Author: Valter Hugo Muniz Page 66 of 240

Valter Hugo Muniz - Formado em Comunicação Social com ênfase em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de SP (PUC-SP) em 2009, concluiu em 2012 a “laurea magistrale” em Ciências Políticas no Instituto Universitário Sophia, na Itália. Com experiência em agências de comunicação, multinacionais, editoras e televisão é, atualmente, consultor de comunicação na ONG Arigatou International, em Genebra, Suíça. Com vivência de mais de cinco anos na Europa (Itália e Suíça), participou de trabalhos voluntários em São Paulo e na Indonésia pós Tsunami (2005), além de uma breve estadia na Costa do Marfim (2014). É fundador do escrevoLogoexisto.

Em dependência…

Queria um povo educado

Gente que não morresse de fome

Não ver criança jogada na calçada

Governo que olha o necessitado

 

Quero independência de verdade

Sentir-me bem aqui, em qualquer cidade

Independência ou morte! Grito traiçoeiro

Quem pode, acaba indo morar no estrangeiro

 

E mesmo se ainda dependente, meu país é lindo.

Brasileiro criativo, do gingado alegre, brasileiro do jeitinho

Beleza da gente trabalhadora que luta pra sobreviver

Corrupção cultural é uma realidade que me faz sofrer.

 

É preciso olhar pra nossa história com sinceridade

Conhecemos pouco da cultura, da nossa diversidade

Independência é liberdade pra traçar o próprio caminho.

Brasileiro juntos… eu, você, ninguém sozinho.

A desnecessidade de boas notícias

Nas últimas semanas, uma colega de profissão mostrou-me o portal “Só notícia boa” (www.sonoticiaboa.com.br) que tem como o objetivo “Divulgar notícias boas, positivas, que reanimem as pessoas e mostrem que o mundo tem saída sim”

O portal é uma resposta, no mínimo criativa, ao sentimento negativo que o “receptor” das notícias jornalísticas nutre em decorrência da onda negativa que invade cotidianamente os nossos noticiários.

Participando de um fórum de discussão sobre o portal perguntei a mim mesmo: Eu preciso de boas notícias para viver melhor? Sentir-me melhor? Ser uma pessoa melhor?

A resposta negativa imediata a todos esses questionamentos me fez refletir sobre a utilidade do portal, que mesmo cheio de boas intenções, pode descambar para o outro extremo do “dilema ideológico” que quer ver o mundo só de uma perspectiva positiva, esquecendo, porém, que a realidade não pode ser “formatada”, manipulada.

É evidente que o Jornalismo, na sua prática, chegou a um ponto dramático de instrumentalização negativa, aonde grande parte de seus “operadores” aparenta sequer se questionar sobre o seu significado ontológico.

O Jornalismo surgiu historicamente com objetivos libertários, como possibilidade de contraponto do poder político, mesmo que usado especialmente com esses fins. Porém, no seu próprio desenvolvimento, em modo especial na transição do século XIX para o XX, emergiu a necessidade de não deixar que ele se deixasse levar por objetivos ideológicos e comerciais, enfatizando a essência ética que orienta o jornalismo.

Desta forma nasceram os primeiros códigos de éticas, as universidades, para que o jornalismo e os jornalistas assumissem a responsabilidade de fazer com que esse “instrumento” (uma conquista da sociedade já massificada) fosse direcionado para o bem comum, o bem estar social.

Contudo, sendo essencialmente instrumento, o jornalismo poderá sempre ser usado de maneira ideológica, com fins comerciais, em vez de libertar, integrar. Não é preciso um olhar muito apurado para perceber o ponto em que ele se encontra na nossa sociedade hoje. É realmente difícil encontrar uma empresa jornalística que tenha um projeto que seja, ao menos parcialmente, voltado a priori para a sociedade.

As notícias não devem, no meu entendimento, serem boas, mas sim, BEM FEITAS, isto é, contextualizadas, aprofundadas, retomando os valores humanísticos e religiosos de uma comunidade. Notícias que nos permitem entender que os acontecimentos, por mais afastados geograficamente que sejam de nós, têm influência direta no nosso modo de viver, ver e ler a realidade, porque exprimem a essência antropológico-filosófica dos seres humanos.

Em vez de um portal com “só notícias boas” eu queria ver um movimento de profissionais e da sociedade como um todo que exigisse mais jornais de notícias bem feitas. Isto é, contextualizadas, aprofundadas, bem apuradas. Aí começaremos encontrar os problemas estruturais que permitem que jornalismo hoje seja, cada vez mais uma antítese do que é verdadeiramente comunicação.

Lágrimas – alma

Existe uma força misteriosa que não me deixa parar de chorar

Olho as estrelas, contemplo a lua, querendo estar aonde eu devo estar

Dói saber que você agora está em outra parte do mundo

Sofro e pobre desse coração vagabundo.

A emoção de um caminho trilhado em lágrimas e dores

Achei que tinha amado antes, mas foram todos vão amores

Felicidade de uma luta dura, momento por momento

Coragem de seguir meu caminho, me proteger do vento

E se as lágrimas escorrem naturalmente

Não é jamais por não me ver contente

Mas é consciência de que toda conquista vem de uma força motriz

Felicidade é mesmo na dor, se sentir feliz

Louco por Elas. Confusões e diversão da vida em “família”

Tenho uma preferência explícita para séries de tv que retratam o cotidiano da vida em família ou no ambiente de trabalho, pois parece que assistindo a vida de outras famílias, temos sempre a possibilidade de repensar à nossa.

Isso se dá, provavelmente, pela falta de relação comunitária entre as famílias de uma mesma cidade. Vivendo em uma megalópole como São Paulo, percebo que tantas vezes encontro com pessoas que vivem no mesmo ambiente que eu e minha família há anos, mas a relação continua sempre superficial.

Louco por elas, da Globo, não explora esse aspecto, mas parece deixar que o telespectador entre na casa dessa “família” maluca e se divirta com as alegrias e confusões frutos das diferenças, seja elas de gênero, idade, projetos de vida.

A série aparentemente acabou sem um final determinado… mas gostei de assistir por também ter uma edição que lembra bastante outra série que gosto muito: Modern Family.

Sofrejar

Sofrejar

Afável sentimento

Perene

Não de momento

Sofrendo a inoportuna ausencia de ti

Festejando o reencontro que está por vir

 

Sofrejo a dor de quem ama à distância

Festejo a alegria de não perder a esperança

Sofro porque afinal, não estás aqui

Esperando o reencontro que está por vir

 

Sofrejar

Realidade constante

As vezes bonita

As vezes sufocante

Sofrendo pela falta do teu abraço

Festejando o definitivo laço

 

Sofrejo a alegria de um amor que é verdadeiro

Festejo o Deus que nos amou por primeiro

Sofro certo de que é coisa de momento

Feliz porque, no final, vai dar casamento.

Page 66 of 240

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén