdoar e, sobretudo, recomeçar, entendi que era esse o meu caminho.

Claro que sem a graça de Deus (no meu caso, confessional, cristã, mas não exclusivamente) o casamento e a família, para mim, se transforma em uma empresa quase impossível. Por isso o meu sim será dirigido à Ele, com Ele e por Ele.

E já vislumbrando essa nova vida sinto-me profundamente feliz, serenamente feliz, verdadeiramente feliz.

Por fim, saber que eu não estou sozinho, que tenho uma comunidade formada por familiares e amigos, me dá a certeza que, acima de tudo, estou condenado a ser feliz, ou melhor, continuar sendo.

Preparando-me dentro e fora

Hoje começa uma nova fase da minha vida.

Depois do último biênio vivido no Velho Continente e aproximando-se o passo mais importante da minha vida, decidi fazer um checkup para saber como está a saúde física.

Foram 28 anos de uma vida (ao meu ver) bem equilibrada em que procurei estudar muito, fato que permitiu está no segundo degrau da vida acadêmica.

Comecei a trabalhar cedo, aos 17 anos, e logo percebi que o trabalho é só UMA parte e não o tudo das nossas vidas.

Procurei ser sempre um praticante assíduo dos mais variados esportes e apaixonei-me por futebol, ciclismo e corrida.

Maneirei na quantidade de bebida alcóolica ingerida, nunca fumei e comecei gradativamente a estar atento aos bons hábitos alimentícios.

Por isso não me surpreendi com os elogios do médico ao ver os resultados dos meus exames, mesmo tentando estar aberto a possíveis surpresas.

A gente faz a nossa parte procurando sempre uma harmonia com o corpo, mas tantas vezes as dificuldades interiores podem produzir danos à saúde.

Os últimos três anos da minha juventude foram bem cansativos, muitas as dificuldades pessoais, mas tudo na mesma proporção à imensa felicidade de ter chegado até aqui.

Percebi também o quanto é importante buscar um equilíbrio psicológico e espiritual para que possamos nos sentir profundamente BEM.

Enfim, com a saúde 100% me sinto realmente pronto para viver intensamente essa nova fase que se inicia.

Que venha o 22 de dezembro!

 

 

 

23 meses juntos!

23

Difícil explicar a importância que esse número tem na minha vida, mas sempre que ele simboliza um momento particular sinto-me mais seguro.

Concordo que pode ser superstição, comportamento pouco Cristiano, mas é algo que não sacralizo, somente me divirto em contemplar.

Sempre pensei que me casaria com 23 anos. Achava que seria o ano mais especial da minha vida, procurei vivê-lo ainda mais intensamente, mas os anos se passaram… 5 anos… e só agora esse momento decisivo chegou.

O interessante é que mesmo se não sou eu que festejarei esse momento mágico com 23 anos será a minha futura esposa. Coincidência?

Existem outras… o fato que nós dois nascemos no dia 23… 23 de março e 23 de Abril… e elas não param por aí.

Porém, o motivo que me fez escrever esse post é que justamente hoje, 8 de janeiro de 2012, festejamos 23 meses oficialmente juntos (1 ano e 11 meses).

Esse período tem sido muito especial justamente porque vemos também os frutos de procurar viver em comunhão as alegrias e os desafios de um projeto que visa edificar uma família.

Ontem, em uma conversa com minha prima, fomos surpreendidos pela sua “oferta” e de seu marido de começar a ver as coisas concretas do casamento no Brasil.

A coisa mais bonita é que justamente há dois dias conversávamos (com um pouco de preocupação) sobre como preparar o casamento concretamente, à distância. Coincidência?

Para nós não, pois vemos que se procuramos fazer tudo juntos e mantendo a paz e a alegria entre nós, a ajuda chega de lugares inesperados, as soluções aparecem.

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