Author: Valter Hugo Muniz Page 82 of 240

Valter Hugo Muniz - Formado em Comunicação Social com ênfase em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de SP (PUC-SP) em 2009, concluiu em 2012 a “laurea magistrale” em Ciências Políticas no Instituto Universitário Sophia, na Itália. Com experiência em agências de comunicação, multinacionais, editoras e televisão é, atualmente, consultor de comunicação na ONG Arigatou International, em Genebra, Suíça. Com vivência de mais de cinco anos na Europa (Itália e Suíça), participou de trabalhos voluntários em São Paulo e na Indonésia pós Tsunami (2005), além de uma breve estadia na Costa do Marfim (2014). É fundador do escrevoLogoexisto.

[vidaloka] Estar aonde se deve estar!

Denominei [vidaloka] todos os textos que de certa forma transformam minha realidade exterior (pessoal e geograficamente). E já faz 15 meses que deixei as “terras de palmeiras onde cantam os sabiás”, para descobrir cada vez mais profundamente minhas origens antropológicas, teológicas e cientificas, no continente que transformou história do meu povo, do meu país… e a minha vida.

Neste período transformei-me, não só intelectualmente, mas dei passos definitivos em direção a minha felicidade, que paradoxalmente redescubro no dar mais de mim àqueles que estão ao meu redor, a uma “donna” em especial.

Concluído o primeiro ano do mestrado começou um caminho novo de descobertas únicas, maravilhosas, que parecem concluir uma etapa da minha vida. A viagem ao Brasil, os reencontros, conversas nos trouxeram hoje, aqui, onde deveríamos e eu queria demais estar.

Difícil não olhar para trás emocionado com tantos relacionamentos edificados pelo amor. Ação mais construtiva do ser humano. Impossível não pensar em todas as pessoas queridas que participaram intensamente da minha vida… com sorrisos, abraços e reprovações… sem elas não estaria aqui.

E depois… parece lógica a felicidade. No acreditar, no viver o “impossível”, jogando-me nos braços do Truta e saber que, no final das contas, estamos/vivemos em constante co-criação.

[vidaloka] essa minha… e putz… melhor ainda porque é sempre mais nossa.

Teoria das exigências 2: Conclusões após mais de uma década de experiências e reflexões

Há doze anos escrevi uma das minhas primeiras reflexões pessoais sobre relacionamentos “a dois”. “Teoria das Exigências” marcou um momento em que, pela primeira vez, me via disposto e ansioso em viver essa experiência, mas de forma verdadeira.

Se naquele momento cultural eu já acenava para a dificuldade de construir um relacionamento verdadeiro entre dois jovens, a tendência ao descompromisso, hoje, infelizmente vejo que as coisas pioraram muito nesse aspecto.

Uma minha explicação seria por conta da virtualização da vida, que acabou sufocando as etapas naturais de desenvolvimento dos jovens de hoje. Passa-se mais tempo no mundo da “simulação online” do que no “offline”, acreditando que, por manifestar “pseudo-sensações”, pode ser considerado verdadeiro.

Nessa tentativa de nos realizarmos como pessoas, porque somos seres-relação, ainda nos enganamos acreditando que é possível sermos felizes ignorando a “ferida do outro”, que sendo diferente de mim, na relação “ao vivo”, fatalmente me machuca (mesmo sem intenção).

Passada mais de uma década e algumas experiências importantes na minha vida percebo que, se tivesse que reescrever as “exigências” atuais para construir um relacionamento com uma garota evidenciaria três aspectos essenciais: estilo de vida socioeconômico, opção religiosa e cultura familiar.

As considerações do texto de 1999 acenavam principalmente para o início de um relacionamento (escolha, prioridades, compatibilidades) que, após um ou dois anos começam a serem colocadas em questão. O processo exigente de discernimento transforma o “sentir”, quando existe um projeto futuro, em “pensar” se a relação pode prosperar ou não tem as bases necessárias para isso.

É nesse momento que essa «tríade» entra em jogo, que nem sempre é percebida quando o “sentir” ainda é preponderante em nós.

O estilo de vida socioeconômico age diretamente nas escolhas cotidianas. No consumo de coisas simples como “o que comer”, a “onde morar”. Diferenças antagônicas nesse sentido não podem ser ignoradas, pois em um momento ou outro colocaram o casal em um confronto aonde a “perda” de um ou de outro vai pesar.

A opção religiosa ou “não religiosa” também precisa estar em equilíbrio. Aqui parece importante ao menos o respeito verdadeiro pela escolha pessoal de um ou de outro e, se se existe um projeto futuro, um discernimento claro sobre a educação e o modo como os valores da família serão passado aos filhos.

Por fim a cultura familiar. Dinâmica que tem, como os outros dois aspectos, ação direta da sociedade onde ela está inserida, mas que tem uma “autonomia” e “especificidade” que pode muitas vezes contrastar com o ambiente externo.

A família é a verdadeira fonte cultural, social e religiosa de um individuo. É a primeira comunidade política, como afirma Aristóteles. O desprezo ou a “não sintonia” com a família do outro é certamente fonte de problemas pra toda a vida de um casal. Pois, como aponta a sabedoria popular, não se casa só com a/o esposa/o, mas com toda a família dela/e.

Com esses três aspectos primordiais equilibrados, existem depois as outras dificuldades secundarias (gostos gerais diferentes, antipatia com amizades e etc) que também precisam encontrar equilíbrio com a dinâmica do casal. Trabalho (e aventura) pra toda a vida.

Ditas todas essas coisas é compreensível a afirmação inicial sobre as inúmeras dificuldades de se construir um relacionamento. Mas, contraditoriamente, direi de que não se pode viver pensando nelas.

A ação mais construtiva do ser humano é amar. É no amor que os laços se formam, os desafios são superados e se conhece profundamente o outro. Conhecendo nos sentimos seguros.

Porém o amor não é estático. Não se pode amar uma pessoa acreditando que ela vai permanecer sempre como antes. Amar, ser amado e o “amante” mudam sempre e por este motivo são ambos, misteriosos e infinitos.

Quanto mais a gente se exercita “no amar”, mais descobre o “novo” do outro (e do amor) e percebe que ele/a, mesmo mudando, continua maravilhoso/a, irresistível.

Documentário Jornaleiros completo + defesa da tese

[vimeo http://www.vimeo.com/28114449 w=400&h=300]

Considerações finais retiradas da parte escrita do documentário

Contemplar “Jornaleiros” depois de árduos meses de trabalho, de empenho e inúmeras crises é perceber que muito do que foi materializado no documentário partiu de “dentro”, nada veio de conclusões superficiais.

Percebi que o trabalho em todo seu significado, em tudo o que ele apresenta, tem paralelo extremamente pessoal com a minha vida universitária e as escolhas que a precederam.

Claro que, intencionalmente, os personagens exprimem, por meio da minha escolha editorial, aquilo que, sobretudo, eu penso em relação à formação, a escolha, ao jornalismo.

O filme não explora propositalmente o “pós formação” , uma visão de dentro do Mercado, pois, efetivamente não cheguei a esse estágio da minha carreira e, por isso, não me sentia com propriedade suficiente para retratá-la.

Admito certa satisfação e o privilégio em poder contar com tantas pessoas que me ajudaram na concepção do filme. Os colegas de TV Cultura, professores da PUC; em cada conversa uma perspectiva se abria, uma ideia se formava.

O produto final é de uma diversidade e amplitude de conceitos sem necessidade de uma prévia explicação. São discursos, opiniões e discussões que giram em torno dos quatro personagens. Ora críticos, ora superficiais, ora confusos, ora passivos, ora determinados. Um pouco de tudo.

Claro, sempre com o objetivo de promover o diálogo, o pensamento, o conhecimento dessas diferentes vozes e da necessidade de pensarmos juntos no futuro de uma profissão “em crise” como é a do jornalista.

Valeu o sofrimento, valeu olhar para trás e ver que realmente sou fruto da minha formação, mas principalmente da vontade de transformar a sociedade. Para o bem, claro!

escrevo Logo existo: 5 anos, mais de mil escritos e ainda muita coisa para partilhar

Naquele 24 de agosto de 2006 eu, sinceramente, não imaginava que o “Comunicar, me doar provocar”, primeiro texto do escrevologoexisto.com, abriria alas para o atuais 1070 posts publicados no meu blog pessoal.

O estímulo da professora da PUC-SP, Rachel Balsalobre, foi o pontapé inicial para o exercício cotidiano de materializar a minha existência, com seus limites e “luzes”, em matéria textual.

Já naquele primeiro escrito o fundamento que “pautou” as decisões de continuar sempre escrevendo. «Comunicar é doar a si mesmo, é compartilhar aquilo que se é e o que se sabe, em prol do bem comum, da humanidade».

E desde então se passaram 5 anos. Em 2007 o “Eu… por Clara Caldeira da Silva”, colega de universidade, apresentou um Valter Hugo que talvez nem eu mesmo conhecia, mas com já claras ideias do como e porquê viver.

Essa existência  manifestada em poesias, vídeos, fotos, textos, eram todas fruto dos relacionamentos construídos, experiências vivida “dentro e fora”.

Foi assim que em 2008 decidi escrever “A menina que perdeu o assovio” em homenagem a, ainda viva, Paula Bichara. Menina de sorriso brilhante e testemunho da alegria de viver, mesmo diante das adversidades. Assim ela comentou:

Obrigada pela história… não tive como esconder as lágrimas!!!! Me comovi muito e todos que estavam comigo!!! Aliás todas as vezes que eu leio eu choro…como está acontecendo agora rsrsrs… Muito obrigada!!!! Amei demais!!!

Paulinha faleceu alguns meses depois, deixando uma cicatriz doída no meu coração e com ela a certeza que deveria continuar escrevendo, desenvolvendo essa virtude para proporcionar momentos bons, de reflexão, de emoção, às pessoas.

A experiência com Paulinha influenciou diretamente a minha experiência religiosa, me impulsionando a rever tantas coisas e descobrir a importância de viver de maneira coerente aquilo que os compromissos assumidos nas etapas sacramentais cristãs.

40 dias para dar um beijo verdadeiro”, escrito em 2009, resume bem essa nova compreensão e o desejo de pensar, viver e questionar também o cristianismo procurando, antes de tudo, vivê-lo pessoalmente.

Já em novembro de 2006 comecei a escrever poesias e reflexões em italiano. Desde então o blog passou quase a ser bilíngue com, atualmente, 140 escritos nessa língua. Um dos mais bonitos, escrevi no ano passado: Bichiere che contiene il mare, que fala de Maria, modelo existencial que simboliza o amor e a definitiva ligação entre Criador e criatura.

28 dias no país do Tsunami são as muitas páginas escritas durante o meu trabalho voluntário 6 meses depois da catástrofe natural que destruiu o país do sudeste asiático.

Além de tudo isso meus artigos para a Revista Cidade Nova, os “segundos eternizados” em fotos, além do [vidaloka], que conta as aventuras que tenho vivido no Velho continente… e muito mais.

É tudo isso que comemoro hoje. 5 anos de dedicação e perseverança…

Materialmente não lucrei nada… tenho muitos novos projetos para a continuação e profissionalização do meu trabalho, que vão sendo realizado aos poucos (se alguém quiser interessado em colaborar ou patrocinar é só entrar em contato).

De qualquer forma, agradeço a todos aqueles que leem, que comentam (são 970 comentários no blog, fora os e-mails pessoais que recebo dos leitores). A importância de vocês é imprescindível, pois a minha existência se dá no ato de escrever (doar-me gratuitamente), mas se completa somente quando “sou lido”.

Um grande abraço pelo dia de festa,

Valter Hugo Muniz

Desplugar-se

[youtube http://youtu.be/CQzprlJYWvc]

Umas das grandes dificuldades da sociedade contemporânea é “DESPLUGAR-SE”.

Entender e convencer as pessoas de que a vida não se faz no universo “online”; que amizades pra toda vida não se constroem no Facebook, Twitter, MSN, mas no mundo real, é cada vez mais difícil.

Tive o privilégio de ser talvez uma das últimas gerações que empinou pipa na rua, andou de carrinho de rolimã, jogou futebol e basquete todo o tempo; que estava a maior parte do tempo com os amigos, jogando, conversando.

O mundo mudou e mesmo sendo um grande adepto do mundo virtual e principal crítico daqueles que acham que o problema são os instrumentos e não as pessoas, continuo acreditando que a vida verdadeira se vive OFFLINE!

Esse vídeo da Nestlé filipina mostra de maneira genial a importância de “desplugar-se”, para depois reconectar-se entre nós e com a natureza e enfim, para poder amar de verdade ambos.

A internet, o facebook, o blog são instrumentos que ajudam a manter relacionamentos, mas eles, antes de tudo, precisam existir de verdade.

“Unplugged” – que infelizmente é só em inglês – mostra bem esse passo cultural que precisa ser dado, livremente, por cada um.

Page 82 of 240

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén